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Marcos Brindicci/Reuters, 10 de setembro de 2012
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Cerca de 700.000 pessoas, segundo cálculo do governo provincial de Buenos Aires, lotaram as ruas centrais da capital argentina na noite desta quinta-feira para protestar contra o governo Cristina Kirchner. Houve ainda concentrações populares em Córdoba, Mendoza, Rosário e Bariloche. Convocada pelas redes sociais, a mobilização tem o mesmo espírito do protesto realizado em 13 de setembro, último grande “panelaço” contra as políticas do governo argentino.
A manifestação desta quinta
foi apelidada de 8N, uma referência ao dia 8 de novembro – e uma ironia ao 7D,
sigla escolhida pela presidente para se referir a 7 de dezembro, data que ela
impôs para que as empresas de comunicação se adaptassem à nova legislação do setor, a chamada “Lei de
Meios”.
Os protestos interromperam o
trânsito em uma das principais avenidas da capital, a 9 de Julho, onde fica o
Obelisco, informou o jornal La Nación. Os cartazes exibiam críticas à
alta inflação, situação da economia, falta de segurança, aos casos de
corrupção e à proposta de permitir que a presidente se candidate mais uma vez à
reeleição, o que daria a ela a possibilidade de um terceiro mandato, atualmente vedado pela Constituição.
Oposição
Antes da data marcada para o protesto, grupos ligados ao governo acusaram a imprensa e a oposição, que governa a província de Buenos Aires, de incentivar a marcha. A maior parte dos políticos opositores deu seu aval à manifestação, mas resolveu não participar para não tirar a legitimidade popular do movimento, segundo o jornal Clarín.
Antes da data marcada para o protesto, grupos ligados ao governo acusaram a imprensa e a oposição, que governa a província de Buenos Aires, de incentivar a marcha. A maior parte dos políticos opositores deu seu aval à manifestação, mas resolveu não participar para não tirar a legitimidade popular do movimento, segundo o jornal Clarín.
Citando fontes do governo, o
jornal informou que a segurança foi reforçada na Praça de Maio, onde fica a
Casa Rosada, sede do poder Executivo, e na residência presidencial de Olivos,
na província de Buenos Aires, de onde Cristina Kirchner acompanhou o movimento.
Milhares de manifestantes também se concentraram em frente à residência oficial
em Olivos.
“Piores momentos”
A presidente, que participou de dois eventos nesta quinta, evitou falar especificamente sobre o “panelaço”. Durante o dia, o mais perto que chegou de mencionar a manifestação foi ao inaugurar um espaço cultural que leva o nome do seu marido Néstor Kirchner, morto em 2010. Ela disse que Néstor lhe deixou a lição de que é preciso lutar sempre, mesmo nos “piores momentos”.
A presidente, que participou de dois eventos nesta quinta, evitou falar especificamente sobre o “panelaço”. Durante o dia, o mais perto que chegou de mencionar a manifestação foi ao inaugurar um espaço cultural que leva o nome do seu marido Néstor Kirchner, morto em 2010. Ela disse que Néstor lhe deixou a lição de que é preciso lutar sempre, mesmo nos “piores momentos”.
“É nos piores momentos que se
conhecem os verdadeiros dirigentes de um país”, declarou a presidente, que
ainda ressaltou o fato da Argentina viver uma “democracia total” e “uma
liberdade de expressão nunca vista antes” – uma conclusão contrariada pelas
atitudes de seu governo, que persegue a imprensa independente.
Além dos protestos em Buenos
Aires e outras grandes cidades, argentinos residentes em outros países também
realizaram manifestações nesta quinta-feira em lugares como Itália, França,
Austrália, Holanda, Chile, Colômbia, Estados Unidos, Azerbaijão, Canadá e
Áustria.
Título: Reinaldo Azevedo
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Foto: Daniel Garcia/AFP |
Apagão provoca caos nas ruas de Buenos Aires;
Deputados opositores rejeitam reeleição de Cristina;
Maioria dos argentinos é contra reforma constitucional
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