sábado, 1 de março de 2025

Combate dos Chefes, na Sala Oval: Trump e Vance levam Zelensky ao tapete, em direto para a audiência global


Paulo Hasse Paixão

Na tarde de sexta-feira assistimos àquele que deverá ter sido o momento mais tenso e espectacular da história dos directos televisivos, pelo menos no que diz respeito à cobertura de eventos políticos e diplomáticos.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky iniciou uma discussão acesa com o vice-presidente J.D. Vance na Sala Oval, durante uma conferência de imprensa sobre um acordo pendente relativo à exploração de recursos naturais ucranianos como compensação do apoio financeiro que os EUA têm prestado ao país do leste europeu, o que levou o presidente Donald J. Trump a intervir energicamente contra o comportamento “muito desrespeitoso” do líder ucraniano.

Ao responder a uma pergunta da imprensa, Vance disse que a diplomacia pode ser “o caminho para a paz e o caminho para a prosperidade”, antes de Zelensky recordar o início do conflito entre a Ucrânia e a Rússia em 2014 e perguntar-lhe sarcasticamente:

“De que tipo de ‘diplomacia’, J.D., está a falar? O que é que quer dizer com isso?”.

Vance respondeu em tom firme, dizendo que era “desrespeitoso” atacar a administração Trump nesses termos e à frente da imprensa, enquanto Zelensky continuava a desafiá-lo sobre sua incompreensão dos problemas da Ucrânia. Quando Zelensky começou a dar sermões a Vance sobre as consequências negativas que sentiria se o conflito atravessasse o seu “belo oceano”, Trump perdeu completamente a paciência e elevando a voz, afirmou:

“Não nos diga o que vamos sentir. Não está em posição de ditar o que vamos sentir. Não está numa boa posição. Não tem as cartas neste momento.”

Zelensky ripostou, dizendo que “não estava a jogar às cartas”, ao que Trump respondeu:

“Está a jogar às cartas. Está a jogar com a vida de milhões de pessoas. Está a jogar com a Terceira Guerra Mundial. E o que está a fazer é muito desrespeitoso para com o país, este país, que o apoiou muito mais do que muitas pessoas deveriam ter apoiado”.

Lembrando como Zelensky fez campanha para Kamala Harris na Pensilvânia em 2024., Vance perguntou-lhe:

“Em toda esta reunião, disse ‘obrigado’ uma vez?”

Donald Trump acrescentou ainda, em termos inequívocos, que ele “não estava a ganhar” e que muito menos ganharia fosse o que fosse sem o apoio da Casa Branca, elogiando a bravura dos soldados ucranianos, mas enfatizando sua dependência de equipamentos americanos.

“O vosso povo está a morrer. Estão a ficar sem soldados… E depois dizem: ‘Não quero um cessar-fogo, não quero um cessar-fogo’. Dei-vos poder para serem duros e não creio que fossem duros sem os Estados Unidos. A vossa gente é muito corajosa, mas ou fazem um acordo, ou nós saímos”.

Eis os dez minutos mais tensos da história da televisão:

Depois de ter tratado Keir Starmer como tratou, Donald Trump parece estar a tomar o gosto destas sessões de pancadaria na sala oval, perante os olhos do mundo. E a embaixadora da Ucrânia nos EUA nem queria acreditar no cataclismo a que estava a assistir.

Logo depois do combate de chefes, o Presidente americano publicou esta singela e lapidar mensagem nas redes sociais:

Sabemos que Zelensky é perito na sobrevivência política, mas dificilmente sairá deste buraco onde se enfiou perante a plateia global.

Título e Texto: Paulo Hasse Paixão, ContraCultura, 1-3-2025 


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