A teocracia iraniana
promove uma história deturpada do povo judeu.
Beatriz W. de Rittigstein
Além das tensões e
independentemente da inimizade entre o Irã e Israel, devemos ter claro que
existe um ódio antijudeu que anima as cabeças iranianas, transcende o
renascimento do estado judeu no meio do mundo árabe e vai muito além de suas
políticas.
Os motivos se atêm à
interpretação radical do fundamentalismo da fé islâmica. No Corão se repete que
os judeus são “macacos e veados”. Numa das suas ‘suras’ se lê: "malditos
sejam os hereges filhos de Israel... Que a ira de Alá caia sobre eles"...
Após assumir a presidência em
2005, Muhammad Ahmadinejad disse que Israel "devia ser varrido do mapa",
lema constante em suas arengas. Pouco depois exclamou: "Eles inventaram um
mito no qual os judeus foram massacrados"...
Em fevereiro de 2006, o Hamshahri,
um jornal iraniano, convocou um concurso de caricaturas para satirizar o
Holocausto. Esses eventos têm continuado; este ano, a agência oficial de
notícias FARS saudou a caricatura ganhadora do concurso, onde aparecem judeus
adorando a Bolsa de Nova Iorque. Em fins de 2006, em Teerã foi levada a cabo a
Conferência para a Revisão da Visão Global do Holocausto, com a participação de
diversos grupos neonazistas.
Em seu discurso na ONU, em
2008, usando a teoria da conspiração, Ahmadinejad afirmou que os judeus dominam
os EUA e a Europa.
Há dois meses, o
vice-presidente Rahimi acusou os "sionistas de incitarem o tráfico de
drogas e o vício para aniquilar os que não são judeus, conforme o prescrito no
Talmud".
Há uma maioria de muçulmanos
que entende que estas escrituras são de outros tempos, nos quais o Islã
pretendeu erigir sua primazia sobre o judaísmo. De fato, na atualidade, a
teocracia iraniana promove uma história distorcida do povo judeu que se baseia
na sua demonização.
Título e Texto: Beatriz W. de Rittigstein para o jornal
venezuelano ‘El Universal‘
Tradução: Francisco Vianna
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