Brasil se posiciona contrário à invasão do
território ucraniano
Marcelo Brandão
A Rússia vetou a Resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) contrária à invasão da Ucrânia. Tropas russas avançaram pelo país vizinho após uma ordem dada pelo presidente Vladmir Putin, na noite de quarta-feira (24), já madrugada na Rússia. Com o veto, a resolução foi rejeitada, em um resultado já esperado. Foram 11 votos favoráveis, um voto contrário e três abstenções.
Foto: Carlo Allegri/Reuters |
Para ser aprovada, uma Resolução
não pode ser vetada por nenhum dos cinco membros permanentes do conselho. A
Rússia, pivô da crise, é um desses países, exercendo seu poder de veto, como já
se esperava. A China, um dos poucos países a não se posicionar contra as ações
de Putin, foi um dos três países que se abstiveram. Os outros foram Índia e
Emirados Árabes Unidos.
Brasil vota contra a Rússia
Representantes de alguns
países falaram antes da votação. O embaixador do Brasil na ONU, Ronaldo Costa
Filho, fez uma fala firme contra a invasão da Ucrânia, posicionando o país de
maneira condenatória à agressão sofrida pelos ucranianos em seu próprio
território. Na votação, foi a favor da Resolução.
“Uma linha foi ultrapassada e
esse conselho não pode ficar silencioso. [Precisamos] buscar um espaço para o
diálogo”, disse Costa Filho. “O estratégico equilíbrio na Europa não dá à
Rússia o direito de ameaçar a soberania da Ucrânia ou de qualquer outro país”,
acrescentou. O representante do Brasil no conselho afirmou que as ações da
Rússia abalam a fé nas leis internacionais.
Linda Thomas-Greenfield,
representante dos Estados Unidos no Conselho de Segurança da ONU, defendeu a
aprovação do documento, e condenou a invasão de um país pelo outro “apenas
porque pode”. “Um país está invadindo o outro. Não há uma situação
intermediária. Países responsáveis não invadem seus vizinhos apenas porque
podem fazer isso. Vote sim se acha que a Rússia deve pagar por suas ações”.
Após o resultado, Thomas-Greenfield pediu novamente a palavra e mandou um recado para a Rússia, e seu representante no conselho. “Rússia, você pode vetar essa resolução, mas não pode calar as nossas vozes, não pode vetar o povo ucraniano e não pode vetar sua culpa nisso”.
A representante da Noruega,
Mona Juul, opinou que a Rússia não deveria ter votado, e sim decidido pela
abstenção, em razão do contexto do documento.
Ameaça à Finlândia
As tropas da Rússia avançam
rapidamente no território ucraniano, rumo à capital, Kiev. A expectativa é que
a capital seja tomada ainda na madrugada deste sábado (25). Enquanto isso, o
Ministério das Relações Exteriores da Rússia usou o Twitter para ameaçar a
Finlândia, com quem faz fronteira mais ao norte.
Pela rede social, lembrou o
país vizinho de seu compromisso de não alinhamento militar e fez ameaças caso
decida integrar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
“Consideramos o compromisso do governo finlandês com uma política de não
alinhamento militar como um fator importante para garantir a segurança e a
estabilidade no norte da Europa. A adesão da Finlândia à OTAN teria sérias
repercussões militares e políticas”.
Otan
A Otan é uma aliança militar
da qual 30 países são signatários e se comprometem a defender outro país-membro
caso este seja atacado. Ou seja, um ataque da Rússia a um país-membro, como a
Polônia, colocaria outros 29 países na guerra. Entre eles, Estados Unidos,
Reino Unido, Alemanha e França. A Ucrânia não é um país-membro e, por isso, tem
lutado sozinha contra um exército russo muito superior numericamente. Existem,
no entanto, tropas da Otan posicionadas em países vizinhos à Ucrânia, como
Lituânia, Polônia e Romênia.
Título e Texto: Marcelo
Brandão; Edição: Fábio Massalli – Agência Brasil, 25-2-2022, 21h38
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