quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

1984 revivido


Peter Wilm Rosenfeld
Há muitos anos, quando li “1984” de George Orwell, a sociedade que o livro previa parecia consolidada no leste europeu e em algumas outras regiões do mundo.
Inclusive no Brasil que, não sei qual a razão, gostava tanto de macaquear culturas outras, já tínhamos alguma experiência no assunto graças à ditadura do “Pai dos Pobres” (e “Mãe dos Ricos”) Getúlio Vargas, acentuada pelos problemas do nazismo e do fascismo em meados dos anos 30 a meados dos anos 40 do século passado.
Já antes do final dos anos 50, o comunismo consolidava sua posição em grande parte do mundo, principalmente no leste europeu.
A idéia de que o Estado deveria ser o “big brother” para todos e tudo tornou-se dominante em muitas nações, não pelo convencimento do povo de que esse seria o sistema ideal, mas por meio da força bruta.
A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS – quanta mentira ao mesmo tempo! Os países não eram repúblicas, o socialismo era um sistema de araque que permitia tudo aos membros preeminentes do partido e nada ao povo e reinava o terror nas populações; os famosos “gulags”, verdadeiras prisões infernais, foram lotadas com os adversários do regime e com aqueles que tinham pensamentos independentes...).
E, para piorar, o Camarada Stalin matou (ou mandou matar) algo como 30 milhões; repito: trinta milhões de seres humanos. Bela democracia a dos comunistas...
Os bens de consumo mais primários (ex: papel higiênico!) eram racionados.
Muitos “supostos” brasileiros conheceram bem as “virtudes” desse sistema, eis que eram irmãos-camaradas de Fidel Castro. A grande maioria desses amigos de Fidel pertencem às classes sociais que militam na parte superior da sociedade, parte muito, mas muito mesmo, distanciada de nosso famoso “Zé Povinho” econômico, que vive (!) com um ou dois salários mínimos, quando muito.
Mas meus leitores devem estar pensando o que que eles têm a ver com isso, já que são brasileiros, democratas de verdade, que lutam para proporcionar a suas famílias uma vida decente tanto no que se refere ao social como sob o aspecto econômico.

Respondo: o atual governo, sob a Sra. Rousseff como, e principalmente o anterior, nos dois período do Sr. da Silva, batalharam e estão batalhando para que se consolide o sonhado “Forum de São Paulo”, que unirá, na medida do possível, todas as “esquerdas” da América Latina.
Não satisfeitos com isso, os esquerdistas brasileiros estão tratando de introduzir em nosso sistema legal uma ingerência cada vez maior do estado na vida dos cidadãos (exatamente como o “Big Brother” pretendia fazer). Exemplos recentes:
- Proibir aos condôminos de prédios residenciais que vendam vagas na garagem de seus prédios a pessoas que residam em outros imóveis;
- Proibir aos pais que punam seis filhos com palmadas:
- Estabelecer que em sala de aula os professores não possam punir os alunos por quaisquer desvios de conduta desses últimos;
- Estabelecer que os médicos que trabalhem com planos de saúde atendam qualquer cliente em um prazo máximo de “X” dias.
Isso tudo já é regulado por leis específicas com a exceção, talvez, do problema do seguro-saúde, algo relativamente novo em nossas vidas. (Aliás, como o ex-Presidente da Silva proclamou, em um de seus ridículos e mentirosos discursos, que “a saúde está quase perfeita no Brasil”, o governo não deveria se preocupar com esse problema...).
Mas sabemos que sob um sistema democrático de governo as leis são feitas à medida que a sociedade se ressentir de uma lacuna qualquer. Quase tudo o que vem do governo é contra o interesse dos cidadãos e favorável ao governo; cuidado, pois...
Ademais, à medida que o PT continuar a governar o País, mais os órgãos superiores de justiça (STF, STJ, TST) serão aparelhados. O STF já conta com poucos integrantes não nomeados pelo PT. Até o final do mandato da Sra. Rouseff só restarão um ou dois, e aí, seja o que o PT quiser em matéria de justiça.
E, desviando-me um pouco do tema proposto inicialmente, criou-se uma situação em nossa justiça que é absolutamente intolerável: os juízes brasileiros se julgam acima de qualquer lei e não aceitam que qualquer órgão alheio à justiça examine suas condutas!
Chegamos ao ponto de poder dizer e proclamar, parodiando a antiga exclamação “AINDA HÁ JUÍZES EM BERLIM”, que
NÃO HÁ MAIS JUÍZES EM BRASILIA
O Supremo Tribunal Federal cassou uma das funções do Conselho Nacional de Justiça, qual seja, o de investigar, ou de iniciar uma investigação, em toda e qualquer suspeita de procedimento irregular em qualquer outro órgão de judiciário. Agora só pode agir depois de terminada a investigação feita pelo órgão suspeito.
É triste, deplorável, e tenho o dever de destacar que não foi um magistrado nomeado pelo PT que cometeu esse absurdo. A determinação partiu de um dos mais antigos membros da corte, o mesmo que já proferiu incontáveis sentenças muito controvertidas.
Então, o momento é de grande apreensão para qualquer cidadão brasileiro (exceto, claro, para os esquerdistas e os aproveitadores que fazem parte da corriola dominante): não há, ninguém pode ter, qualquer resquício de tranqüilidade jurídica, seja em que assunto for!
Conforme apurou a Corregedora do Conselho Federal de Justiça, Ministra Eliana Calmon Alves, existem “bandidos” na justiça (o que, aliás, todos sabiam).
Isso bastou para que virtualmente todos os juízes no Brasil vestissem a carapuça e se sentissem ofendidos!
Ora, isso só acontece com quem tem culpa no cartório. Os verdadeiramente inocentes pensariam simplesmente “isso não é comigo” e fim de papo.
Todos sabemos que em qualquer categoria profissional (e mesmo entre os religiosos), há os justos e honestos (maioria esmagadora) e os pecadores, safados, desonestos, seja lá o que for. E há desses últimos inclusive nas religiões. Por que a justiça seria uma exceção?
Para terminar, asseguro-lhes que as duas situações a que me referi no presente texto são tão preocupantes para mim como devem ser para todos os que não sejam “vermelhos” de carteirinha ou por interesses escusos.
Esses não têm qualquer preocupação!
Título e Texto: Peter Wilm Rosenfeld, Porto Alegre (RS), 21 de dezembro de 2011

Em tempo: Vejo que a Presidente da Argentina, Sra. Kirchner, que idolatra seu falecido marido, está andando mais depressa que o Brasil na instalação de uma ditadura esquerdista em seu País. Às turras (turras violentas, diga-se de passagem) com os últimos jornais independentes (leia-se democratas) argentinos, mandou invadir e ocupar um deles. O propósito é o de lhes negar papel de imprensa, cuja venda é controlada pelo governo. É triste ver nosso vizinho e amigo País novamente sofrer uma recaída, depois de experimentar uns tantos anos vivendo e usufruindo as liberdades democráticas.

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