Moradores acusam Prefeitura de descumprir
decretos que limitam o barulho; um ensurdecedor forró foi de fato autorizado, e
está deixando os moradores loucos
Amanda Raiter
Tradicional point boêmio
do Flamengo, a Praça São Salvador tem sido palco
de crescentes transtornos a moradores e vizinhos por causa da quase permanente
desordem urbana. Segundo a Associação de Moradores do Flamengo e
Adjacências (Ama Flamengo), há decretos relacionados a perturbação do
sossego e de limitação à colocação de mesas nas calçadas que são descumpridos
seguidamente e parece que a Associação e a Subprefeitura da Zona Sul não
estão na mesma sinfonia.
De acordo com a presidente da Ama
Flamengo, Isabel Franklin, os moradores passaram a ser
brindados com um ensurdecedor forró de som amplificado todas as sextas e agora
também o jazz, que acontece toda quinta-feira, passou a amplificar o som. “Estamos
esgotados de barulho e queremos que nosso decreto do som amplificado seja
respeitado. O maior absurdo é que a prefeitura tirou eles da classificação de
Artistas de rua e deu autorização. Temos atualmente muitos espaços ociosos em
que os shows dos artistas de rua podem ser estimulados assim como foodtruck e
ambulantes. Ninguém consegue assistir aula online, descansar, ver uma
televisão, e nem conversar com o barulho”, conta.
De dia, até passear pela praça se tornou um sufoco. Segundo Isabel, mesas e cadeiras atrapalham o logradouro e o piso em pedra está todo quebrado; inclusive em pontos de acessibilidade. “As mesas ocupam quase toda calçada; Fica um perigo”, diz.
Já a Subprefeitura da Zona Sul
nega que houve mudança em relação ao decreto que disserta sobre a apresentação
de artistas de rua na Praça São Salvador. Os artistas continuam podendo se
apresentar na praça desde que não haja utilização de caixa de
som ou amplificador. Sobre a realização do forró, o órgão informa que foi
autorizado via sistema Carioca Digital como acontece com
qualquer evento realizado na cidade, envolvendo assim todos os órgãos
municipais competentes para que possam realizar o devido acompanhamento. “Autorizamos
a realização do evento até as 22 horas seguindo os trâmites formais para a
realização de eventos na cidade e comunicamos a SEOP (Secretaria de Ordem
Pública) para que o monitoramento ao evento aconteça garantindo a
desmobilização após as 22 horas”, explica Flávio Valle,
subprefeito da Zona Sul.
O órgão ainda completou que a
revitalização da São Salvador está prevista para iniciar esse mês. Forró no
ouvido dos outros….
Título e Texto: Amanda Raiter, Diário do Rio, 2-6-2023
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