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Foto: AD |
Haroldo P. Barboza
Sabemos que a massificação do
esporte é um fator de alta importância para educar populações, que aprendem a
respeitar regras e não “aplica” para “se dar bem”. Mas esta diretriz não
interessa ser adotada num país onde políticos se perpetuam justamente pela
ignorância do povo.
Não devemos menosprezar nossos
atletas pela baixa quantidade de medalhas que obtivemos em Londres 2012 (que
superou a China 2008). Isto apenas reforçará o processo mundial que tenta nos convencer
que nosso povo faz parte do grupo de nações que não possuem forças para
reverter sua qualidade de vida. Na verdade ele não sabe lutar por seus ideais
pois a Natureza sempre foi generosa e lhe forneceu alimentação de forma fácil,
sem muita luta.
Certamente ficamos ansiosos
por obter medalhas nas competições que mais apreciamos e praticamos com alguma
habilidade.
Com certeza cada um deles
ficou mais abalado que qualquer um de nós, pois a subida no pódium, além da
emoção em ver seu nome eternizado, representa uma oportunidade ímpar de abrir
portas para fabulosos contratos de propaganda que oferece a cada um, uma
condição financeira estável para suas vidas.
Para amenizar, vamos enxergar
pelo lado positivo.
Se nossa pátria tivesse ficado
entre a quinta e décima colocada, nossos governantes se aproveitariam deste
entusiasmo para usar tal evento nas próximas eleições, alegando que nosso
“sucesso” teria sido fruto dos seguintes fatores (sem ordem específica):
- nosso PIB está num patamar
fenomenal, apesar da condição de miserabilidade da maior parte da população;
- nosso serviço de saúde
pública está entre os cinco “primeiros” do mundo, apesar da falta de médicos em
quantidade adequada, falta de equipamentos, medicamentos, higiene e conservação
das instalações prestes a desmoronar;
- nossa educação gratuita ser
de “alta qualidade”, apesar da “alfabetização” pública se resumir a habilitar o
aluno acima de 10 anos a escrever seu próprio nome, “ler” placa de porta de
banheiro, linha de ônibus (*) e nome de programa de tv (**);
(*) = se mudarem a cor do
ônibus, o “leitor” pegará transporte trocado;
(**) = se trocarem o logotipo
do Big Besta Brasil o “anestesiado” vai perder um episódio de alta “cultura”;
- nossos centros de
treinamento serem de primeiro mundo, apesar dos atletas terem de se deslocar
por dezenas de quilômetros para treinar após pesadas jornadas de trabalho e
transitarem em vestiários inundados, com pouca luz, sem armários para guarda de
pertences e outras mazelas.
Os poucos atletas que se
destacaram (não considerando iatismo e hipismo) o fizeram por um esforço
heroico. Depois de toda uma infância com baixo teor de vitaminas, doenças de
vários tipos e dificuldade em ler as teorias sobre sua atividade esportiva, conseguem
um patrocínio nos dois anos que antecedem a disputa, depois de 8 ou 10 anos de
prática com tênis esfolados pelas pistas esburacadas onde treinam até pelas
madrugadas sem agasalhos.
Que cada um destes heróis
possa perceber que aos governantes só servem como trampolim eleitoral.
Que tenham a certeza que cada
um de nós torce para que ainda possam nos oferecer algumas alegrias com suas
conquistas. E que de alguma forma, possam orientar as futuras gerações.
Para eles, uma medalha (sob
forma de mensagem mental) de ouro.
A medalha de prata fica para
seus dedicados treinadores que também precisaram acordar cedo, percorrer
quilômetros inúteis sob condições adversas e sofreram tanto quanto seus
pupilos.
Os menos céticos poderão
alegar que nosso fiasco em 2012 se deve a um único fato: falta de investimento
responsável pelos governantes na formação de atletas desde a infância.
Eu vou mais longe: por parte dos governantes falta seriedade e vontade na formação
de cidadãos conscientes.
Para aqueles sonhadores que
acreditam e votam no mesmo bando há mais de 30 anos, uma medalha de bronze,
como incentivo para despertar destas ilusões fabricadas pela TV.
Nosso agradecimento especial
ao Mano, que não permitiu que nosso esporte mais forte fosse usado com fins
escusos pelas ratazanas do poder.
