«Sem casos e sem história»,
foi assim que SIC e TVi resumiram as mais de 3 horas do debate do Estado da
Nação na Assembleia da República.

Ainda e apesar de tais
interlúdios, não existe melhor forma de avaliar o estado da informação
televisiva do que através da comparação de um debate na AR em directo (embora
poucos possam ou queiram segui-lo) e o resumo que dele é feito nos jornais das
20.
Desta vez a ausência de casos
e de história relatada à noite era, afinal, a maneira de omitir algumas das
intervenções mais combativas de Passos Coelho, que foi capaz de explicar a
política do último ano, soube usar os trunfos da melhoria dos indicadores
económicos, apanhou o PS em várias contradições, e desmascarou as invocações
feitas por Catarina Martins, do Bloco de Esquerda, com base num «documento do
FMI» que, afinal, não dizia o que ela dizia que lá estava.
São casos e têm história, mas
são, é claro, pratos indigestos para as especiais inclinações das redacções
televisivas. Eis, portanto, segundo as redacções televisivas, o que se passou:
não se passou nada.
Título, Imagem e Texto: José Mendonça da Cruz, Corta-fitas,
08-07-2014
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