Antenor Pereira Giovannini
Prestes a completar 64 anos
estou jogando a toalha. Não da vida porque afinal ainda tenho uma criaturinha
de 7 anos para cuidar. Mas, de rabiscar, conceder pitacos, reclamar, opinar,
criticar, de ser repetitivo, dar murro em ponta de faca sem sucesso, enfim, de
ser um velho chato para alguns, sobre o que ocorre em nosso País, seja que
âmbito for federal, estadual ou municipal.
Chega! Basta!
Nada adianta, nada muda, muito
pelo contrário, a coisa a cada dia piora e não se observa nenhum esforço em
mudar. Há uma passividade, uma aceitação generalizada por tudo que ocorre sem
que haja por parte da sociedade indignação que faça com que algo seja feito.
Cansei de ficar expondo de
várias maneiras minha indignação, chegando a ficar com pressão alta com tamanha
indiferença, com qual objetivo? Nenhum...
Ninguém lhe ouve, ninguém quer
que as coisas mudem...
Vou me juntar aos milhões que
deixam o barco rolar e pensar unicamente no umbigo próprio.
Um grande amigo de há muito
largou de mão e apesar de querer me convencer do contrário e persistir em
querer escrever, rabiscar, pleitear, nada acontece. Ele tem razão. Vivemos numa
sociedade hipócrita e acomodada e que concorda com tudo que ocorre de forma
geral.
A nível federal é um absurdo
atrás do outro e nada muda. Seis ministros foram afastados por corrupção. O que
aconteceu com eles? Nada, absolutamente nada. Ninguém foi preso, o dinheiro
desviado continuou desviado e as pessoas ou empresas favorecidas por ações
dessas pessoas também nada sofreram.
Um dos exemplos: Um “de menor”
assalta uma residência, estupra mãe, filha, fica 6 horas causando pânico a
ambas. É preso. Para daqui há 1 ou 2 anos estar solto. Pior que isso o governo assina
concordando que tais “de menor” tenham também direito a visitas intimas. Fim da
picada.
No Estado (do Pará) temos um
senador que possui um rosário de processos e mesmo assim, consegue voltar ao senado
tendo ao seu lado correndo em tal lei de “Ficha limpa” para que políticos
tenham direitos a alçar os cargos elegíveis se estiverem nessas condições.
O governo chega a ponto de
pedir para que MP investigue um suposto estupro num programa exibido em canal
aberto e assistido por milhões de pessoas. Investiga o suposto estupro, mas não
investiga se um tipo de programa desse nível não deveria ser retirado do ar e
fim de papo. Não. Essa preocupação não existe. Tentativa de estupro ou estupro
é crime, mas passar pornografia em canal aberto não é...
Voltar para casa e encontrar a
mesmice na cidade. Fazer uma caminhada de 3 km cidade/bairro se torna um
sacrifício não pela distância, mas pelas vezes que você fica andando ora na
calçada, ora na rua, ora na calçada, ora na rua. Ora, por quê? Porque não temos
calçadas e nossas autoridades não se interessam em ajeitar essa situação. Pelo
menos em uma rua para mostrar algum interesse. Isso o obriga a ficar com um
olho na rua e outro no carro, na moto, na bicicleta porque podem lhe atropelar
e quando você anda na calçada o cuidado é redobrado porque uma calçada tem
degrau, a outra desnível, a outra tem uma árvore e qualquer descuido pode ser
senão um tombo, uma entorse ou até uma fratura. Isso pelos simples fato de
caminhar por 3 km.
Adianta falar, escrever,
postar em blogs?... Nada muda. Não há sensibilidade. A tal acessibilidade tão
falada em nível de propaganda jamais chegará à nossa região. Nossos
administradores não sabem o que é isso e não tem vontade de executar um passo
para melhorar essa e outras tantas situações.
São apenas alguns exemplos
pincelados lá e cá que demonstram que são repetições das repetições e que vão
apenas tendo novas roupagens, novos cenários.
Por tudo isso estou jogando a
toalha. Incorporo-me ao time do “deixa pra lá” e vou tomar conta da minha vida
que é o melhor que eu faço.
Título e Texto: Antenor Pereira Giovannini, 21-01-2012
Recebido de Silvane Saboia
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