Aos Demitidos Varig, Aposentados,
Pensionistas Aerus:
Francisco Barros
Em se falando de VARIG/TRANSBRASIL
/AERUS/Acordos e correlatos, estejam certos que este é o último vagão
do derradeiro trem. Depois somente restarão oportunidades
de aprendizado pelos erros cometidos ou lamentações infindas pelas
omissões feitas.
Portanto, este não é o momento
de lamentar pelo que se fez, mas sim pelo que deixamos de fazer.
Logo, estejamos atentos para
não cair na triste armadilha do “se”: se eu tivesse ido… se eu tivesse feito
isso… se eu tivesse feito aquilo… Nessas circunstâncias só nos restará a agonia
de ser perseguido pelos fantasmas das nossas omissões.
Agradável ou não, somente nos
restou este momento presente. Com pouco tempo ou não. Bom ou ruim. Esta é a
oportunidade disponível!
Ressalto, que a expressão
”nós”, contidas nas declarações, não significa delicadeza ou sutileza no modo
de escrever, mas a afirmativa da minha inclusão a essa tomada de consciência; e
lembro que a consciência mais próxima de quem está opinando é a minha!
Declaro que os companheiros
têm o direito de não gostar nem um pouco do que estou escrevendo, até porque eu
mesmo não gostei de algumas delas. Mas aprendi na minha vida e estou sempre
repetindo para mim que muitas coisas que não gostei de ouvir foram exatamente
aquilo que precisava ouvir!
Considerando o acima exposto,
apresentaremos uma visão sobre algumas experiências vivenciadas nesse longo
período:
Torna-se importante destacar
que todas as formas de protesto são válidas, porém existe aquelas que
produziram grandes retornos e outras nem tanto. Umas que sensibilizaram os
políticos e outras não. Umas que geraram muitas menções na mídia e outras
nenhuma. Algumas lograram grandes êxitos mesmo apresentadas de forma isoladas
ou solitárias, outras não.
Entretanto, não podemos negar
que todas as experiências são realmente válidas, pois são através delas que
aprendemos a determinar pelos resultados, aquelas que valem a pena serem
repetidas, as que devem ser aperfeiçoadas e as que devem ser evitadas.
Assim sendo, a título de colaboração,
apresento para apreciação dos companheiros, algumas observações feitas como
exemplo, e peço que sejam analisadas com imparcialidade, isto é, colocando
razões acima dos sentimentos, observando apenas os resultados alcançados e não
os autores.
Lembrando que algumas podem
ter sido omitidas, por esquecimento ou mesmo lapso, peço aos companheiros
que lembrem e acrescentem; ratifico que todas merecem respeito e
admiração, independente dos resultados alcançados.
Assim sendo, abaixo, como
exemplo, apresentamos algumas delas:
a) As invasões dos escritórios do AERUS;
b) A tomada do salão verde da Câmara dos deputados, em Brasília;
c) As greves de fome do companheiro José Manuel;
d) Os trabalhos solitários e isolados dos vários companheiros, a
exemplo dos nossos companheiros Amaury Guedes e Cleia Carvalho;
e) As reportagens, declarações e notas de nosso interesse
fartamente publicadas no site "O Cão
Que Fuma"
f) As reportagens, os e-mails, os apoios e outras publicações
diversas, etc.
g) Demais outras não mencionadas.
Conforme dito anteriormente,
independente dos autores, as experiências que através de fatos e dados
comprovaram os seus bons resultados devem ser repetidas. Não existem argumentos
que possam derrubar os fatos.
O número reduzidíssimo de
participantes de Aeroviários e Aeronautas em geral, em encontros, reuniões e
protestos constitui algo assombroso e inexplicável.
Excetuando aqueles que em
virtude do grande peso da idade, doenças ou outras fortes razões se
tornaram impossibilitados de participar, os demais, em sua maioria,
são ausentes por opção. Entre esses, existem aqueles que se encontram
acomodados em suas poltronas "curtindo" suas vidas miseráveis,
ajustados às migalhas residuais que ainda recebem do AERUS. Vivendo como
parasitas, se alimentando do trabalho de seus companheiros, sentindo-se um
coitadinho, com pena de si mesmo, numa eterna “auto piedade”.
Eles não participam de nada
relativo à causa e estão sempre prontos para se justificar, entretanto, não
perdem a “cara de pau” de ficar perturbando quem participa, exigindo
informações, fazendo criticas e explorando os seus companheiros.
Existem também aqueles que por
circunstâncias, sorte ou opção recebem uma quota maior do soldo a que têm
direito e, em virtude dessa circunstância bem mais vantajosa, inebriados pelo
seu egoísmo, negam em colaborar, calando seus sentimentos e cegando a razão,
esquecendo inclusive que essa situação vantajosa pode ser apenas
momentânea e que no futuro, que Deus os livre, não estão imunes de
se depararem com situação idêntica à nossa.
