terça-feira, 16 de julho de 2013

Aerus: Barbosa sugere acordo com governo

Luis Zanini
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa disse, nesta terça-feira, aos membros da Comissão Externa da Câmara que acompanha a situação dos aposentados e pensionistas do fundo de pensão Aerus que não irá reconsiderar o pedido de vista do processo de recurso da União contra a Ação de Defasagem Tarifária em tramitação na Corte. Em maio, o recurso foi colocado na pauta do STF e após voto favorável da ministra Carmen Lúcia aos aposentados da Aerus, Barbosa pediu vista do processo.
Segundo o deputado Rubens Bueno (PPS-PR), coordenador da comissão, Barbosa disse compreender a situação dos aposentados e pensionistas do fundo que estão recebendo apenas 10% dos benefícios, mas que pela urgência do caso a melhor alternativa seria um acordo para o governo assumir o pagamento.

Deputados Henrique Alves (esq.), Rubens Bueno (centro) e Chico Alencar se reuniram com presidente do STF
“O ministro Joaquim Barbosa argumentou que não reconsideraria o pedido de vista, alegando que a decisão pela celeridade da ação cabe ao TRF (Tribunal Regional Federal), instância na qual tramitam o pedido para que a União assuma o pagamento das aposentadorias”, disse Bueno, ao final da audiência com o ministro do STF, que também contou com a participação do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e dos deputados Chico Alencar (PSOL-RJ), Miro Teixeira (PDT-RJ) e Osmar Serraglio (PMDB-PR), integrantes da Comissão Externa.

Nesta quarta-feira, o colegiado se reúne, às 9h30, com o desembargador Moreira Alves, do 1º Tribunal Regional Federal, que é o juiz responsável pelo julgamento da ação civil pública da complementação de 100% dos benefícios que os aposentados e pensionistas têm direito.

AGU
Em outra frente, os membros do colegiado pretendem reunir-se com o advogado geral da União ainda esta semana para negociar um acordo visando que o governo assuma o pagamento dos benefícios. “A Comissão vai buscar o entendimento para a solução definitiva do problema daqueles que estão sofrendo com a redução dos benefícios a que tem direito porque pagaram por isso”, disse, ao solidarizar-se com o grupo de aposentados e pensionistas que estão “acampados” há 19 dias na sede do Aerus, no Rio de Janeiro.

Nota do Editor:
Também o ex-comissário de voo, José Manuel, fez uma GREVE de FOME de cinco dias, no saguão do aeroporto Santos Dumont, Rio de Janeiro.

Participam da comissão externa, além de Rubens Bueno, os deputados Stepan Nercessian (PPS-RJ), Benedita da Silva (PT-RJ), Leonardo Picciani (PMDB-RJ), Osmar Serraglio (PMDB-PR), Otavio Leite (PSDB-RJ), Manuel Rosa Neca (PR-RJ), Miro Teixeira (PDT-RJ) e Chico Alencar (PSOL-RJ).

Saiba mais sobre o caso
No cerne da questão, está a negativa do governo em arcar com os prejuízos no fundo de pensão, após a falência de duas companhias aéreas. Os aposentados argumentam que o rombo foi causado por falta de fiscalização da administração pública.
“Os aposentados e pensionistas da antiga Varig e Transbrasil vivem uma tragédia, que deveria importar a todos nós brasileiros. Com uma média superior a 72 anos de idade, esses senhores e senhoras estão recebendo, hoje, apenas 8% do valor a que têm direito em suas pensões e aposentadorias. Por ser um valor muito baixo, elas estão passando por severas e injustificáveis dificuldades”, explicou Bueno.
Segundo o parlamentar, o caso chegou a esse ponto devido à irresponsabilidade de diversos governos que não fiscalizaram o Instituto Aerus, assim como o Fundo de Pensão da Vasp. “Pelo contrário, durante anos, o órgão fiscalizador permitiu contratos lesivos ao Aerus, que resultaram na sua interdição, levando à diminuição gradativa dos seus recursos, o que provocou impossibilidade de cumprir com o pagamento dos benefícios”, ressaltou.

Rubens Bueno lembrou que somente os participantes do fundo cumpriram com sua parte no contrato e esperam, há mais de sete anos, por uma solução para o problema. “O que eles pedem é apenas o pagamento de suas aposentadorias e pensões na integralidade. Isso é muito tempo para pessoas com idade tão avançada, que precisam urgentemente garantir  seu sustento, comprar medicamentos, reaver a assistência médica, tocar com o mínimo de dignidade a vida que lhes resta”, reforçou.

Histórico
Há 13 anos, os sindicatos, ao perceberem o rombo no Aerus/Aeros, denunciaram o caso às autoridades, desde então vêm buscando uma solução que proteja os trabalhadores. E isso poderia já ter sido alcançado, se o governo acatasse decisão da 14ª Vara Federal na Ação Civil Pública nº 2004.34.01.0319-2, bem como com relação à Ação de Defasagem Tarifária nº 2001.01.00.044801-0.  Nesta última, a União já perdeu em todas as instâncias, mas o governo segue recorrendo por meio de infindáveis protelações judiciais.
“Se houvesse respeito por parte do governo e mais autonomia do Judiciário, essa injustificável demora já teria tido um fim. E a saída para o problema passa agora, mais que nunca, por reconhecimento e negociação em torno do cumprimento das citadas ações, entre o governo e o Poder Judiciário”, ponderou o deputado.
Título e Texto: Luis Zanini, Portal do PPS, 16-7-2013

3 comentários:

  1. Não sou de desejar mal aos outros. Mas confesso que desejo tudo de pior para esse sujeito chamado Joaquim Barbosa. Meu Deus, que pessoa fria e insensível. Ele quer mostrar que tem poder, que está com tudo, que é o dono da situação. Talvez esse comportamento tão frequente seja para esconder um imenso complexo de
    inferioridade que deve ter armazenado ao longo da vida. Mas se vingar de 10 mil pessoas idosas? É muita maldade, extrema crueldade. Por isso desejo para este indivíduo tudo de ruim. Quero do fundo do coração que ele tenha sérios problemas, que precise dos outros e não seja atendido, exatamente como ele está fazendo conosco.

    Rubens

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  2. Meu Prezado(s)... Alguém tinha alguma dúvida que isto iria acontecer... Quem manda??? Isto é Brasil!!! Abs.
    Joka Klein.

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  3. Eu não tinha duvida. Mais quer saber que bom que essa decisão será revista pelo pleno STF. Sabe o por quê. Saberemos o verdadeiro Judiciário que temos. E que o mensalão só serviu para mostrar mais impunidade que esse pais tem. Não acredito que os mensaleiros sejam presos.

    Só espero que esse senhor dê logo seu voto "contra", no caso da Defasagem para que o processo tenha enfim seu desfecho.

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