Fernando Gabeira
Numa das raras incursões pelo
futebol, afirmei aqui que o jogo Santos e Barcelona seria um importante, embora
não único, parâmetro para avalisar nossa situação internacional.
Mostrava alguns indícios de
que a hegemonia no futebol tinha nos abandonado. Um deles era a análise das
partidas da seleção brasileira, derrotada pelos grandes européias, França e
Alemanha.
O outro era a trajetória do
Universidad de Chile que acaba de se tornar campeão da Copa Sul-Americana. Esse
time derrotou os brasileiros com muita facilidade e, no caso do Flamengo,
aplicou uma goleada à Barcelona, no Rio de Janeiro.
O Vasco da Gama, um dos
candidatos ao titulo, conseguiu um empate aqui e, em Santiago, perdeu de dois a
zero.
O teste com o Barcelona não
era o único porque uma partida não é tudo. Mas daria uma ideia do estágio do
futebol brasileiro, que hoje vive das glórias do passado e muito, muito mesmo,
marketing. Marketing de clubes, jogadores e até da própria CBF.
Faltam dois anos e meio para a
Copa do Mundo. Estamos gastando muito dinheiro na suposição de que teremos uma
grande performance, talvez conquistemos o título.
O dinheiro, já se viu, está
sendo gasto de forma muito generosa: o aluguel de uma cadeira no espetáculo do
sorteio custou o preço de uma cadeira nova.
Era hora de começar um debate
sobre o futebol brasileiro. O campeonato foi muito emocionante não tanto pela
qualidade, mas sim pelo equilíbrio de forças.
Campeonatos com equilíbrio de
força são emocionantes até na Finlândia. O problema é a qualidade que se
perdeu, com a modernização do futebol.
Ter ou não ter centro avante é
uma questão. Ter ou não ter um time de qualidade, que, através da entrega dos
seus jogadores, está presente em todos os cantos do campo é outra questão.
Com a revelação da
mediocridade do futebol brasileiro, quem sabe diminua a tolerância com a
corrupção nas gigantescas obras da Copa?
Título, Imagem e Texto:
Fernando Gabeira, 19-12-2011
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