Lusa
O economista Daniel Bessa
defendeu nesta terça-feira a opção do Governo de utilizar parte dos fundos de
pensões da banca transferidos para o Estado para pagar dívidas a fornecedores,
criando assim “um círculo virtuoso” de financiamento da economia.
“O Estado vai aproveitar o
dinheiro que ficava parado para fazer uma operação de tesouraria para pagar
dívidas, criando um círculo virtuoso, porque falamos de fornecedores do
Ministério da Saúde, que provavelmente devem à banca. Assim, pagam à banca e
ficará disponível para emprestar a outras empresas”, defendeu o director-geral
da COTEC, à margem da cerimónia de encerramento do Movimento Milénio 2011, em
Lisboa.
Em declarações aos
jornalistas, Daniel Bessa realçou que a opção do Governo para os dois mil
milhões de euros de folga orçamental “é boa, embora não vá salvar o mundo”,
lembrando que esse montante “vai ser necessário para pagar pensões, mas não
agora”.
O economista sustentou que com
esta medida “o Governo não vai mexer nem nas receitas nem na despesa”.
Sobre o futuro da União
Europeia, Daniel Bessa defendeu que “as decisões não são simples nem fáceis de
resolver”, considerando que seria bom que no próximo Conselho Europeu, que
decorre na quinta e sexta-feira, fossem dados mais alguns passos.
“Devíamos pôr-nos de acordo,
porque as decisões não são simples. Andamos a responsabilizar as pessoas
nomeadamente a senhora Merkel e eu no lugar dela não faria melhor”, declarou.
O ex-ministro da Economia, no
governo de António Guterres, considerou que “as agências de ‘rating’ não estão
a ajudar muito”, referindo-se à decisão da Standard & Poor’s de colocar em
“creditwatch negative” (perspectiva negativa) as avaliações de 15 países da
Zona Euro, entre os quais a Alemanha.
“Esta ameaça é inimaginável.
Se há activo que o mundo inteiro considera seguro é a dívida alemã. Tenho
alguma dificuldade em perceber este activismo das agências de ‘rating’”,
acrescentou.
Texto: Agência Lusa/Público, 07-12-2011
Grifos meus
Até eu que sempre fui um zero à esquerda em matemática e dois em economia percebi que se trata de uma operação de tesouraria, ou contábil. Não é receita, a dívida continua lá! Os compromissos financeiros do Estado para com os seus credores, para com os cidadãos, através das instituições, continuam lá, enormes!
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