Mostram-nos cenas histéricas,
falam-nos do fingimento das lágrimas incluindo gente dita da cultura, do teatro
nacional da Coreia do Norte, que a morte de Kim Jong-il será uma perda para a
humanidade…
Que algumas imagens são
orquestradas, editadas, é verossímil. Mas o mais triste é o fato de que uma
grande parte do povo coreano chora sinceramente a morte do ditador. Não podemos
deixar de pensar neste texto de Jean-Jacques Rousseau: “Na escravidão perdemos tudo
até a vontade de sair”.
A cegueira é tal que estas
cenas histéricas são quase desprezativas para o filho do pai para o qual
alguns dirigentes ocidentais direcionam as suas esperanças.
Filho do pai imposto como
aquele que vai, doravante, dirigir este país onde a fome e a miséria convivem com as monstruosas
despesas faraónicas e militares de um país fechado. Estou triste igualmente de ver curvar-se a
esta paródia de infelicidade Hugo Chávez, e Cuba por quem o meu coração continua
a bater.
Que tristeza! Ok, dizem que
quando Estaline morreu foi também, na França, na Europa e no mundo, uma imensa
dor e sobretudo para os comunistas e seus amigos que não sabiam de tudo. Essa
dor se expressou até pela bandeira francesa a meio mastro, sob a presidência de
Vincent Auriol! Era em 1953, a guerra entre as Coreias já havia começado.
(…)
Mas hoje sabemos. Sabemos que
o sistema soviético, estalinista, perverteu o ideal comunista até mesmo negá-lo. Eu sou daqueles que continuam profundamente comunistas no sentido do
combate pela emancipação humana, pela liberdade e a justiça, que é o coração
daqueles que combatem e combaterão pela ultrapassagem do sistema capitalista
onde os privilégios e os sofrimentos não cessam de se amplificar.
Jean-Claude Gayssot, antigo
ministro (1997-2002), antigo dirigente do Partido Comunista Francês
Tradução: JP
O original:
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