Ontem, 16 de julho de 2013,
participamos de mais uma passeata, partindo da sede do Aerus, indo até ao
aeroporto Santos Dumont, onde se realizou uma cerimônia de 1 minuto de silêncio
pelos colegas falecidos.
Na véspera, no dia 15, houve um ato em agradecimento aos juízes que não nos envergonham, muito pelo contrário, nos
fazem acreditar e continuar lutando.
Entre os dias 26-06 e 05-07, portanto, em 10 dias, alguns de nós, representando uma comunidade de milhares de participantes lesados em nosso fundo de pensão, fizeram protestos contundentes, porém, pacíficos, que provocaram a comoção pública com toda a mídia focada no problema, e conseguiu-se praticamente o que se achava impossível. Uma reação do Supremo. Ainda que não favorável, mas uma reação.
Então, de lá para cá, temos
ouvido e visto muitas coisas.
Por exemplo: uma comissão de
deputados veio de Brasília nos dizer que querem colocar nossos benefícios no
orçamento de 2014, há uma moção de um deputado Paulista em mais uma tentativa
de resolver, reuniões marcadas entre as comissões e o presidente do Supremo,
entre desembargadores, enfim, tudo e todos nada mais do que querendo ajudar a
resolver o nosso enorme problema.
Essa mesma comissão esteve
ontem, ao tempo em que protestávamos nas ruas, com o presidente do Supremo, que
os brindou novamente com um rotundo
Muito bem! aplausos, todas as ações que efetivamente venham a concorrer para a solução do nosso problema serão sempre aplaudidas, mas acho que estamos esquecendo um pequeno detalhe, que de tão pequeno mas tão importante que é, ficou embrulhado na euforia por que estamos passando e diluiu-se no anonimato como convém a muita gente.
Ao conseguirmos tirar o
Supremo da inércia em que se encontrava, tivemos por exemplo agendada a
continuação do julgamento da defasagem tarifária para o próximo mês de agosto.
Ótimo!
Aí se encontra o pequeno
detalhe que "quase" passou desapercebido: "agendado para depois
do julgamento do mensalão".
Ao rebobinar o rolo do nosso
filme, vemos pela sequência de atitudes, ou seja mais de seis meses para dar um
parecer, solicitação de vistas de um processo em que iriam sofrer uma fragorosa
derrota, a "promessa" em agendar para agosto, com a ressalva acima
e mais uma vez ontem a declaração de que seria, agora, em "setembro".
Será que dá para perceber o que isso significa?
O NÃO recebido ontem, mais uma
vez, é por si só emblemático, pois escancara a determinação de protelar cada
vez mais um resultado favorável.
Todos se lembram do tempo que
o 1º julgamento dos criminosos do mensalão custou à nação?
E o estatuto de idosos, morte,
doenças, não são mais prioritários em julgamentos?
Quer dizer que criminosos como
os que estão sendo julgados, que lesaram a Pátria, acabaram com a empresa de
ponta que era a Varig, jogaram milhares de empregados nas ruas, assassinaram
velhos indefesos, estão matando aos poucos centenas de aposentados deste fundo
Aerus, não terão prioridade agora após o recesso em agosto?
Esperamos de todo o coração
que os "donos" do poder reavaliem a sua disposição em continuar nos
massacrando. Caso contrário, que seja como quiserem.
Só, por favor, não esqueçam
que a nossa resposta será diretamente proporcional ao radicalismo com que estão
tratando a nossa causa.
E pelo visto, o País será
exposto a novos vexames, no cenário internacional.
Isto tudo ao longo de sete
infindáveis anos já foi longe demais e a nossa capacidade de suportar calados,
pacificamente, está esgotada.
Agora, caso se confirme a não
prioridade ao nosso julgamento e com uma possível postergação para setembro,
infelizmente temos que voltar a conversar em seu idioma preferido.
Brinquem, continuem brincando
com seus carrinhos importados, com os aviõezinhos do governo, com seus joguinhos
de poder, com as suas roupinhas parisienses, com os seus discursos vazios.
Até agora quem foi para as
ruas foram os nossos sapatos. A partir de agosto, provavelmente, quem irá serão
os nossos corações.
Título e Texto: José Manuel, ex-tripulante Varig, 67
anos
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A prioridade dos politicos dos últimos anos é o crime.
ResponderExcluircirce aguiar
Caso haja mais este desrespeito, sigamos para tribunais internacionais sob o pretexto dos direitos dos idosos - infração de direitos humanos!!!!
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