Os canalhas esclarecidos protegem o petismo

Geraldo Almendra

“Será preciso mais tempo para avaliar a contribuição de Lula, mas é indiscutível que, sem haver mudado o rumo das coisas, ele ampliou os programas sociais e incluiu mais os setores populares na vida nacional.”

Para o país, os canalhas esclarecidos são tão ruins ou piores do que os ignorantes sórdidos e corruptos. Essa gente é eleita pelos votos comprados pelas bolsas qualquer coisa, pelo suborno, pela prostituição da política, e pela corrupção generalizada.

Em pleno julgamento do maior escândalo de corrupção da nossa história, pelo STF, em que estão arrolados alguns dos melhores e mais íntimos amigos de Lula, a frase acima dita por FHC reforça ou confirma a degeneração cultural, educacional e moral do Brasil, seja na camada dos menos favorecidos, ou nas sórdidas burguesias e oligarquias que patrocinaram a Fraude da Abertura Democrática.

FHC foi o responsável direto pela blindagem de Lula na época da denúncia do Mensalão, livrando o ex-presidente, seu cúmplice dessa esquerda nojenta que domina o país, de um impeachment, após um pedido pessoal de ajuda conforme já divulgado pela mídia.

Com a primeira impressão de uma inesperada condenação da maioria dos acusados, motivada pelos votos dos togados no STF em relação aos temas já colocados em julgamento, se apressa FHC a enaltecer Lula, provavelmente preocupado com o reconhecimento coletivo do tipo de ser humano que o ex-presidente realmente representa depois do julgamento do mensalão, e com um risco cada vez maior de alguém, do meio dos acusados, denunciar Lula como o verdadeiro chefe da gang dos quarenta.

Não precisa ter muitos neurônios para se perceber que, assim como Lula tentou peitar o STF com ameaças sub-reptícias a um de seus togados, FHC, certamente, está usando a sua influência com os togados indicados por ele durante seus dois mandatos para, principalmente, garantir a impunidade dos mais chegados a Lula, especialmente José Dirceu, o suposto primeiro homem da hierarquia do mensalão que já declarou no passado que Lula tinha conhecimento de todos os seus atos.

Seu esforço sórdido poderá ser, certamente, em vão, pois dos quarenta prováveis condenados, alguém, por revolta ou vingança, poderá dar com a língua nos dentes em uma entrevista exclusiva à Revista Veja, por exemplo.

FHC esqueceu-se de acrescentar que o saneamento básico, a saúde, a educação, a cultura e a segurança pública estão falidos, em um país já sem infraestrutura econômica para gerar os milhões de empregos necessários para evitar uma catástrofe social. Enquanto isso Lula, seguindo os passos do segundo mandato de FHC praticava sucessivos estelionatos eleitorais com o maior programa de compra de votos de nossa deprimente história.

Que sociedade predominantemente ignorante, covarde e canalha em que vivemos!

Quem são os cúmplices diretos desses gângsteres da política que deveriam estar na cadeia ao invés de estarem sendo agraciados com títulos “honoris causa ou assemelhados” comprados nas mentes de reitores ou formadores de opinião, bajuladores de corruptos, irresponsáveis e inconsequentes?

A resposta é direta, são os milhares de canalhas esclarecidos traidores do nosso país que estão infiltrados: nas classes do jornalismo marrom, na academia – universidades públicas – que por força das cotas está sendo transformada em formadora da nova legião dos discípulos do fascismo petista - uma nova geração de corruptos ou corruptores -, no meio empresarial cúmplice do BNDES e das verbas de propaganda de desgovernos espúrios, no meio dos estudantes universitários que não precisam necessariamente ter mérito para entrar em uma universidade que vai sendo oficializada como formadora relevante de analfabetos funcionais para serem lacaios de desgovernos corruptos, no Poder Judiciário com uma vergonhosa infiltração de togados bandidos ou bandidos vestidos de togados que protegem os delinquentes da corrupção, no meio artístico cúmplice dos vagabundos da gang dos quarenta e um, e nos poderes públicos federal, estadual e municipal por coação ou cumplicidade voluntária com o bilionário roubo dos contribuintes que já colocou no ralo da corrupção nos últimos doze anos mais de 900 bilhões de reais enriquecendo esses milhares de criminosos que deveriam estar na cadeia pela prática de crimes hediondos.

A primeira impressão que estamos tendo durante o início do julgamento do “Mensalão” é que, com poucas exceções, os togados perceberam que a impunidade para essa quadrilha poderá causar uma crise institucional e uma racha na sociedade civil de consequências imprevisíveis.

Uma sociedade para ser civilizada não pode testemunhar de forma covarde, redundante e repetitiva, a continuada impunidade dos caciques da corrupção sendo colocada acima das leis do país graças ao apodrecimento do Poder Judiciário, em que, recentemente, um dos seus representantes investiu na anulação do julgamento de um dos mais perigosos mafiosos da corrupção do país, o Carlinhos Cachoeira.

Até quando a sociedade continuará permitindo que corruptos que não passam de genocidas profissionais pelo desvio de dinheiro que deveria ser aplicado para salvar vidas, continuem sorrindo e circulando pelas ruas sem serem minimamente molestados pela revolta popular necessária?

Por que cidadãos têm coragem de matar, todos os dias, cidadãos inocentes pelos motivos mais fúteis enquanto os políticos genocidas continuam tratando, impunemente, os contribuintes como palhaços e imbecis do Circo do Retirante Pinóquio?

De uma forma ou de outra as gerações futuras terão a oportunidade de saber quem realmente foram os canalhas esclarecidos que fraudaram a Abertura Democrática para transformar o país em um Paraíso de Patifes e o poder público em um Covil de Bandidos.

Certamente olharão para trás com um inevitável nojo das burguesias e oligarquias de canalhas esclarecidos, gente sórdida que está patrocinando a destruição do futuro do país pelo petismo.

Título e Texto: Geraldo Almendra, 02/09/2012