VENEZUELA E BRASIL COMEÇAM A ACORDAR DO PESADELO SOCIALISTA
Francisco Vianna
Na Venezuela, a popularidade
de Maduro, ‘amadureceu’ tanto que deu bicho e está apodrecendo no pé a ponto de
cair. Seu “alegado prestígio” está em queda livre e, numa eleição limpa, hoje,
seria fragorosamente derrotado pela oposição. Aliás, é do consenso geral entre
os venezuelanos que ele só foi eleito pela manipulação das urnas eletrônicas
usadas no país e outros expedientes ilegais, medo que também assusta os
eleitores brasileiros.
A piora da crise econômica, de
fato, tem tornado a vida dos venezuelanos um verdadeiro inferno, a ponto da
grande maioria não querer mais saber da ‘Revolución Bolivariana’, inclusive
entre os menos educados e desprovidos de recursos, que são os que mais estão
sofrendo com a escassez de quase tudo, como ocorre em Cuba, o país inspirador
do regime.
Cada vez há menos respaldo à
base tradicional do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), o qual
pretende estabelecer uma “sociedade de partido único”, assim como também deseja
o PT (Partido dos Trabalhadores) no Brasil. Para isso cometem todas as
barbaridades possíveis e imagináveis em política, para se manterem no poder,
exceto tentarem contornar suas profundas incapacidades administrativas e coibir
a corrupção rampante no meio político. Até mesmo os “socialistas” estão
insatisfeitos, tanto na Venezuela como no Brasil, isso sem falar na Argentina,
na Bolívia e em outras repúblicas menores que implantaram regimes populistas e
demagógicos de esquerda.
Uma série de enquetes
publicadas nas últimas semanas revela que cerca de dois terços dos venezuelanos
já falam abertamente a respeito da necessidade de uma mudança de governo e que
o ‘movimento revolucionário’ encontra-se na sua maior crise de credibilidade
desde que foi implantado pelo falecido líder messiânico populista e não menos
demagogo Hugo Chávez Frias, com as próprias bases do chavezismo a considerar
que as últimas políticas têm sido fracassos sucessivos e a se mostrarem
inseguras de que Maduro saiba o que está fazendo.
No Brasil ocorre o mesmo, com
a Presidente Dilma Rousseff, o seu partido e as suas ‘eminências pardas’, Lula
da Silva e o Foro de São Paulo, querendo ser vistos pelas costas pela maioria
das pessoas.
Alfredo Keller, presidente do
Instituto de Pesquisas e Enquetes Keller e Associados em Caracas, diz que “o
governo dá um passo adiante e dois a ré, enviando na maioria das vezes
mensagens confusas e equivocadas ao eleitorado e quando se percebe a
segmentação socioeconômica, já não existe apoio majoritário ao PSUV, ao
chavezismo em geral e nem sequer ao governo nos setores mais populares”, ou
seja, onde as pessoas costumam facilmente se tornar massa de manobra do
populismo demagógico da máquina estatal.
Nesse ponto, o regime está a
ponto de perder as próximas batalhas e possivelmente a guerra pela continuação
e aprofundamento de um sistema que todos sabem a que fim trágico levará o país,
apesar de todo o seu petróleo.
De acordo com as últimas
pesquisas de opinião da Keller & Associados sobre o segundo trimestre deste
ano, a popularidade de Maduro já caiu 20 pontos percentuais desde que iniciou
sua gestão, quando então, ela passava de 57 por cento. Hoje, com menos de 37 por
cento de aprovação, o regime começa a se preocupar em arranjar um jeito de se
perpetuar no poder sem que seja preciso o voto popular. E todo mundo sabe o que
isso significa.
Há também os que acham que a
queda não corre por conta apenas da mediocridade e incompetência de Nicolás
Maduro, mas também pelo fato de que o chavezismo em si está perdendo o respaldo
popular e de dentro das próprias fileiras partidárias que o têm apoiado. Há um
número cada vez maior de pessoas que não se sentem representadas com Maduro e
nem com o processo revolucionário, que é responsável pela fuga intensa de
capitais – financeiros e humanos – do país.

Dentro do próprio chavezismo
já há questionamentos à pífia gestão política e administrativa de Maduro e,
fora dele, os demais já pregam abertamente a necessidade do retorno ao sistema
capitalista de livre mercado para que se evite um colapso completo da economia.
No Brasil, com a grande mídia
cooptada pelos papagaios do BNDES, essa tendência se observa nos estádios
lotados da Copa do Mundo da FIFA, que têm recepcionado a Presidente com
calorosas vaias e xingamentos cantados em coro uníssono e de forma audível e
que não deixam a menor dúvida da insatisfação da maioria.
