Aparecido Raimundo de Souza
FALECEU, AOS 81 ANOS, em São Paulo, vítima de complicações com um AVC, o jornalista, cineasta e escritor carioca, ARNALDO JABOR [foto], vindo ao mundo, no pacato bairro do Rocha, Zona Norte desta Cidade Maravilhosa, aos 12 de dezembro de 1940. Era filho de Salomão Jabor, oficial da aeronáutica e da senhora dona Diva Hess.
Escreveu os livros “Amor é prosa,
sexo é poesia”, “Infância”, “Sanduíches de realidade”, “A Invasão das Salsichas
Gigantes”, “Amigos ouvintes”, “Brasil na cabeça”, “Eu sei que vou te amar”, e “Os
canibais estão na sala de jantar”, além de uma série de artigos enfaixados no
livro “O Malabarista”.
Arnaldo deixa os filhos Carolina
Jabor, Juliana Jabor, João Pedro Jabor e a única neta, a Alice Jabor Arraes,
essa jovem fruto do casamento de Carolina Jabor com Guel Arraes. Como cineasta,
Arnaldo Jabor produziu os filmes “O Circo”, “A Opinião Pública”, “Pindorama”,
“Toda Nudez Será Castigada”, adaptação de uma peça de Nelson Rodrigues, seguida
depois pelo “O Casamento”, de 1975, também de autoria de Nelson Rodrigues. Sua
vida como produtor de visão inusitada, não parou ai: vieram “A Suprema
Felicidade” e “Tudo bem”, entre outros.
Escreveu para o Jornal O Globo de 1995 a 2016, colaborando com artigos e crônicas semanais no Segundo Caderno. Algumas de suas escritas famosas: “O amor atrapalha o sexo”, “O Cinema Novo nasceu num botequim”, “A verdadeira vida”, “No Brasil o perigo está bem”, “Entrevista comigo mesmo”, “Só nos restam as maldições”, e “A volta da caretice”.
O corpo de Arnaldo será velado em
São Paulo (somente para familiares) e depois virá aqui para o Rio, onde poderão
participar de um segundo velório, amigos, artistas e admiradores que
trabalharam ou fizeram parte da sua intensa vida pública. Arnaldo será velado
no MAM, Museu da Imagem do Som, a partir das 13 horas.
Em seguida seu corpo será cremado. O
derradeiro trabalho de Arnaldo Jabor, levaria o nome de “O Delator”, de um
texto de Rubem Fonseca. Todavia, virá à público como “Meu último desejo,” obra
ainda em fase de finalização. Arnaldo Jabor deixa para todos nós, jornalistas e
escritores, uma saudade imensa, uma saudade grandiosa demais.
Por ser assim, a gente não consegue
contê-la, tampouco permitir que permaneça aprisionada, ou retida dentro da
alma. É uma saudade perene e imorredoura, que não se guarda e nem cabe no
coração. Ela simplesmente escorre pelos olhos da nossa infinita tristeza. Uma
melancolia ímpar que não vai embora e se perpetua como se fizesse parte do
nosso DNA.
Título e Texto: Aparecido
Raimundo de Souza, do Rio de Janeiro. 16-2-2022
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