segunda-feira, 27 de agosto de 2012

A diversidade cultural brasileira

Carlos Lúcio Gontijo
A grande mídia brasileira se recusa a apresentar o Brasil real aos brasileiros e até mesmo a cobrir com eficiência os assuntos que interessam mais de perto aos cidadãos, como é o caso da possibilidade de queda do fator previdenciário gestado nos anos de governo do presidente Fernando Henrique Cardoso e que perdurou durante toda a administração do presidente Lula, apesar de ele ter o alicerce de sua carreira política fincado na defesa dos trabalhadores. Dizem que o fim do draconiano mecanismo que incide sobre a aposentadoria pode ocorrer até meados do mês de setembro, mas a questão anda fora da pauta dos jornais, que preferem cuidar de seus interesses político-partidários e comerciais, marcados por uma explícita seletividade das denúncias a ser estampadas em suas páginas, onde contra determinadas figuras tudo é permitido, inclusive o tratamento desrespeitoso.

Teresina, foto: Jorge Andrade, 20-12-2008
Estivemos durante duas semanas em viagem pelo Estado do Piauí, passando pela encalorada e progressista Teresina, para visitar o amigo Magnus Martins Pinheiro, jornalista e professor universitário, e aproveitar para lançar o romance “Quando a vez é do mar”, que contou com a presença de muitos professores da Universidade Federal do Piauí e pessoas ilustres da sociedade, a exemplo da professora Amenália, uma das lideranças da Comunidade Paroquial da Catedral de São Raimundo Nonato, cidade que fica a mais de 500 quilômetros da capital piauiense, à qual repassamos tudo o que foi arrecadado no transcorrer do lançamento, além de deixar exemplares que serão vendidos em benefício da construção de uma creche (www.diocesedesaoraimundononato.com.br), durante a realização dos festejos comemorativos dos 100 anos do município, no próximo dia 31 de agosto deste ano de 2012.
Depois disso, eu e Nina fomos até Floriano, a 220 quilômetros de Teresina, onde fomos visitar Tia Otacília (98 anos), irmã da falecida mãe Betty, e alguns primos e primas. Ali estivemos com o padre franciscano Frei Vicente Cardone, um benfeitor italiano venerado pelos florianenses, que encheu nosso romance “Quando a vez é do mar” de elogios e bênçãos, e aproveitamos para conhecer uma nova fronteira agrícola instalada nos arredores do município de Uruçuí, onde pudemos observar uma impressionante extensão de terras produzindo elevada quantidade de soja, milho, algodão etc. Toda essa visão somada ao contato com jovens universitários interessados em literatura e postando, espontaneamente, em seus facebooks o endereço de nosso site nos encheu de esperança, anulando a conversa que ouvimos em banheiro masculino no aeroporto de Brasília, onde dois senhores “engravatados” comentavam sobre o grande fluxo de pessoas: “Está insuportável andar de avião; os aeroportos estão cheios demais”. – “O governo deveria obrigar as empresas aumentarem o preço e, assim, tudo voltaria ao normal”, emendou o outro.
Fiquei contrariado com a desabrida postura elitista demonstrada em público, uma vez que havia muita gente naquele sanitário, com alguns aguardando na fila, mas nos esforçamos para não cair na risada ao silenciosamente pensar: “Estou mesmo em processo de envelhecimento; sou de um tempo em que pobre ia ao aeroporto apenas para ver avião de perto. Hoje, ele entra na aeronave!”
Título e Texto: Carlos Lúcio Gontijo, Poeta, escritor e jornalista

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