Com certeza ele merece uma
medalha de menção honrosa (pode ser de alumínio mesmo).
Para os legisladores
aproveitadores da boa-fé popular, uma me(r)dalha cunhada com as fezes que eles
produzem ao longo de seus mandatos.
A partir de agora nossos
serviços públicos vão piorar, pois os cofres públicos vão destinar altas verbas
para nosso país exibir boa imagem em 2016. Claro que grandes parcelas destas
verbas continuarão sendo desviadas para os “atletas” da corrupção!
Nossa sociedade é um colosso.
Sobrevive no fundo do poço.
Autor dos livros: Brinque e cresça feliz / Sinuca de bico na cuca
Título e Texto: Haroldo P. Barboza - RJ/Vila Isabel
Matemática (infantil) / Informática e diversão para 2,5a. idadeAutor dos livros: Brinque e cresça feliz / Sinuca de bico na cuca
Caro Haroldo
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Sarah Menezes |
A 100ª medalha do Brasil na
história dos Jogos, conquistada com a menina do boxe, Adriana Araújo, de 31
anos. A baiana reluziu com seu bronze na estreia das mulheres em Olimpíadas,
ofuscando a prata da seleção milionária de futebol, cheia de celebridades, não
jogadores. O brilho da superação, ouro para as meninas do vôlei e outra menina
nordestina, a pernambucana Yane Marques, competindo com cavalo velho, fecha com
bronze a participação do Brasil.
Além das celebridades do
futebol, o maior fiasco brasileiro foi da paulista Fabiana Murer, que desistiu
de saltar por causa do vento, que era para todas, sendo eliminada. Em Pequim já
havia atribuído a troca de suas varas para o seu desastroso desempenho.
Mas o vexatório desempenho do
Brasil na Olimpíada de Londres não é nenhuma surpresa. O país ficou atrás de um
país chamado Cazaquistão 7 ouros e do Irã que faturou 4 ouros. Sim... do Irã!
Considerando as ausências de
vários países capitalistas que aderiram aos EUA no maior boicote da história
olímpica em Moscou-1980 e de outros tantos países do antigo bloco socialista
que boicotaram Los Angeles-1984, levando estes Jogos a um esvaziamento que
afetou bastante o nível técnico de diversas modalidades. O país verde e amarelo
faturou em toda a sua história olímpica, 5 ouros olímpicos a mais de apenas um
único atleta dos Estados Unidos.
O COB investiu no esporte
brasileiro nos últimos anos cerca de R$ 3 bilhões. Investiu tudo isso e daí
podemos medir apenas nas braçadas de Michael Phelps (18 ouro, 2 prata e 2
bronze) o incrível descompasso do esporte olímpico brasileiro.
De varas e ventos, o tempo vai
passando e o Brasil vem se consolidando e consagrando na verdade máxima que,
apesar de todo esse investimento muito mal investido no esporte brasileiro,
idêntico com o que acontece na política, com o que se investe na saúde,
educação, segurança... Boa parte dessa grana não chega no atleta e para no meio
do caminho, desviado para o ralo da corrupção, desperdiçando por décadas e
décadas as incríveis chances e as oportunidades de ouro de melhorar a sua
infraestrutura e preparar o país para um novo patamar de crescimento.
E dá-lhe mais, muito mais
bilhões para a Copa 2014 e Rio 2016.
Salve o Brasil!
Plínio Sgarbi
"Sou brasileiro e não
desisto nunca." Outra mentira. Outro mito que o endomarketing do
brasileiro inventou para enganar a si mesmo. Esse povo sempre desiste. Joaquim
Cruz desistiu de correr nas Olimpíadas de 1988. Fabiana Murer desistiu de
saltar por causa do vento, que era o mesmo vento para todas as competidoras.
Os ídolos de salto alto da
seleção do futebol e do vôlei choram inconformados no pódio, mesmo levando
prata ou bronze. O brasileiro é um mau perdedor e um péssimo competidor. Em
pleno século 21, ainda não aprendeu a lição dos antigos gregos de 2 mil anos
atrás: "O importante é competir." A julgar pelos erros repetidos há
500 anos, a triste e feia Verdade é: "Sou brasileiro e não aprendo
nunca."
