quarta-feira, 17 de julho de 2013

Uma pergunta

José Manuel
Ontem, 16 de julho de 2013, participamos de mais uma passeata, partindo da sede do Aerus, indo até ao aeroporto Santos Dumont, onde se realizou uma cerimônia de 1 minuto de silêncio pelos colegas falecidos.
Na véspera, no dia 15, houve um ato em agradecimento aos juízes que não nos envergonham, muito pelo contrário, nos fazem acreditar e continuar lutando.


Entre os dias 26-06 e 05-07, portanto, em 10 dias, alguns de nós, representando uma comunidade de milhares de participantes lesados em nosso fundo de pensão, fizeram protestos contundentes, porém, pacíficos, que provocaram a comoção pública com toda a mídia focada no problema, e conseguiu-se praticamente o que se achava impossível. Uma reação do Supremo. Ainda que não favorável, mas uma reação.
Então, de lá para cá, temos ouvido e visto muitas coisas.
Por exemplo: uma comissão de deputados veio de Brasília nos dizer que querem colocar nossos benefícios no orçamento de 2014, há uma moção de um deputado Paulista em mais uma tentativa de resolver, reuniões marcadas entre as comissões e o presidente do Supremo, entre desembargadores, enfim, tudo e todos nada mais do que querendo ajudar a resolver o nosso enorme problema.
Essa mesma comissão esteve ontem, ao tempo em que protestávamos nas ruas, com o presidente do Supremo, que os brindou novamente com um rotundo



Muito bem! aplausos, todas as ações que efetivamente venham a concorrer para a solução do nosso problema serão sempre aplaudidas, mas acho que estamos esquecendo um pequeno detalhe, que de tão pequeno mas tão importante que é, ficou embrulhado na euforia por que estamos passando e diluiu-se no anonimato como convém a muita gente.
Ao conseguirmos tirar o Supremo da inércia em que se encontrava, tivemos por exemplo agendada a continuação do julgamento da defasagem tarifária para o próximo mês de agosto. Ótimo!
Aí se encontra o pequeno detalhe que "quase" passou desapercebido: "agendado para depois do julgamento do mensalão".
Ao rebobinar o rolo do nosso filme, vemos pela sequência de atitudes, ou seja mais de seis meses para dar um parecer, solicitação de vistas de um processo em que iriam sofrer uma fragorosa derrota, a "promessa" em agendar para agosto, com a ressalva acima e mais uma vez ontem a declaração de que seria, agora, em "setembro". Será que dá para perceber o que isso significa?
O NÃO recebido ontem, mais uma vez, é por si só emblemático, pois escancara a determinação de protelar cada vez mais um resultado favorável.
Todos se lembram do tempo que o 1º julgamento dos criminosos do mensalão custou à nação?

E o estatuto de idosos, morte, doenças, não são mais prioritários em julgamentos?
Quer dizer que criminosos como os que estão sendo julgados, que lesaram a Pátria, acabaram com a empresa de ponta que era a Varig, jogaram milhares de empregados nas ruas, assassinaram velhos indefesos, estão matando aos poucos centenas de aposentados deste fundo Aerus, não terão prioridade agora após o recesso em agosto?

Esperamos de todo o coração que os "donos" do poder reavaliem a sua disposição em continuar nos massacrando. Caso contrário, que seja como quiserem.
Só, por favor, não esqueçam que a nossa resposta será diretamente proporcional ao radicalismo com que estão tratando a nossa causa.
E pelo visto, o País será exposto a novos vexames, no cenário internacional.
Isto tudo ao longo de sete infindáveis anos já foi longe demais e a nossa capacidade de suportar calados, pacificamente, está esgotada.
Agora, caso se confirme a não prioridade ao nosso julgamento e com uma possível postergação para setembro, infelizmente temos que voltar a conversar em seu idioma preferido.
Brinquem, continuem brincando com seus carrinhos importados, com os aviõezinhos do governo, com seus joguinhos de poder, com as suas roupinhas parisienses, com os seus discursos vazios.
Até agora quem foi para as ruas foram os nossos sapatos. A partir de agosto, provavelmente, quem irá serão os nossos corações.
Título e Texto: José Manuel, ex-tripulante Varig, 67 anos

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2 comentários:

  1. A prioridade dos politicos dos últimos anos é o crime.

    circe aguiar

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  2. Caso haja mais este desrespeito, sigamos para tribunais internacionais sob o pretexto dos direitos dos idosos - infração de direitos humanos!!!!

    ResponderExcluir

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