De acordo com os últimos
números apurados, 71 por cento dos venezuelanos considera que “as coisas na
Venezuela” vão de mal a pior em comparação com 25,7 por cento que ainda
acredita que está tudo indo conforme o esperado.
Essa percentagem sobe para
88,44 por cento nas classes A e B (de maiores recursos), quando se pesquisa em
termos de distribuição populacional, quanto à percepção de que a situação geral
do país está péssima e tende a se agravar ainda mais. Na classe média, essa
percepção é a de 73,95 por cento (classe C) e já chega a 62,22 por cento entre
os integrantes das classes D e E (os de menos recursos), segundo a empresa de
pesquisas de Hernández Hercón.
Mesmo assim, 72,4 por cento
dos venezuelanos considera que a situação econômica do país piorou muito e 73,2
por cento diz estar convencido de que continuarão a piorar ainda mais nos
próximos meses.
A grave crise econômica por
que atravessa o país – com o setor privado praticamente paralisado, prateleiras
vazias nos supermercados e a maior taxa de inflação do planeta – está erodindo
de tal forma os argumentos de apoio ao chavezismo que até mesmo o propalado
“legado de Chávez”, vai se tornando algo semelhante a um enorme erro cometido
pela sociedade civil venezuelana, disse Hernández.
Tal tese é confirmada pela
enquete de Keller, segundo a qual 60 por cento dos consultados consideram como
falsa a afirmação que vem sendo repetida desde que se iniciou o período
chavezista de que “sob a Revolução Bolivariana, a Venezuela se transformaria numa
potência mundial”.
Outras sandices populistas e
demagógicas repetidas pelo governo através de seus instrumentos de propaganda
também estão a demonstrar que elas já quase nada representam junto à população,
que se sente traída e enganada, inclusive pelos discursos de Maduro e do
presidente da estatal petroleira da Venezuela, Rafael Ramírez, que insiste em
afirmar que o “modelo econômico” do governo teve pleno êxito e, por isso mesmo,
a economia “vai bem”.
Tal alegação – conforme a
enquete da Keller – é rechaçada por 69 por cento dos venezuelanos e já virou
mote de piadas no dia-a-dia. Como se não bastasse, os consultados também se
mostraram em desacordo com algumas das políticas mais emblemáticas do
chavezismo em matéria econômica, com 71 por cento mostrando-se contra as
desapropriações feitas pelo estado, 85 por cento mostrando repulsa pelas
faculdades do governo de obrigar os donos de residências a vender suas
propriedades a preços estipulados pelo próprio governo e 82 por cento objetando
a proibição de empresas de demitir empregados que não comparecem ao trabalho.
Keller diz com muita segurança que “60 por cento da população venezuelana não
acredita mais do Socialismo do Século XXI”.
Keller ainda analisa a
situação dizendo que “as pessoas acham que é um modelo que não funciona, uma
vez que causa a fuga de capitais internos e a inibição de capitais externos,
assim como o êxodo da mão-de-obra especializada em todos os setores para a
vizinhança sulamericana. Esse é o quadro que temos hoje em dia no país, e a
diferença da situação de há cerca de cinco anos só cresce e agudiza os
problemas. Ainda, 60 por cento da população considera que o modelo que está
sendo posto em prática leva a Venezuela a uma situação de intensa pobreza e
miserabilidade semelhante à existente em Cuba dos Castros”.
Acreditam, as empresas de
pesquisas de opinião, que essas percentagens provavelmente continuarão a
aumentar na medida em que a crise econômica e as restrições políticas forem se
agravando.
O quadro, de fato caminha para
uma situação que, mesmo numa democracia aparente, o chavezismo não poderá se
sustentar por muito tempo e, conforme recomendam os ditadores de Cuba, em breve
a Venezuela terá que se desfazer de sua frágil aparência de democracia e as
cartas da ditadura socialista, no estilo cubano, terão que ser postas sobre a
mesa.
Quadro semelhante, embora
ainda não tão crítico, vai se desenhando no horizonte do Brasil, onde os
socialistas prosseguem em sua aventura que basicamente visa o enriquecimento
pessoal de seus próceres, mas que chegará o dia – para muitos mais próximo do
que se pode imaginar – onde a permanência no poder exigirá do PT e de sua “base
alugada” a mesma disposição de expor na mesa, de vez, as suas cartas
totalitárias.
Resta saber se, tanto na
Venezuela como no Brasil, haverá forças suficientes para evitar que a ditadura
retorne, desta vez de forma muito mais destrutiva que as anteriores.
Título, Imagem e Texto: Francisco Vianna, 03-07-2014
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