Ernesto Ribeiro
PS: O horror máximo foi a
cerimônia de encerramento, com o festival de mau gosto, brega e cafona,
reunindo tudo de ruim e pior que o Movimento Punk Britânico havia matado: a
bajulação à rainha e sua corte de parasitas, a alienação da realidade, e tudo
concentrado na apresentação da pior banda do mundo, o Queen. O que é pior que
um guitarrista poser ridículo de roupinha purpurina, calça boca-de-sino,
sapatos plataforma com um penteado e fazendo pose? O mesmo guitarrista poser
ridículo com o mesmo penteado e fazendo pose já VELHO. Brian May já era podre
quando jovem. Agora com o cabelo branco todo grisalho e a cara encarquilhada, é
infinitamente mais grotesco e constrangedor. Certas pessoas nunca se tocam do
senso de patético.
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Jessie e Brian May. Foto: Getty Images |
Título: Haroldo Barboza (+JP)
Textos: Haroldo P. Barboza, Plínio Sgarbi e Ernesto Ribeiro Relacionados:
É uma honra partilhar do mesmo pódio com outros atletas campeões das Letras como Plinio Sgarbi e Haroldo Barboza. A Verdade é a única vencedora nesse blog, campeão Jim.Já para a mídia, assim como na guerra, a verdade é a primeira baixa.
ResponderExcluirO que a Grã-Bretanha tem a celebrar? Desemprego, violência, incêndios, saques, anarquia. Imigrantes assassinando cidadãos ingleses de todas as idades. O Estado roubando de quem trabalha para dar a quem não trabalha, financiando a promiscuidade da poligamia muçulmana, a construção de mesquitas, o terrorismo islâmico.
ESSE é o saldo de medalhas da Vida Real para milhões de britânicos a cada Jubileu da vaca coroada e a família de vermes bilionários sempre divorciados da realidade do povo que eles sugam e pisoteiam.
De Plínio Sgarbi:
ResponderExcluirCaro Jim,
Agradeço pela publicação e referente a frase olímpica que Ernesto Ribeiro mencionou, com o alto investimento no esporte brasileiro nos últimos anos, cerca de R$ 3 bilhões, sendo R$ 1 bilhão só nos jogos de Londres, creio que a presença dos atletas brasileiros estava muito acima da máxima olímpica que "o importante é competir." Pela quantidade de pódios, o custo Brasil foi de R$ 58,8 milhões para cada medalha conquistada. Dinheirama que seria "muito melhor" aproveitado nas entidades assistenciais daqui da minha cidade, Jaú, que hoje completa 159 anos.
Na terra da rainha, o verde e o amarelo foram as cores do fiasco. O Brasil ficou atrás do Irã e não sei medir o quanto é válido tal investimento nos esportes. Enquanto torravam os 3 bilhões de reais, a saúde permanece nas UTIs Brasil afora e as carências básicas do povo brasileiro pioram a cada dia.
Com mais de mil ouros nas olimpíadas, a tal máxima olímpica cai muito bem aos EUA. Para as meninas estadunidenses do vôlei que podiam tirar o Brasil do seu caminho e escolher o chaveamento em fases seguintes (assim como fez e jogou a Seleção de Vôlei comandada por Bernardinho no Mundial masculino em 2010, escolhendo seus adversários) o importante foi competir, não entregaram o jogo e venceram a Turquia, pois se perdessem, seria fim de linha na Olimpíada para as brasileiras.
As americanas ganharam o jogo por 3 sets a 0 e mantiveram as chances brasileiras de classificação. As meninas do vôlei brasileiro precisam apenas garantir a vitória contra a Sérvia, lanterna da chave.
E... deu que o Brasil tirou o ouro das americanas, a melhor seleção de vôlei feminina na atualidade.
O certo mesmo é que, além de nunca aprender, o brasileiro também não sabe ganhar. Ridículo aquele "cala a boca" das meninas do vôlei direcionado para a crítica, e, tão ridículo foi aquela rodinha da reza do pai nosso. Para os crédulos, sendo Deus que é Deus, nunca vi uma reza de agradecimento para uma derrota.
Enfim, fiasco maior ainda está por vir e já tem data marcada, 2016-Rio's de Dinheiro.
Grato pela atenção
Abraços
Plínio Sgarbi