Cristina Miranda
Depois da ressaca dos três
EFES (Fátima, Futebol e Fado) a que a nação inteira se rendeu, seguem-se as do
Costa, quatro (a última é bónus), que nos trazem de regresso à dura realidade: Farsas, Fingimentos, Falcatruas
e Fritos (esta última, na minha
terra cá no Norte diz-se de outra forma, também com “F” mas aqui não convém
usar).
Desde outubro de 2015 que os
“efes” do Costa estão em marcha. Não tarda nada vamos ter uma apoteótica
comemoração nacional onde também serão convidados especiais aquele trio famoso,
Os Troika, para nos dar música da boa ao som da qual vamos dançar para caneco!
Ah! Se vamos!! Vai ser uma festança onde vamos recordar ternamente os “bons
velhos tempos” do pós Sócrates num festival comemorativo do tetra em
assistência financeira! Não é fantástico?!
Com um país que dá sinal de falta de liquidez, que tem uma dívida pública que aumenta mais do que a economia, que como
se isso já não bastasse, continua a aumentar a dívida a ritmo preocupante, o que faz
Costa e seus pupilos? Aplicam o primeiro “efe”: constroem uma Farsa.
À boa maneira dos filmes de
Hollywood fazem um remake da história de Alice no País das Maravilhas onde não
falta magia e fantasia para encantar os incautos. Juntam-lhe depois o segundo
“efe”, Fingimento, e com as maiores caras de pau jamais vistas,
sorriem e acenam ao povo como a Rainha da Inglaterra, assegurando que temos os
melhores e maiores indicadores económicos de SEMPRE (porque isto tem de ter um
ar credível, claro!).
Logo em seguida o terceiro
“efe”, Falcatruas, porque sem elas nenhum indicador económico
seria possível de alcançar com reversões compulsivas às reformas feitas, sem
planeamento nem responsabilidade, nem estímulos à economia. E siga a festa!
Entretanto, neste maravilhoso
conto de fadas os médicos resolvem pôr um basta naquilo que classificam como
incompetência e ligeireza do atual governo avançando com uma greve precisamente dois dias antes da tolerância de
ponto pela vinda do Papa, a que se juntou o fim semana, com 90% de adesão. Que
disse Costa sobre isto? Que a culpa era dos outros. Que disse a imprensa?
Absolutamente nada! Alguém notou que houve uma paralisação de quase uma semana
nos hospitais? Nãaaaaaaaa… Tudo maravilhoso no país das maravilhas… A culpa é
também dos doentes que são desorganizados e não sabem programar os dias de
doença. Do governo é que não!
Porém a realidade é um
gigantesco muro que está mesmo ali à frente. Não se vê. Não se sente. Mas está
ali, no BCE, aquela fortaleza que nos tem comprado dívida criando uma bolha que
nos protege, por enquanto, das quedas no precipício que está do outro lado. Que
vai acontecer quando começar a retirada estratégica de apoio deste Banco?
Dado que nada fizemos para
estancar a dívida pública, que não foi implementada nenhuma reforma estrutural
e ainda revertemos irresponsavelmente todas as reformas anteriores, que
continuamos a engordar vergonhosamente o Estado, que não fizemos uma única
medida de incentivo à economia, que aumentamos todos os impostos indiretos, que
assaltamos a poupança e falamos em assaltar mais quem produz, APESAR da
economia crescer (facto que se registou sempre desde a saída da bancarrota),
jamais será SUFICIENTE para compensar as perdas. Eufóricos com um
crescimento de 2,8%? Vou lembrar que em 2016 o aumento da dívida pública em
relação ao ano anterior foi de 4,1%… Este crescimento compensa?
Por outro lado, é preciso
lembrar que este crescimento de que tantos se orgulham foi sustentado por 48%
de aumento de exportações para… Angola! Sim!! Angola, aquele país em
dificuldades extremas… financeiras!
De onde surgiu este milagre da
multiplicação de dinheiro assim de repente? Quem é o banco bondoso e caridoso
que abriu cordões à bolsa a gente em insolvência? Será mais um, do tipo, BES?
Será a nossa CGD agora capitalizada? Hummm…
Outro contributo foi o turismo,
essa galinha de ovos de ouro que querem matar com o ataque ao turismo local…
Hummm… Isto de facto promete!
Com isto, vem o último “efe”,
não tarda nada, como bónus do Costa por sermos um contribuinte pamonha e manso
que come tudo, cala e no fim paga sem bufar: FRITOS!!!
Ah! Caros leitores, e bem
fritos!
Título e Texto: Cristina Miranda, Blasfémias,
19-5-2017
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