terça-feira, 2 de maio de 2017

Não são os jornais, é o Diário de Notícias!

António Valle 

Hoje o Diário de Notícias (DN) publica um artigo de opinião do seu jornalista João Pedro Henriques, intitulado “Com a cabeça enfiada na areia não se ouve nada”.

Em nome do DN, na sua prosa, o jornalista João Pedro Henriques ensaia a justificação para explicar porque o DN não publica a mensagem política do PSD. O jornalista assume que o jornal não reporta as posições do PSD (!) porque este se centra em “coisitas menores”, como a denúncia ao ataque que o atual Governo desencadeia a quem contraria a narrativa instalada…

O artigo do jornalista João Pedro Henriques, a posição do DN, é útil: conclui que o PSD deve seguir a agenda redatorial e política do jornal, como critério para ser notícia. Mas é oportuno deixar claro que, felizmente, não é o DN que define a agenda política PSD!

Bem sei que o posicionamento de hoje, finalmente, assumido pelo DN se insere na linha comunicacional que tem por base manipular a opinião pública convencendo-a de que o PSD não faz oposição, não tem discurso e não tem um projeto para o país. Mas felizmente não é por não aparecer no DN que esta narrativa se torna verdadeira.

Mas vamos aos factos.

Num simples exercício, fui confrontar algumas iniciativas públicas do líder do PSD – em todas áreas setoriais e políticas - desde o início do ano, com o retratado no DN. No fundo, tento aferir se o DN, vinculado em João Pedro Henriques, tem razão quando escreve que o PSD e o seu líder, fala apenas de “coisitas menores”.

Será que alguém leu no DN os temas que o líder do PSD abordou nos últimos meses?

Alguém leu no DN?
Este fim-de-semana o líder do PSD demonstrou que cerca de 70% do emprego criado nos últimos dois anos foi gerado até 2015. Já entre 2014 e 2015, o desemprego caiu quase 75%.
Não leu!

Alguém leu isto no DN?
O líder do PSD desmontou a falsa ideia - relatada e suportada pelo DN – segundo a qual o emprego e o desemprego apenas estão com melhores indicadores desde que o Governo tomou posse.
Não leu!

O líder do PSD denuncia que António Costa está a promover uma economia assente em salários baixos, baseado em dados concretos que demonstram que o número de trabalhadores a auferir o salário mínimo passou de perto de 400 mil, no primeiro trimestre de 2014, para quase um milhão no final de 2016. Alguém leu no DN?
Não leu!

Alguém leu no DN?
O País precisa de “crescer mais do que aquilo que está previsto. E precisamos, do ponto de vista do que são as correções das injustiças sociais e as desigualdades económicas, que estas possam ser progressivamente superadas...”? (Pedro Passos Coelho, 6 de janeiro 2017)
Para o DN não existiu!

Ou ainda que Pedro Passos Coelho defende que “era importante que houvesse criação de emprego, com uma perspectiva de uma remuneração mais qualificada.”? (6 de janeiro de 2017)
Não leu!

Em matéria de crédito à economia, alguém leu no DN que Pedro Passos Coelho denunciou que o crédito malparado tem vindo a aumentar? Ou que “não é compreensível que não exista uma execução maior dos fundos (europeus) que estão à nossa disposição”? (7 de janeiro de 2017)
Não leu!

Alguém leu no DN que o País pode “atrair mais investimento externo se formos fiscalmente mais competitivos. Não podemos competir com países que têm níveis de fiscalidade muito mais baixos. Na Irlanda, o IRC pesa 10% a 12%. Em Portugal, pesa 22%. Se queremos atrair investimento temos de mexer na taxa do IRC.” ? Ou que o líder da oposição defendeu a necessidade de criar condições para que as empresas tenham sucesso para que se possa ir melhorando o salário mínimo nacional? (Pedro Passos Coelho, 10 janeiro 2017)  
Não leu!

O Presidente do PSD defende “...mais crescimento e desenvolvimento, conseguindo melhor saúde, educação e serviços públicos, assim como maior igualdade de oportunidade. E queremos ainda investir no que nos pode diferenciar, seja no turismo e na sua qualificação. Podemos valorizar ainda mais o que temos e acrescentar valor, criando mais emprego em Portugal. Assim podemos pagar o que devemos e ter uma redistribuição mais equilibrada para futuro”? (13 de janeiro 2017)
Não leu!

Alguém leu no DN que Pedro Passos Coelho afirmou que o PSD “não se deixa seduzir pelas ideias populistas e nacionalistas. Nós defendemos uma sociedade aberta, uma economia que atraia investimento e que leve as nossas empresas para o mercado global. Podemos todos em conjunto crescer muito mais”? (20 janeiro 2017)
Não leu!

Alguém leu no DN que o líder do PSD acusou a maioria de esquerda de chumbar a proposta do PSD que permitia dar competitividade à economia, atraindo mais investimento externo? (10 de fevereiro 2017)
Não leu!

Alguém leu no DN que o presidente do PSD afirmou que "as regressões que estamos a ter nas políticas públicas contribuem para que não se corrijam as desigualdades.”? Ou que “a cada dia que passa, as escolhas do Governo custam a degradação dos serviços públicos"? (18 de março 2017)
Não leu!

Alguém leu no DN que Pedro Passos Coelho defendeu uma verdadeira reforma de descentralização e que o PSD apresentou "propostas que visam descentralizar competências, que podem mostrar que as nossas terras podem ser ainda mais bem geridas. Na altura (discussão do Plano nacional de reformas em 2016), a maioria chumbou todas as propostas"? Ou que durante os anos em que o PSD esteve à frente do Governo, a CGD "andou a reconhecer quase 5 mil milhões de imparidades por crédito arriscado, que tinha sido atribuído no tempo do socialismo, em que se fez mau crédito no banco público. Durante o nosso Governo, andámos a limpar"? (18 de março de 2017)
Não leu!

Alguém leu no DN o Presidente do PSD a afirmar “que era preciso crescer mais e melhor, para dar aos portugueses melhores resultados”? Ou a opção de o Estado poder “recorrer a instituições privadas para garantir políticas públicas. Não é por estarmos numa escola que não é do Estado que não temos serviço público de educação. Se pudermos ter educação ou saúde que não sejam mais caras, porque não há de o Estado garanti-las? Porque é que tem de obrigar toda a gente a ir estritamente a instituições cuja propriedade é do Estado?” Ou, mais recente, quando se observa para o que se passa na Venezuela, temos o modelo imposto, “defendido pelo Governo, que de forma populista quer oferecer a receita de nivelar por baixo. O resultado são farmácias sem medicamentos, serviços sem qualidade e uma sociedade sem escolha”? (21 de abril 2017)
Não leu!

Assim como também não leu nada no DN sobre o que Pedro Passos Coelho afirmou em relação ao condicionamento que o atual Governo faz às instituições independentes. Uma prática que pretende domesticar tudo e todos que não alinhem na narrativa socialista. Com um governo dito de esquerda, o DN alinha no definhamento democrático. Na verdade, o definhamento democrático é, para o atual DN, uma “coisita menor”.

Realmente, com a cabeça enfiada na areia não se ouve e não se vê nada! 
Título e Texto: António Valle, Assessor de Comunicação de Pedro Passos Coelho, PSD, 2-5-2017

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