Carina Bratt
UM PÉ CHEIO de imbecilidades
cresceria dentro de nós e daria frutos se, por acaso, por descuido ou desleixo
engolíssemos as sementes de um amontoado de asneiras e abobrinhas, ou qualquer
outra coisa semelhante sem sexo, ou sem pé nem cabeça? É difícil, amigas, mas
pode ocorrer. E, de fato, os mais ajuizados e prudentes, acreditam que tal
evento não é impossível de chegar à termo.
E como isso se daria? Se não nos policiarmos a cada minuto do dia, ou pior, se nos dedicarmos, de corpo e alma a assistirmos, dia e noite, as barbaridades, os disparates, as impudicícias e, claro, as ‘putarias’ do tal Big Brother Brasil, ou ‘BBB’, da Rede Globo, pode ser que escapemos da cracolândia embutida e disfarçada de reality show que estamos deixando entrar em nossos lares.
Tal programa (se é que essa
droga paralisante pode ser taxada de programa), em horário considerado nobre,
com um amontoado de empresas mostrando as fuças com seus produtos os mais
diversos, se colocarmos as mãos em nossas consciências, chegaremos à conclusão
de que o ‘BBB’ não passa de uma fornicação legalizada, de uma vadiação
aberrante, pior que as vadiagens ociosas acontecidas na bíblica Sodoma e
Gomorra.
Aliás, Sodoma e Gomorra, em
dias de agora, não chegaria aos pés do asqueroso ‘BBB’. Pior, tal ‘atração’,
não vai além de um ópio estimulado, adulterado e infame, atrelado aos
princípios daquilo que aprendemos como sendo os alicerces da boa conduta, da
educação como excelência, da formação moral e ética impecáveis, e, acima de
suspeitas e desconfianças.
O ‘BBB’, amigas, vocês podem
não levar à sério, mas essa infâmia descomedida nada mais é que uma bem bolada
avacalhação transmitida em tempo real e doentia, transmissora de um câncer
maligno e incurável, de uma mazela anunciada, onde um bando de estúpidos e
desqualificados se presta a mostrar as suas faces em busca de fama, do dinheiro
fácil e, sobretudo, instigados na rota da desonra, em mostrarem os corpos, como
matérias frágeis, produtos finais vendáveis, e de puras espurcícias.
A sustento da verdade, o ‘BBB’ deveria ser banido das nossas telinhas. Isso, logicamente, se o país em que vivemos, um cagalhão de segunda, apelidado de Brasil, não passasse de um enorme chiqueiro. Mesmo norte, de um imoderado pardieiro de vadios e desocupados, de pilantras e safardanas, onde a cada segundo consumido vemos aumentarem à níveis estratosféricos, as espontaneidades da insensatez na sua melhor forma de expressão.
Como, no mesmo apertar do
gatilho, as balas mortais das degenerescências aos alvos do caráter, da
honradez, do pundonor, da indecorosidade, mormente aos âmagos de pessoas que se
dizem ter senso prático e coerente do que é ‘certo e errado’. O errado é vermos
pernas e seios, traseiros e bundas, saradões e jovens vazios e destituídos,
desligados e divorciados das sentimentalidades daquilo que compõe o
bem-sacrifício maior e sagrado, ou seja, o AMOR INCONDICIONAL VOLTADO PARA SI
MESMO, OU O QUE DEVERIA SER PRESERVADO AO ENTORNO DA SUA PRÓPRIA VIDA
COTIDIANA.
Isso seria o errado, o
inadmissível. O certo e justo seria passarmos uma borracha em tudo e
desconhecermos definitivamente as chagas abertas, as úlceras supuradas que nos
consomem. ‘Mais mau’, em paralelo, é nos depararmos com um senhor jornalista
(que até então) particularmente o tínhamos na condição-convicta de uma criatura
séria, de repente, se prestar, se rebaixar, se deixar levar pelo desleixo da
profissão honorífica e descer tanto.
Mergulhar a ponto de, ao
escuro do fundo de um poço de águas turvas, passar a ser o âncora de um
turbilhão de chulices de putas e putos, grosso modo, amigas, larápios, ou
ladrões de seus atos mais dignos e aprumados. Falamos, obviamente, de Tadeu
Schmidt, ex do Fantástico e seus famosos e icônicos cavalinhos de todos os
finais de domingo. A nossa juventude perdeu a noção, o rumo. O público, em
geral, mandou para o ralo, as mestrias e os escrúpulos trazidos dos berços.
Toda essa galera ficou à
deriva, sem um porto seguro. A sociedade tão linda e brilhante se deixou ser
deflorada pelos esquizofrênicos pedófilos da hora. Com a mente voltada para
esse pensar desastroso, voltamos à pergunta feita no pórtico de ingresso dessas
minhas ‘Danações’ desse domingo. Um pé cheio de imbecilidades cresceria dentro
de nós e daria frutos benignos se, por acaso, por descuido ou desleixo
engolíssemos as sementes de um amontoado de asneiras ou abobrinhas, ou qualquer
outra coisa semelhante e sem nexo, ou sem pé nem cabeça?
Minhas amigas e leitoras,
acaso saberiam responder? Idênticas indagações coloco na berlinda: se, em
contrário, mandássemos para dentro um punhado de sementes da mais pura e
cristalina Felicidade, ao fim de algum tempo, teríamos um quadro de horrores?
As desgraças e os despautérios, ou, em oposto, desfrutaríamos das serenidades,
dos proveitos, das venturas, das empolgações e das virtudes crescendo
vertiginosamente dentro de nós como um porvir cálido e imutável?!
E não só crescendo, percebam,
se materializando como uma árvore frondosa nos enfeitando os jardins da alma e
do coração. Por derradeiro, raciocinem, amigas leitoras. Parem e pensem. Um pé
de abacaxi sobreviveria em nossas barrigas, se engulipássemos as sementes dessa
fruta??!! Ainda que todas nós fechássemos as barreiras de nossos duodenos,
tampássemos nossas bocas, de nada adiantaria.
Não teria nenhum sentido
prático. Nenhum valor real. Os nossos espíritos ou mais precisamente os nossos
estômagos, no dizer de Billy Goldberg ‘não são exatamente terrenos férteis ou
aptos para a sustentação propícia às coisas boas e sadias e engrandecedoras da
agricultura'.
Título e Texto, Carina
Bratt. De Vila Velha, no Espírito Santo. 6-2-2022
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