José António Rodrigues Carmo
Anda para aí muita gente a vender a Utopia,
apesar de, como o próprio nome indica, não existir tal lugar.
O negócio sempre deu. Desde
Platão a Jerónimo (o nosso), passando por More, Marx, Chávez, Louçã, Catarina
Martins, Pol Pot, Fidel, Zapatero, Estaline, Hitler, Bin Laden, António Costa,
etc, são aos milhares os vendedores de banha da cobra que tratam de impingir
aos ingénuos o bilhete para o Paraíso, a “sociedade sem classes”, o Céu das 72
Virgens, o Jardim das Delícias, a Montanha de Açúcar, a Arcádia, o “fim do
capitalismo”, a “justiça social”, a “igualdade”, o Reich dos Mil Anos, o
Califado, enfim, o que estiver a dar.
Sabe-se que em qualquer grupo
humano, seja de trolhas, seja de professores universitários, mais de metade é
estúpida, incluindo os estúpidos propriamente ditos, os ingénuos e os ativistas
da estupidez…
É um bom mercado de consumo
para as ideias utópicas. Os que as vendem são dessa metade de estúpidos pelo
que os mercados da estupidez e da utopia não só se confundem, como alcançaram
uma massa crítica susceptível de se alimentar a si mesma, por muitos e bons
anos.
A alienação de tanta gente tem
consequências, porque numa interacção com um estúpido, todos perdem, incluindo
o estúpido (de resto é isso que o define como tal).
Ao toque da Terra Prometida
que existe em “nenhum sítio” (Utopia), a alma estúpida vende o seu presente
(mau) em troca do futuro radioso que outrem lhe anuncia.
Esse outrem pode ser um
indivíduo, como Costa, Catarina ou Arménio, ou uma fábrica colectiva de
estupidez, como a que produz o telelixo socialista.
O saber não serve para nada.
Os estúpidos preferem ouvir os xamans, os profetas de futuros risonhos.

É assim a estupidez… todos
acabam pior do que estavam antes.
A estupidez não pode ser nunca
subestimada, como a história do séc. XX prova à saciedade.
Um dos clérigos bolchevistas
explicava no início do século que, para instaurar a Utopia na Rússia, era
preciso aniquilar 10% de habitantes (os que não eram sensíveis à estupidez). Os
outros 90% eram, segundo a sua estimativa, os acomodáveis (os que, a bem ou à
martelada, comprariam as ideias estúpidas).
Hoje já nada disso é preciso.
A estupidez ganhou tracão e ontem, pelas avenidas, procissões de estúpidos a
declamar slogans como zombies, foram a cabal demonstração de que a utopia e a
estupidez caminham de mãos dadas.
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Lisboa, 1 de maio de 2017 |
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