O intuito é intimidar quem quer que ouse apoiar Bolsonaro, em particular, ou a direita em geral
Rodrigo Constantino
Um grupo fechado de WhatsApp, com alguns grandes empresários, teve suas conversas vazadas e publicadas pelo site Metrópoles. Nessas conversas informais, esses empresários se mostravam muito preocupados com a situação institucional no Brasil, com o risco da volta de Lula e sua quadrilha por meio de malabarismos supremos, e, em alguns momentos de maior revolta ou desabafo, um ou outro chegou a falar que uma intervenção militar seria uma alternativa menos pior.
Faço parte do grupo, e sempre
entendi, dentro do contexto, que o ponto essencial é o desespero com o
verdadeiro golpismo em curso em nosso país. Mas o “jornalista” tirou tudo do
contexto, para pintar um quadro de conspiração golpista e antidemocrática por
parte desses empresários. Imediatamente após a publicação, já tínhamos figuras
como o senador Randolfe Rodrigues e o candidato Ciro Gomes pedindo até a prisão
desses empresários!
A esquerda não brinca em
serviço. E o jogo é bruto, companheiro. O intuito aqui é claro: intimidar
qualquer empresário ou indivíduo que ousarem apoiar Bolsonaro. Se nem mesmo
grandes nomes, alguns bilionários, em conversas privadas num clube fechado,
estão protegidos desse tipo de achaque, então todos podem ter vidas destruídas
se resolverem se manifestar de forma mais veemente numa conversa de botequim.
O grupo não tem qualquer estrutura ou organização hierárquica, nenhuma ação prática derivada das conversas, nada parecido com uma célula terrorista, como um MST, MTST ou os black blocs. São apenas empresários debatendo sobre política, e alguns mais ativos destilando sua revolta com o quadro atual do país, que é mesmo revoltante pelo grau de ativismo político do Poder Judiciário, em particular do STF. Conversas privadas, reforçando. Transformaram isso num bloco golpista que atenta contra a democracia, nas narrativas midiáticas.
Enquanto isso, a revista Piauí,
de Moreira Salles, publicou “reportagens” atacando a Jovem Pan, tradicional
rádio que virou emissora de TV neste ano e já ocupa o segundo lugar em
audiência. A Jovem Pan tem sido alvo de inúmeros ataques, pois é o único grande
veículo de comunicação, além da Gazeta do Povo na parte do
jornalismo, que preserva um debate efetivamente plural. Isso não pode ser
tolerado por quem morre de saudades dos tempos de hegemonia esquerdista na
velha imprensa.
Há
mais petista na Jovem Pan do que conservador em todas as
demais emissoras somadas!
A denúncia é que a Jovem Pan
se “vendeu” para o governo Bolsonaro. Caio Coppolla esclareceu o absurdo e
engoliu a velha imprensa, porém, ao citar como exemplo a Folha de
S.Paulo, parceira editorial da revista Piauí. O grupo Folha recebeu
quase R$ 1 bilhão de verbas da Secom durante os governos petistas, e a grita é
diretamente proporcional ao fechamento das torneiras. Já a Jovem Pan
recebeu mais recursos anuais durante os anos petistas do que
no governo Bolsonaro.
No mais, se a Jovem Pan fosse
mesmo paga para “defender o bolsonarismo”, seria importante explicar a presença
de tantos esquerdistas antibolsonaristas na emissora. Afinal, há mais petista
na Jovem Pan do que conservador em todas as demais emissoras
somadas! É um fenômeno parecido com o observado nos Estados Unidos, onde todas
as emissoras são extensões do departamento de marketing do Partido Democrata, e
se unem para demonizar a única emissora mais equilibrada, a Fox News, chamada
de “republicana” mesmo tendo mais comentaristas democratas do que há de
conservadores em todas as demais juntas. Quem é plural?
Mesmo esta jovem Revista Oeste já
foi alvo da tentativa de assassinato de reputação. No caso, por uma “agência de
checagem”, essa aberração da era moderna, uma espécie de extensão da velha
imprensa com uma aura de Ministério da Verdade, ainda que tocado por
estagiários idiotas. Oeste meteu processo e venceu: a agência
que acusou a revista de espalhar fake news é quem tinha
disseminado mentira. Oeste incomoda justamente porque dá
espaço para colunistas que ousam pensar fora da cartilha esquerdista.
Há, ainda, as milícias
digitais, os grupos fascistoides, como o Sleeping Giants, que são usados para
pressionar empresas que se recusam a pagar pedágio ao politicamente correto,
que se negam a abandonar o foco em seu negócio para transformar suas empresas
em instrumentos de lacração esquerdista. São chacais e hienas dispostos a
partir para o ataque ao menor sinal de comando de seus chefinhos.
O modus operandi é
conhecido: os tucanopetistas, que tinham hegemonia na velha imprensa, se
infiltram em grupos fechados de WhatsApp e usam seus veículos de comunicação
para rotular, difamar e detonar todo conservador. O intuito é intimidar quem
quer que ouse apoiar Bolsonaro em particular ou a direita em geral. O recado é
bem claro: se você for por esse caminho independente, colocaremos todo o
aparato poderoso contra você, para destruir sua vida, assassinar sua reputação.
Muitos cedem, infelizmente.
O propósito da esquerda é
criar uma espiral de silêncio para abafar a voz da direita. A esquerda, afinal,
não sobrevive muito bem em ambiente livre e plural, onde os conservadores podem
apontar para todas as suas falácias e contradições. A esquerda precisa da
censura e do autoritarismo, ainda que velado. Mas tudo isso em nome da
diversidade e da pluralidade, claro…
Título e Texto: Rodrigo
Constantino, Revista Oeste, nº 126, 19-8-2022
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