Estamos cientes de que
precisamos de toda a ajuda possível, ativos, inativos, parentes, amigos,
imprensa em geral, apoios políticos e etc. e que não só devemos convocá-los,
como nos sentir gratos pela solidariedade e a colaboração a esse nosso propósito
comum. Entretanto não devemos deixar de estar atentos a pessoas ou grupos que
somente querem nos usar, objetivando unicamente suas causas ou vantagens
pessoais.
Realmente precisamos de mais
energia e não estamos em condições de servir a pessoas ou grupos que buscam
exclusivamente sugar as nossas, já reduzidas pelas lutas incessantes e
constantes injustiças, em prol do benefício único de pessoas ou grupos que no
fundo são estranhos às nossas causas. Existem esses desafortunados.
Devemos estar conscientes
que não somos a favor de violências, mas as experiências revelam que atitudes
mais agressivas e enérgicas nas futuras atuações se tornaram imprescindíveis.
Nesse particular, de certa
forma, estamos “protegidos”. Mesmo com o desrespeito ao cumprimento dos direitos
dos idosos por parte das autoridades competentes, não podemos negar a raridade
e até mesmo inexistência de agressões físicas aos mesmos por parte das
autoridades, nessas manifestações.
Até porque tais atitudes,
provocariam danos irreparáveis ao governo, sendo inclusive fonte inesgotável de
protestos de políticos e da mídia, principalmente nesse período que antecede a
eleição.
Mesmo assim, torna-se
recomendável aos companheiros que ao tomarem qualquer atitude ou ação, evitarem
máscara ou qualquer cobertura que possam esconder a idade, para que as
autoridades presentes não venham alegar pelo fato, o desconhecimento do idoso e
assim querer justificar que nos confundiram com vândalos.
Nessa referida circunstância,
cabe o pensamento que há muito escutei, não me lembro o autor: "Nós
somos como bois, não sabemos a força que temos!"
Portanto, considerando os
fatos e dados de notório conhecimento público, não há que se negar, em sã
consciência, que o confinamento dos companheiros em Brasília, constituíu os
maiores resultados de efeitos extremamente benéficos, atuando decisivamente nos
parlamentares e na mídia em geral, produzindo efeitos imediatos e eficazes nos
assuntos de nosso interesse e por isso não só merecem como devem,
imediatamente, ser posto novamente em prática, independente de outras ações que
porventura venham a ser tomadas.
Essa é a leitura fria dos
acontecimentos e cabe acrescentar que o retorno a essas atividades, em virtude
das circunstâncias já criadas e experiências adquiridas, multiplicarão seus
resultados, indiscutivelmente.
Para tanto, a colaboração
do SNA na obtenção da passagem cortesia e seu apoio torna-se
indispensável e/ou através de doações de companheiros, como anteriormente
iniciado com relativo êxito, serão muito bem-vindos.
Outra atuação de retorno
valioso, foi a invasão dos escritórios do AERUS, cujas "visitas" com
mais frequências pelos companheiros, torna-se importante e recomendável,
prometendo trazer bons resultados.
Novas ideias e sugestões devem
ser sempre bem-vindas. Recomendável se torna ter a mente aberta e boa
vontade.
Como aparentemente todos os
meios de comunicação anteriormente citados continuam disponíveis ou em uso,
tornou-se dispensável mencioná-los neste momento.
Não obstante, independente dessas
importantes ações, todas as localidades formariam grupos atuando em paralelo em
suas áreas e aguardando outras ações mais eficazes que devam ser adotadas.
Reiteramos que se torna
imprescindível um número significativo de pessoas atuantes e as apreciações,
opiniões e críticas dos companheiros às sugestões apresentadas.
Estando de acordo, agradeço
encaminhar a todos os seus contatos.
Atenciosamente,
Francisco Barros, ex-funcionário da Varig e aposentado do AERUS,
07-07-2014
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Meu comentário...
ResponderExcluirAdoro poesias e paradoxos.
Essas coisas de última chamada, ou último vagão do último trem me lembram duas músicas.
Cadeira vazia de Lupicínio Rodrigues, é o exemplo do marido traído que guarda uma cadeira vazia e um pedaço de pão para a mulher que lhe abandonou, se por acaso os infortúnios da vida fizerem-na voltar.
A música "LANTERNINHA"
Quando o último vagão do último trem saiu de lá
o lanterninha lhe mirou a luz e ele consegui no vagão pular
saiu do inferno pela ultima vez hoje ele vive bem longe de vocês vive aqui dentro de mim.
QUEM SABE O DITADO QUEM RI POR ÚLTIMO...
Cito agora uma passagem bíblica dizendo que a oração nos coloca mais perto de deus.
Eu prefiro ficar longe de deus, espero que ele esqueça meu nome em suas listas recentes de chamada.
Tenho uma eternidade para passar junto a ele, mas prefiro ser o último a ser chamado.
Espero ter definido o quão útil pode ser último e quão inútil ao mesmo tempo.
Eu por questões financeiras e de saúde não posso participar, fico na estação esperando o último trem de preferência vazio, quando eu tomá-lo espero que seja só.
boa noite...