sábado, 21 de janeiro de 2012

Jogando a toalha...



Antenor Pereira Giovannini
Prestes a completar 64 anos estou jogando a toalha. Não da vida porque afinal ainda tenho uma criaturinha de 7 anos para cuidar. Mas, de rabiscar, conceder pitacos, reclamar, opinar, criticar, de ser repetitivo, dar murro em ponta de faca sem sucesso, enfim, de ser um velho chato para alguns, sobre o que ocorre em nosso País, seja que âmbito for federal, estadual ou municipal.
Chega! Basta!
Nada adianta, nada muda, muito pelo contrário, a coisa a cada dia piora e não se observa nenhum esforço em mudar. Há uma passividade, uma aceitação generalizada por tudo que ocorre sem que haja por parte da sociedade indignação que faça com que algo seja feito.
Cansei de ficar expondo de várias maneiras minha indignação, chegando a ficar com pressão alta com tamanha indiferença, com qual objetivo? Nenhum...
Ninguém lhe ouve, ninguém quer que as coisas mudem...
Vou me juntar aos milhões que deixam o barco rolar e pensar unicamente no umbigo próprio.
Um grande amigo de há muito largou de mão e apesar de querer me convencer do contrário e persistir em querer escrever, rabiscar, pleitear, nada acontece. Ele tem razão. Vivemos numa sociedade hipócrita e acomodada e que concorda com tudo que ocorre de forma geral.

A nível federal é um absurdo atrás do outro e nada muda. Seis ministros foram afastados por corrupção. O que aconteceu com eles? Nada, absolutamente nada. Ninguém foi preso, o dinheiro desviado continuou desviado e as pessoas ou empresas favorecidas por ações dessas pessoas também nada sofreram.
Um dos exemplos: Um “de menor” assalta uma residência, estupra mãe, filha, fica 6 horas causando pânico a ambas. É preso. Para daqui há 1 ou 2 anos estar solto. Pior que isso o governo assina concordando que tais “de menor” tenham também direito a visitas intimas. Fim da picada.
No Estado (do Pará) temos um senador que possui um rosário de processos e mesmo assim, consegue voltar ao senado tendo ao seu lado correndo em tal lei de “Ficha limpa” para que políticos tenham direitos a alçar os cargos elegíveis se estiverem nessas condições.
O governo chega a ponto de pedir para que MP investigue um suposto estupro num programa exibido em canal aberto e assistido por milhões de pessoas. Investiga o suposto estupro, mas não investiga se um tipo de programa desse nível não deveria ser retirado do ar e fim de papo. Não. Essa preocupação não existe. Tentativa de estupro ou estupro é crime, mas passar pornografia em canal aberto não é...
Voltar para casa e encontrar a mesmice na cidade. Fazer uma caminhada de 3 km cidade/bairro se torna um sacrifício não pela distância, mas pelas vezes que você fica andando ora na calçada, ora na rua, ora na calçada, ora na rua. Ora, por quê? Porque não temos calçadas e nossas autoridades não se interessam em ajeitar essa situação. Pelo menos em uma rua para mostrar algum interesse. Isso o obriga a ficar com um olho na rua e outro no carro, na moto, na bicicleta porque podem lhe atropelar e quando você anda na calçada o cuidado é redobrado porque uma calçada tem degrau, a outra desnível, a outra tem uma árvore e qualquer descuido pode ser senão um tombo, uma entorse ou até uma fratura. Isso pelos simples fato de caminhar por 3 km.
Adianta falar, escrever, postar em blogs?... Nada muda. Não há sensibilidade. A tal acessibilidade tão falada em nível de propaganda jamais chegará à nossa região. Nossos administradores não sabem o que é isso e não tem vontade de executar um passo para melhorar essa e outras tantas situações.
São apenas alguns exemplos pincelados lá e cá que demonstram que são repetições das repetições e que vão apenas tendo novas roupagens, novos cenários.
Por tudo isso estou jogando a toalha. Incorporo-me ao time do “deixa pra lá” e vou tomar conta da minha vida que é o melhor que eu faço.
Título e Texto: Antenor Pereira Giovannini, 21-01-2012
Recebido de Silvane Saboia

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