Na Coreia do Norte, Kim Jong-Il escolheu o seu
sucessor, o filho Kim Jong-Un; em Cuba, Fidel Castro escolheu o seu sucessor, o
irmão Raul Castro; na Síria, Hafez al-Assad escolheu o seu sucessor, o herdeiro
Bashar al-Assad; e no Bloco de Esquerda Francisco Louçã também escolheu os seus
sucessores, os amigos João Semedo e Catarina Martins, além de um novo modelo de
liderança bicéfalo.
É claro que nada disto tem qualquer resquício
ditatorial. Todos eles tiveram de passar por rigorosas e exigentes eleições
típicas de uma livre democracia de extrema-esquerda: tal como Kim Jong-Un foi
eleito pela Assembleia Popular Suprema, Raul Castro pela Assembleia Nacional de
Cuba e Bashar al-Assad pela Assembleia do Povo, também João Semedo e Catarina
Martins terão de ser aprovados pela convenção do Bloco de Esquerda.
Mas, se houvesse qualquer dúvida sobre o sentido
de voto dos militantes, Francisco Louçã fez logo questão de esclarecer que esta
sua sugestão teve uma “enorme simpatia dentro do núcleo da direção do Bloco” e
que “só há razões para presumir que será muito bem aceite” pela convenção do
partido. Perante isto, no caso português se calhar não valeria a pena sequer
insistir com a votação formal: Louçã já tomou a decisão, o partido só precisa
de obedecer.
Editorial, Sábado, nº 434, 23 a 29-8-2012
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