Entre outros motivos, big tech censurou
jornalista por propor debater os possíveis efeitos colaterais das vacinas
anticovid-19
Foto: Sergei Elagin/Shutterstock
Cristyan Costa
Na semana passada, o Twitter baniu a jornalista Paula Schmitt [foto], depois de ela
publicar uma série de posts que põem em xeque estratégias de combate à covid-19
e discorrem sobre remédios do tratamento precoce. Entre os posts mais recentes,
havia um link para um estudo que constatou os efeitos positivos da hidroxicloroquina contra
o novo coronavírus.
O motivo que o Twitter deu
para a “suspensão permanente” da jornalista foi que Paula Schmitt “violou
regras de desinformação sobre a covid-19”. Paula já havia sido suspensa outras
vezes.
A jornalista tem mestrado em Ciências Políticas e Estudos do Oriente Médio pela Universidade Americana de Beirute. Foi correspondente no Oriente Médio para o SBT e Radio France e colunista de política dos jornais Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo. Atualmente, assina uma coluna no site Poder 360.
1 — Por qual razão a
senhora foi banida do Twitter?
Porque me recuso a mentir e fingir que curandeirismo é ciência. Enquanto a mentira que favorece a “corporatocracia” é bem-vinda, a verdade que lhe desmascara é censurada. Para se ter ideia, desavergonhadamente, alguns tuítes continuam no ar, como, por exemplo, o do ex-governador de São Paulo João Doria, garantindo que a CoronaVac tem 100% de eficácia. Além disso, permanece no Twitter o post de Albert Bourla, CEO da Pfizer, assegurando que sua vacina contra a covid-19 também é 100% eficaz, mesmo tendo sido desmentido pelo fato de ele próprio estar contaminado com o coronavírus, após receber quatro doses. Finalmente, vemos a revista Piauí, outrora uma referência em jornalismo e não em estupidez, informar que o “risco de ser atingido por um raio é 13 vezes o de ter covid depois de se vacinar”.
2 — A velha mídia tem
cumprido seu papel de fiscalizadora da sociedade?
Não. A imprensa tradicional se
vendeu para os anunciantes, mas, agora, ela publica a propaganda como se fosse
jornalismo. Estamos testemunhando uma tragédia moral.
3 — Muitos usuários das
redes sociais têm denunciado censura por parte das big techs. Como
resistir a esse autoritarismo?
Diversificando os meios que
usamos para nos comunicar, algo que venho falhando em fazer por pura preguiça.
É natural que nos deixemos levar pelo meio mais popular, de maior alcance.
Pergunto-me, contudo, até que ponto corroborei a censura do Twitter, ao usar a
plataforma. Deve existir um equilíbrio: de um lado, usar uma plataforma como o
Twitter e atingir um público ignorante, que acredita em mentiras que foram
“lavadas” e transformadas em verdade pelo dinheiro e validação da mediocracia;
do outro lado, prestigiar e usar plataformas com menos audiência e mais
liberdade. É a síndrome do restaurante vazio: se ninguém se arriscar a entrar e
sentar primeiro, ninguém vai.
Enquanto a mentira que
favorece a “corporatocracia” é bem-vinda, a verdade que lhe desmascara é
censurada
4 — Por qual razão
tornou-se proibido falar sobre alguns assuntos nas redes sociais, como
possíveis efeitos colaterais das vacinas e remédios off label?
Quem tem dinheiro da compra de
bilhões de doses de vacinas, financiadas com o dinheiro suado de bilhões de
pessoas, tem poder suficiente para comprar leis, regras, apoio e likes.
Há um detalhe maravilhoso: quanto menos a vacina funciona, mais vende.
5 — Por que colegas da
imprensa tradicional chamam a senhora de “bolsonarista”?
Faz tempo que essas pessoas
abriram mão do intelecto. Pararam de ler, pensar e raciocinar. Seu cérebro foi
reduzido de tal maneira que perderam toda capacidade de complexidade analítica.
Hoje, só conseguem se comunicar com slogans. Num futuro próximo,
estarão debatendo por meio de emojis.
A maioria dos meus colegas
jornalistas não cobriram a pandemia, eles “acobertaram”
6 — Como você avalia a
cobertura da imprensa durante a pandemia?
Como a maior desgraça moral
que já presenciei na vida. Já cobri duas guerras, entrevistei o chefe do Mossad
e do Hezbollah, fiz reportagem em campos de refugiados palestinos, ganhei
prêmio nacional da Bandeirantes por reportagem de consumo de crack inclusive
em prisões, fiz meu TCC no Carandiru, onde peguei escabiose. Jamais vi tamanha
sujeira como a promovida pelo jornalismo corporatocrata nesta pandemia. A
maioria dos meus colegas jornalistas não cobriram a pandemia, eles
“acobertaram”.
7 — Se o ambiente nas redes
sociais está cada vez mais difícil para opiniões divergentes do establishment,
para onde correr?
Talvez para plataformas
baseadas em blockchain. Não sei dizer. É algo que precisa ser
debatido, e rápido, porque o dia que o “contraditório” morrer de vez, acabou a
civilização.
Título e Texto: Cristyan Costa, Revista Oeste, 20-8-2022, 9h
Acho que a Paula, uma das mais brilhantes jornalistas brasileiras, também foi censurada no Poder360. Seu artigo, que era sempre publicado às quintas-feiras, esta semana não saiu.
ResponderExcluirA censura, perdão, a "sensura" a cada dia renasce das cinzas, como aquela ave mitológica. Falar a verdade é proibido. O negócio é insistir e jamais desistir. Custe o que custar carecemos falar sempre a verdade, perdão, sempre propagar a mentira. Aqui vai uma verdade mentirosamente incontestável: "vivemos num país livre e "demoniacrático"".
ResponderExcluirAparecido Raimundo de Souza
da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro.