Nivaldo Cordeiro
Temos visto nos últimos dias
um festival de truculência do partido governante, o PT, capitaneado pela
presidente Dilma Rousseff, que mesmo na época da ditadura militar foi
desconhecido. Alguns fatos são muito visíveis, como a reformulação da política
econômica e a transformação dos banqueiros em bodes expiatórios. A redução
abrupta e unilateral das taxas de juros só prova que a motivação revolucionária
anticapitalista do partido governante não arrefeceu.
Não que os juros cobrados no
Brasil estivessem em nível razoável. O problema é que há muitas maneiras de
resolver o problema e o governo escolheu a via autoritária, carnavalesca. O
pedido de Dilma Rousseff (uma ordem, na verdade), para que a Febraban se retratasse
da nota escrita pelo economista Rubens Sardemberg foi um ponto culminante de
arrogância. O documento estava sensato e o economista apenas escreveu o óbvio,
que os bancos não têm poder sobre a demanda de crédito. A presidente parece
ter-se sentido pessoalmente ofendida com essa opinião, em si técnica e correta.
A retratação da Febraban
mostrou que mesmo este segmento empresarial, tão poderoso, está subjugado de
forma impiedosa pelo partido governante.
O ímpeto autoritário, todavia,
está em outras manchetes de jornais. O teatrinho ridículo, pelo qual algumas
personalidades midiáticas passaram a pedir em público o veto integral do novo
Código Florestal, mostra que a presidente já decidiu fazer o veto, um
desrespeito ao Congresso Nacional e à maioria ali constituída. Passa por cima,
impiedosa, sobre a divisão de poderes.
Mas nada é mais preocupante do
que o circo armado em torno da CPI do Cachoeira. Veja-se que todo fundamento do
escândalo são as gravações telefônicas solertes, perpetradas pela Polícia
Federal, que dessa forma passou a ser um agente político de primeira grandeza,
a influir antecipadamente nos resultados das eleições deste ano (e na de 2014).
A Polícia Federal assim tornou-se uma polícia política, a serviço do partido
governante. É evidente o viés seletivo das investigações, quando se sabe que
pior fazem os membros do governo.
Sem prejuízo da culpabilidade
dos investigados, salta aos olhos a motivação eleitoreira do caso. Não é à toa
que o ex-presidente Lula, desde a primeira hora, foi um entusiasta da
divulgação do escândalo e um apoiador da instalação da CPI. Ele percebeu o que
toda gente percebe: o alto valor eleitoral desse escândalo, com poder de
destruição profundo sobre alguns de seus adversários políticos mais notórios.
O que vemos é que o PT
finalmente rasgou a Carta ao Povo Brasileiro, estando muito à vontade para
implantar a sua agenda revolucionária. E não apenas no âmbito do Poder
Executivo. Basta ver as recentes decisões do Supremo Tribunal Federal, que tem
exorbitado e legislado em assuntos da competência do Congresso Nacional,
avançando na agenda revolucionária no âmbito do marxismo cultural.
O surpreendente é o destemor e
a pressa com que as “reformas” estão caminhando. O PT tem pressa e se sente à
vontade para fazer cumprir o seu programa. Parece não haver, nem nos partido
políticos e nem na sociedade civil, força capaz de segurar o ímpeto
revolucionário. O PT considera que já acumulou forças suficientes para fazer
valer sua vontade. Os fatos provam que a avaliação está correta.
Título e Texto: Nivaldo
Cordeiro
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