Bolívia começa a celebrar o fim... do capitalismo
Nesta quarta-feira, uma
notícia ganhou destaque na imprensa brasileira e internacional: ela falava da
iminente expulsão da Coca-Cola e da falência da rede de lanchonetes McDonald's
na Bolívia. O que dava respaldo à história eram frases do ministro de Relações
Exteriores da Bolívia, David Choquehuanca, o que por si só já deveria ter
ligado um sinal de alerta. O chanceler boliviano é célebre pelos discursos
amalucados, como aquele em que disse que "as pedras têm sexo". É
sempre sábio analisar o contexto de suas declarações e descontar seus exageros
poéticos, esotéricos, ideológicos. No episódio desta quarta-feira, na fala de
Choquehuanca se misturavam a fábrica de refrigerantes, o fim do capitalismo e
os mistérios do calendário maia. Mas esses não eram os únicos motivos para que
a notícia fosse vista com uma altíssima dose de ceticismo. O McDonald's deixou
a Bolívia há 10 anos, e a menção à sua "falência", como se fosse fato
de agora, devia causar suspeita. A notícia, no entanto, se propagou à velocidade
da internet, que muitas vezes leva a imprensa a atropelar uma das cláusulas
mais sagradas de seu contrato com o leitor: nunca publicar aquilo que não foi
exaustivamente checado. O site de VEJA também descuidou desse dever num artigo
com o título "Bolívia expulsa a Coca-Cola, e McDonald's quebra no
país". Daí a existência desta reportagem. Ela vem para reconhecer o erro,
pedir desculpas ao leitor - e passar a limpo uma história que afinal de contas,
é mesmo curiosa e merece ser contada.
(…)
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