Pesquisadores lamentam que o remédio tenha sido desacreditado pela comunidade científica
Cristyan Costa
O periódico científico Revista
Europeia de Epidemiologia publicou no último dia 9 uma revisão de estudos sobre
a possível eficácia da hidroxicloroquina na prevenção da covid-19. O estudo
selecionou 88 pesquisas, que passaram por um filtro, restando 11 trabalhos:
·
Sete que administraram a substância antes de a
pessoa ter tido contado com o novo coronavírus;
·
Quatro em que as pessoas tomaram
hidroxicloroquina depois da infecção.
A seleção desses 11 trabalhos
incluiu apenas estudos conhecidos como “padrão ouro” das pesquisas com
medicamentos: randomizados, controlados por placebo, duplo cego. Nesse
tipo de estudo, a administração do medicamento é aleatória: parte do grupo
recebe placebo (como uma pílula de farinha, sem efeito), e a outra recebe o
remédio em teste, mas nem o paciente, nem o pesquisador sabem o que está sendo
administrado.
O levantamento com sete pesquisas mostrou que os pacientes que tomaram o remédio antes da infecção apresentaram redução de 28% no risco de agravamento da covid-19. Já a análise dos quatro estudos informou que os resultados são praticamente nulos.
Entre os cinco autores, dois
são da Universidade de Harvard, uma das mais conceituadas do mundo. Um deles é
o cientista Xabier Garcia-De-Albeniz, líder do estudo e pesquisador Associado
do Departamento de Epidemiologia da Universidade. Outro é Miguel Hernan, Membro
do Corpo Docente em epidemiologia e bioestatística da Harvard-MIT Division of
Health Sciences & Technology, além de ser diretor do CAUSALab, uma entidade
de Harvard que visa a orientar políticas públicas.
Os pesquisadores lamentaram a
falta de mais trabalhos científicos sobre o caso. “No início da pandemia, houve
uma conclusão prematura de que a hidroxicloroquina não tinha efeito
profilático, quando a conclusão correta seria que o efeito estimado era muito
impreciso”, informa o estudo.
O texto cita pesquisas sobre a
hidroxicloroquina do começo da pandemia de covid-19, com amostragem pequena,
que eram contestadas em relação ao desenho experimental. À época, a droga foi
desacreditada pela comunidade científica e por veículos de mídia, que chamaram
os defensores do remédio de “negacionistas”. Para os autores do estudo, isso
não deveria ter ocorrido.
Título e Texto: Cristyan
Costa, Revista Oeste, 12-8-2022, 10h47
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-