Vasco da Gama tem adotado um estilo com linhas mais altas nos últimos jogos, mas resultados não foram os esperados
Altair Alves
Qualquer torcedor, se perguntado, dirá que prefere seu time marcando em pressão, no campo adversário e buscando o gol a todo momento. Porém, a realidade é um pouco mais complexa: num futebol competitivo como o brasileiro, é preciso fazer apostas certas sobre quando é válido propor o jogo, ou seja, tentar ter a bola e tomar a iniciativa de ataque, e quando é necessário ser reativo, se defender para esperar o erro do adversário. Esse é um dilema que o Vasco e seu técnico, Rafael Paiva, têm enfrentado nesta reta final de temporada.
Foto: Paulo Pinto |
Paiva falou abertamente em
suas duas últimas entrevistas coletivas sobre as mudanças que tenta implementar
na equipe, que jogou com linhas mais avançadas e marcando nos campos de
Cruzeiro e Atlético-MG, fora de casa, por Brasileirão e Copa do Brasil, respectivamente.
Um estilo de jogo que tornou o Vasco um visitante mais perigoso, mas que também
criou riscos.
Sequência complicada
No recorte dos últimos cinco
jogos, que incluem Palmeiras, Flamengo e Vitória pelo Brasileirão, mais os dois
duelos com o Athletico pela Copa do Brasil, trecho do calendário dos mais
difíceis para o Vasco no ano (apenas um compromisso, contra os paranaenses, foi
em São Januário), o time venceu duas partidas, perdeu duas e empatou uma, com a
classificação às semifinais do torneio mata-mata acontecendo nesse ínterim.
Essa versão mais reativa não teve números de brilhar os olhos, mas compensou relativamente bem no mais importante, os resultados. Em cálculo baseado em dados do site de estatísticas Sofascore, o cruzmaltino teve as seguintes médias nesses últimos cinco jogos:
·
46,8% de posse de bola
·
Um gol marcado e um sofrido por jogo
·
9,6 finalizações realizadas contra 16,2 sofridas
·
3,2 finalizações no gol contra 4 sofridas
·
Uma grande chance criada por partida contra 2,6
dos adversários
Próximo passo
Já o Vasco que invade o campo
rival e procura criar no ataque, mais aparente nos dois últimos jogos, contra
Cruzeiro e Galo, mexeu com algumas tendências: o time passou a ter um pouco
menos a bola (44 e 38%, respectivamente), sofreu mais gols (três em dois
jogos), manteve a média de gols marcados e variou nas finalizações e grandes
chances: contra o Cruzeiro, jogo em que ficou com um a menos nos últimos 19
minutos, criou e acertou mais o gol, próximo do rival (15 a 13 para os mineiros
em finalizações, sendo 6 a 4 nas no gol). Teve duas grandes chances contra uma
do time celeste.
Já contra o Galo, viu momentos
de domínio do time da casa, que finalizou 13 vezes contra 7 do cruzmaltino (6 a
1 nas que foram no gol) e criou 4 grandes chances contra nenhuma do Vasco.
Partidas distintas, de empate e derrota, que mostram que o time ainda se
acostuma com essa nova proposta.
– Sabemos que o próximo passo
é ter mais o controle do jogo com a bola. Em alguns momentos conseguimos, mas
oscilamos dentro da partida. Conseguimos ter boas transições, fizemos um gol de
contra-ataque, que é uma marca do Vasco. A gente consegue quebrar pressão em
alguns momentos, mas não o jogo todo — analisou Paiva após a derrota para o
Galo.
Essa nova proposta oferece os
riscos dos erros individuais e perdas de bola (que exigem bastante fisicamente
na recuperação), bem mais perigosos com as linhas altas, como o cruzmaltino viu
contra o Galo. Ao mesmo tempo, potencializa o futebol dos jogadores de
velocidade, como Emerson Rodríguez, e dos criadores, como Coutinho e Payet.
Além de isolar menos Vegetti no ataque.
Com 11 rodadas de Brasileirão
e uma semifinal de Copa do Brasil em desvantagem pela frente, o Vasco pesa os
benefícios e os riscos de duas identidades distintas.
Fonte: O Globo
Título e Texto: Altair Alves, Vasco Notícias, 4-10-2024
Neto reforça opinião e aponta os 2 finalistas da Copa do Brasil
Vasco inicia preparação para enfrentar o Juventude e pode usar time alternativo
Denilson valoriza postura do Vasco e faz previsão para o 2º jogo contra o Atlético-MG
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-