Pnad Contínua registra recorde de trabalhadores sem carteira assinada
Akemi Nitahara
A taxa de desocupação caiu para 9,1% no trimestre encerrado em julho, o que representa uma queda de 1,4 ponto percentual na comparação com o trimestre terminado em abril. O índice se igualou com o menor da série desde dezembro de 2015. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada hoje (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil |
O contingente de pessoas
ocupadas chegou a 98,7 milhões, um recorde na série histórica, iniciada em
2012. Porém, o nível de ocupação, que indica o percentual de pessoas ocupadas
na população em idade de trabalhar, caiu 1,1 ponto percentual, para 57%, na
comparação trimestral. Em relação ao trimestre encerrado em julho de 2021, a
queda foi de 4,1 pontos percentual.
A coordenadora de Pesquisas
por Amostra de Domicílios, Adriana Beringuy, explica que a queda no desemprego
foi influenciada pelas atividades de comércio, reparação de veículos
automotores e motocicletas, que registrou acréscimo de 692 mil pessoas (3,7%)
na comparação trimestral. E o setor administração pública, defesa, seguridade
social, educação, saúde humana e serviços sociais subiu 3,9%, com mais 648 mil
pessoas.
“Essas duas atividades, de
fato, foram destaques, mas cabe ressaltar que nenhum grupo de atividade
econômica apresentou perda de ocupação. Ou seja, todos os setores adicionaram
pessoas ao mercado de trabalho”, diz a coordenadora.
No confronto anual, apenas o
setor de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura não
aumentou o número de pessoas ocupada.
Trabalhadores sem carteira
bate recorde
De acordo com o IBGE, o número de empregados sem carteira assinada no setor privado bateu recorde da série histórica com o aumento de 4,8% em relação ao trimestre encerrado em abril, chegando a 13,1 milhões de pessoas.
Por outro lado, a taxa de
informalidade teve leve redução, ficando em 39,8% da população ocupada, com
39,3 milhões de pessoas, contra 40% no trimestre anterior. A população fora da
força de trabalho ficou estável em julho, com 64,7 milhões de pessoas.
Já a população que está
desalentada, ou seja, que não está ocupada nem procurando trabalho, caiu 5% no
trimestre e chegou a 4,2 milhões de pessoas. Na comparação anual, a queda
chegou a 19,8%, o que representa menos 1 milhão de pessoas. O percentual de
desalentados correspondeu a 3,7% da força de trabalho no trimestre encerrado em
julho.
O IBGE destaca que o acréscimo
de pessoas no mercado de trabalho foi disseminado entre as categorias de
emprego. O número de trabalhadores domésticos subiu 4,4% frente ao trimestre
anterior e registrou 5,9 milhões de pessoas. O número de empregadores chegou a
4,3 milhões de pessoas, aumento de 3,9%.
O número de empregados com
carteira de trabalho assinada no setor privado subiu 1,6% no trimestre e ficou
em 35,8 milhões de pessoas. Já a quantidade de trabalhadores por conta própria
foi de 25,9 milhões de pessoas, o que significa um crescimento de 1,3%. Os
empregados no setor público somaram 12 milhões no período analisado, um aumento
de 4,7% no trimestre.
Rendimento médio volta a
crescer
Depois de dois anos estagnado
ou em queda, o rendimento real habitual voltou a crescer e chegou a R$ 2.693 no
trimestre encerrado em julho. Adriana Beringuy explica que o aumento foi de
2,9% em relação ao trimestre anterior, embora 2,9% menor que no mesmo período
de 2021. “A última vez que houve crescimento significativo foi há exatos 2
anos, no trimestre encerrado em julho de 2020”, lembra.
Os dados da Pnad Contínua
indicam que o aumento no rendimento foi puxado pelos empregadores, que tiveram
incremento de 6,1%, ou mais R$ 369; dos militares e funcionário público
estatutário, com aumento de 3,8%, ou mais R$ 176; e dos trabalhadores por conta
própria, cujos rendimentos subiram 3% ou R$ 63.
A massa de rendimento real
habitual foi R$ 260,7 bilhões, um aumento de 5,3% frente ao trimestre encerrado
em abril e de 6,1% na comparação com o trimestre encerrado em julho de 2021.
Título e Texto: Akemi
Nitahara; Edição: Lílian Beraldo – Agência Brasil, 31-8-2022, 11h27
Desemprego no Brasil recua para 9% em julho
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