Valmir Azevedo Pereira
Uma das mais degradantes medidas que presenciamos nos últimos anos é a
visão distorcida seja por defeito físico seja por escandaloso puxa-saquismo
de determinadas autoridades.
Sem pejo, elas distribuem honrarias e distinções. O ato sempre ocorre com pompa e muita circunstância. A apoteose é do interesse do agraciador e, logicamente, do agraciado.
Assim, sem pedir (?), mas extremamente gratificado com tanta honra, o
honorável aceita a comenda, a medalha, o diploma, a distinção.
São as plumas e os paetês que enfeitam a sua vaidade. As plumas no vasto
rabo, e os paetês em torno da face, resplandecendo a risonha cara-de-pau.
Um espanto de bonito.
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Com a toga que caracteriza a
cerimônia, Lula recebeu o título concedido pela UFRJ, Uerj, UniRio, UFF e UFRRJ.
Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula/Divulgação
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As autoridades concedentes, escandalosamente, jogam no lixo, normas,
tradições, e o respeito à sua entidade ou instituição e, principalmente, com
desrespeito aos antigos amedalhados e diplomados, que com tanto sacrifício,
esforço, dedicação e às vezes árduo estudo alcançaram a distinção e, sem o
menor pudor, concedem mimos de alto valor simbólico para qualquer um.
Infelizmente, esta farta distribuição deve ser conseqüência da orgia de
barbaridades a que assistimos, em todos os níveis da desavergonhada sociedade
brasileira, pois os agraciadores gozam de altas posições, devendo (ou deveriam)
ter um mínimo de recato.
A pilantragem ocorre como uma praga, disseminada por cotas inconcebíveis
que se espraiam por cotas de homenagens indevidas a qualquer energúmeno.
Assim, como o fabuloso Ronaldinho gaúcho, que por realizações
desconhecidas pelos reles mortais, foi agraciado pela vetusta Academia
Brasileira de Letras, que prêmio ou exaltação deverá esperar no futuro, a madrinha
da recente “melhoria ” do vernáculo português?
Ultimamente, não sabemos se para provocar o homenageado, uma vez que todos
sabem que o dito nunca foi chegado às lides estudantis, diversas
universidades e outros templos do ensino, entronizando a imbecilidade, em
massa, distribuíram diplomas de Doutor Honoris Causa.
E com alarde, e com magnificência, e com trombetas em claro e descarado
desrespeito a tudo o que de honrado a entidade preservava até àquela data.
Impressionantemente degradante.
No Brasil, assistimos não apenas à assunção da impunidade, ao enterro da
meritocracia, testemunhamos muito mais, a degradação dos indivíduos, a
edificação de um templo à hipocrisia, portanto, quando falam em instituir um
memorial, um monumento a um grande cretino, só nos resta rezar para que um dia,
uma hecatombe caia sobre esta terra e apague da nossa história, homenageantes e
homenageados.
Bons tempos em que os nativos adoravam o sol, as estrelas, o mar, pois
depois de anos de lavagem cerebral, esquecemos das maravilhas da natureza, e cá
estamos prestes a adorar um mal cheiroso monte de esterco.
A maldade, a inépcia, a falta de caráter, a patifaria e uma gama de
atributos que ornam os patifes sempre existiram, contudo, tristemente,
testemunhamos a glorificação da calhordice, e, inclusive, a sua premiação.
É como se volta-e-meia tivéssemos a distribuição do Oscar da patifaria, o
Oscar de melhor Diretor do escárnio nacional, e todos, aplaudindo de pé,
delirantemente, e aos gritos de “ELE merece” , chorássemos de alegria.
Breve, ELE será entronizado Doutor Honoris Causa pela Universidade
do Comando Vermelho por decisão unânime de seus Reitores.
Título e Texto: Gen. Bda Valmir Fonseca Azevedo Pereira, Brasília, DF, 08
de maio de 2012
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