Paulo Hasse Paixão
Na tarde de sexta-feira
assistimos àquele que deverá ter sido o momento mais tenso e espectacular da
história dos directos televisivos, pelo menos no que diz respeito à cobertura
de eventos políticos e diplomáticos.
O presidente ucraniano
Volodymyr Zelensky iniciou uma discussão acesa com o vice-presidente J.D. Vance
na Sala Oval, durante uma conferência de imprensa sobre um acordo pendente
relativo à exploração de recursos naturais ucranianos como compensação do apoio
financeiro que os EUA têm prestado ao país do leste europeu, o que levou o
presidente Donald J. Trump a intervir energicamente contra o comportamento
“muito desrespeitoso” do líder ucraniano.
Ao responder a uma pergunta da
imprensa, Vance disse que a diplomacia pode ser “o caminho para a paz e o
caminho para a prosperidade”, antes de Zelensky recordar o início do conflito
entre a Ucrânia e a Rússia em 2014 e perguntar-lhe sarcasticamente:
“De que tipo de
‘diplomacia’, J.D., está a falar? O que é que quer dizer com isso?”.
Vance respondeu em tom firme,
dizendo que era “desrespeitoso” atacar a administração Trump nesses termos e à
frente da imprensa, enquanto Zelensky continuava a desafiá-lo sobre sua
incompreensão dos problemas da Ucrânia. Quando Zelensky começou a dar sermões a
Vance sobre as consequências negativas que sentiria se o conflito atravessasse
o seu “belo oceano”, Trump perdeu completamente a paciência e elevando a voz,
afirmou:
“Não nos diga o que vamos
sentir. Não está em posição de ditar o que vamos sentir. Não está numa boa
posição. Não tem as cartas neste momento.”
Zelensky ripostou, dizendo que “não estava a jogar às cartas”, ao que Trump respondeu:
“Está a jogar às cartas.
Está a jogar com a vida de milhões de pessoas. Está a jogar com a Terceira
Guerra Mundial. E o que está a fazer é muito desrespeitoso para com o país,
este país, que o apoiou muito mais do que muitas pessoas deveriam ter apoiado”.
Lembrando como Zelensky fez
campanha para Kamala Harris na Pensilvânia em 2024., Vance perguntou-lhe:
“Em toda esta reunião,
disse ‘obrigado’ uma vez?”
Donald Trump acrescentou
ainda, em termos inequívocos, que ele “não estava a ganhar” e que muito menos
ganharia fosse o que fosse sem o apoio da Casa Branca, elogiando a bravura dos
soldados ucranianos, mas enfatizando sua dependência de equipamentos americanos.
“O vosso povo está a
morrer. Estão a ficar sem soldados… E depois dizem: ‘Não quero um cessar-fogo,
não quero um cessar-fogo’. Dei-vos poder para serem duros e não creio que
fossem duros sem os Estados Unidos. A vossa gente é muito corajosa, mas ou
fazem um acordo, ou nós saímos”.
Eis os dez minutos mais tensos
da história da televisão:
Depois de ter tratado Keir
Starmer como tratou, Donald Trump parece estar a tomar o gosto destas
sessões de pancadaria na sala oval, perante os olhos do mundo. E a embaixadora
da Ucrânia nos EUA nem queria acreditar no cataclismo a que estava a assistir.
The Ukrainian ambassador to the U.S. appears to be the only one who truly realizes how much harm Zelensky just caused by recklessly challenging Trump and his administration. pic.twitter.com/J80mGBwZRe
— I Meme Therefore I Am 🇺🇸 (@ImMeme0) February 28, 2025
Logo depois do combate de
chefes, o Presidente americano publicou esta singela e lapidar mensagem nas
redes sociais:
JUST IN - Trump says that Zelensky is not ready for peace and disrespected the United States of America. pic.twitter.com/QOLQtVpJB1
— Disclose.tv (@disclosetv) February 28, 2025
Sabemos que Zelensky é perito na sobrevivência política, mas dificilmente sairá deste buraco onde se enfiou perante a plateia global.
Título e Texto: Paulo Hasse Paixão, ContraCultura, 1-3-2025
Zelensky Picked His Fight With Trump & Vance After Getting Cold Feet About Making Peace
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