Rodrigo Constantino
“A hipocrisia é a homenagem
que o vício presta à virtude”, disse o duque La Rochefoucauld. O moralista
francês resumiu com perfeição quando alguém tenta sinalizar uma falsa virtude,
lembrando que ele, ao menos, sabe o que é a virtude em questão. Daí a
hipocrisia, o cinismo, o fingimento.
A esquerda em geral é toda
cínica, fingida, e o motivo é simples: ela precisa ocultar sua real agenda
radical e revolucionária, pois sabe que se expor tudo de forma transparente,
jamais vence uma eleição.
O presidente Bolsonaro
comentou sobre os recentes esforços petistas de enganar os desatentos: “Soube
que o PT agora reza o Pai Nosso e usa bandeiras do Brasil em seus eventos. É um
bom começo. Só falta parar de defender aborto, drogas, ideologia de gênero,
desencarceramento, controle da mídia/internet, ladrões de celular,
financiamento de ditaduras e diálogos cabulosos”. No alvo!
Petistas aparecem em missas de
quatro em quatro anos, sempre às vésperas da eleição. Ciro Gomes deixou
qualquer pudor para trás e apareceu todo teatral numa atividade solene,
carregando objetos sagrados, o mesmo que diz que é preciso ter controle social
e o fim da ilusão "moralista".
A cor da bandeira que costumam
empunhar é vermelha, mas o tom começa a desbotar para o amarelo perto de pedir
votos. Se a esquerda fosse sincera, ela deixaria bem claro que despreza o
patriotismo, visto como um sentimento “pequeno burguês” ou mesmo fascista.
Se fosse transparente, a esquerda diria que odeia a polícia, que prefere os bandidos, lembrando que sempre age para abrandar punições aos marginais enquanto demoniza a atuação policial e sua “letalidade”. Os partidos de esquerda votaram contra o fim das "saidinhas", essa indecência que acaba levando à fuga de vários criminosos. Mas detonar a polícia e enaltecer os bandidos não rende muitos votos, e a esquerda sabe disso. Por isso muda seu discurso em época eleitoral.
O manto da “democracia” é
outra enorme farsa esquerdista. Assinam cartinhas sem qualquer coerência, uma
vez que sempre defenderam ditaduras comunistas, e até hoje o PT de Lula apoia o
tirano Maduro na Venezuela, isso sem falar da relação umbilical com
Cuba. Ou fazem pior: forjam assinaturas, como denunciou Paulo Skaf,
ex-presidente da Fiesp, que teve seu nome incluído sem seu consentimento na
cartinha lulista.
Tudo na esquerda é jogo de
aparências, é uma farsa calculada para enganar os trouxas. E como notamos essa
mudança abrupta de discursos nas semanas que antecedem eleições, podemos
concluir que a esquerda sabe muito bem o que são virtudes, mas prefere
rejeitá-las por ideologia, oportunismo ou canalhice mesmo.
A tentativa da esquerda é ir
comendo pelas beiradas, colocando aos poucos suas verdadeiras pautas, para a
população ir se acostumando sem muito choque. É como a situação do sapo
escaldado. Se a esquerda apresentasse seu verdadeiro projeto de uma só vez,
todos sairiam correndo, assustados - e com toda razão. Ela sabe disso. E por isso
vai cozinhando lentamente suas vítimas, insistindo em seu teatro farsesco, até
que um dia os otários acordem na Venezuela: como foi que isso aconteceu?!
Título e Texto: Rodrigo
Constantino, Gazeta do Povo, 15-8-2022, 9h24
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-