segunda-feira, 7 de julho de 2014

Um grito de agonia - A última chamada

Aos Demitidos Varig, Aposentados, Pensionistas Aerus:

Francisco Barros 
Em se falando de VARIG/TRANSBRASIL /AERUS/Acordos e correlatos, estejam certos que este é o último vagão do derradeiro trem. Depois somente restarão oportunidades de aprendizado pelos erros cometidos ou lamentações infindas pelas omissões feitas.

Portanto, este não é o momento de lamentar pelo que se fez, mas sim pelo que deixamos de fazer.
Logo, estejamos atentos para não cair na triste armadilha do “se”: se eu tivesse ido… se eu tivesse feito isso… se eu tivesse feito aquilo… Nessas circunstâncias só nos restará a agonia de  ser perseguido pelos fantasmas das nossas omissões.
Agradável ou não, somente nos restou este momento presente. Com pouco tempo ou não. Bom ou ruim. Esta é a oportunidade disponível!

Ressalto, que a expressão ”nós”, contidas nas declarações, não significa delicadeza ou sutileza no modo de escrever, mas a afirmativa da minha inclusão a essa tomada de consciência; e lembro que a consciência mais próxima de quem está opinando é a minha!

Declaro que os companheiros têm o direito de não gostar nem um pouco do que estou escrevendo, até porque eu mesmo não gostei de algumas delas. Mas aprendi na minha vida e estou sempre repetindo para mim que muitas coisas que não gostei de ouvir foram exatamente aquilo que precisava ouvir!

Considerando o acima exposto, apresentaremos uma visão sobre algumas experiências vivenciadas nesse longo período:
Torna-se importante destacar que todas as formas de protesto são válidas, porém existe aquelas que produziram grandes retornos e outras nem tanto. Umas que sensibilizaram os políticos e outras não. Umas que geraram muitas menções na mídia e outras nenhuma. Algumas lograram grandes êxitos mesmo apresentadas de forma isoladas ou solitárias, outras não.

Entretanto, não podemos negar que todas as experiências são realmente válidas, pois são através delas que aprendemos a determinar pelos resultados, aquelas que valem a pena serem repetidas, as que devem ser aperfeiçoadas e as que devem ser evitadas.

Assim sendo, a título de colaboração, apresento para apreciação dos companheiros, algumas observações feitas como exemplo, e peço que sejam analisadas com imparcialidade, isto é, colocando razões acima dos sentimentos, observando apenas os resultados alcançados e não os autores.

Lembrando que algumas podem ter sido omitidas, por esquecimento ou mesmo  lapso, peço aos companheiros que lembrem e acrescentem;  ratifico que todas merecem respeito e admiração, independente dos resultados alcançados.

Assim sendo, abaixo, como exemplo, apresentamos algumas delas:
a) As invasões dos escritórios do AERUS;
b) A tomada do salão verde da Câmara dos deputados, em Brasília;
c) As greves de fome do companheiro José Manuel;
d) Os trabalhos solitários e isolados dos vários companheiros, a exemplo dos nossos companheiros Amaury Guedes e Cleia Carvalho;
e) As reportagens, declarações e notas de nosso interesse fartamente publicadas no site "O Cão Que Fuma"
f) As reportagens, os e-mails, os apoios e outras publicações diversas, etc.
g) Demais outras não mencionadas.

Conforme dito anteriormente, independente dos autores, as experiências que através de fatos e dados comprovaram os seus bons resultados devem ser repetidas. Não existem argumentos que possam derrubar os fatos.

O número reduzidíssimo de participantes de Aeroviários e Aeronautas em geral, em encontros, reuniões e protestos constitui algo assombroso e inexplicável.

Excetuando aqueles que em virtude do grande peso da idade, doenças ou outras fortes razões se  tornaram impossibilitados de participar, os demais, em sua maioria, são ausentes por opção. Entre esses, existem aqueles que se encontram acomodados em suas poltronas "curtindo" suas vidas miseráveis, ajustados às migalhas residuais que ainda recebem do AERUS. Vivendo como parasitas, se alimentando do trabalho de seus companheiros, sentindo-se um coitadinho, com pena de si mesmo, numa eterna “auto piedade”. 

Eles não participam de nada relativo à causa e estão sempre prontos para se justificar, entretanto, não perdem a “cara de pau” de ficar perturbando quem participa, exigindo informações, fazendo criticas e explorando os seus companheiros.

Existem também aqueles que por circunstâncias, sorte ou opção recebem uma quota maior do soldo a que têm direito e, em virtude dessa circunstância bem mais vantajosa, inebriados pelo seu egoísmo, negam em colaborar, calando seus sentimentos e cegando a razão, esquecendo inclusive que essa situação vantajosa pode ser apenas  momentânea e que no futuro, que Deus os livre, não estão imunes  de se depararem com  situação idêntica à nossa.

Estamos cientes de que precisamos de toda a ajuda possível, ativos, inativos, parentes, amigos, imprensa em geral, apoios políticos e etc. e que não só devemos convocá-los, como nos sentir gratos pela solidariedade e a colaboração a esse nosso propósito comum. Entretanto não devemos deixar de estar atentos a pessoas ou grupos que somente querem nos usar, objetivando unicamente suas causas ou vantagens pessoais.

Realmente precisamos de mais energia e não estamos em condições de servir a pessoas ou grupos que buscam exclusivamente sugar as nossas, já reduzidas pelas lutas incessantes e constantes injustiças, em prol do benefício único de pessoas ou grupos que no fundo são estranhos às nossas causas. Existem esses desafortunados.

Devemos estar conscientes que não somos a favor de violências, mas as experiências revelam que atitudes mais agressivas e enérgicas nas futuras atuações se tornaram imprescindíveis.

Nesse particular, de certa forma, estamos “protegidos”. Mesmo com o desrespeito ao cumprimento dos direitos dos idosos por parte das autoridades competentes, não podemos negar a raridade e até mesmo inexistência de agressões físicas aos mesmos por parte das autoridades, nessas manifestações.

Até porque tais atitudes, provocariam danos irreparáveis ao governo, sendo inclusive fonte inesgotável de protestos de políticos e da mídia, principalmente nesse período que antecede a eleição.
Mesmo assim, torna-se recomendável aos companheiros que ao tomarem qualquer atitude ou ação, evitarem máscara ou qualquer cobertura que possam esconder a idade, para que as autoridades presentes não venham alegar pelo fato, o desconhecimento do idoso e assim querer justificar que nos confundiram com vândalos.

Nessa referida circunstância, cabe o pensamento que há muito escutei, não me lembro o autor: "Nós somos como bois, não sabemos a força que temos!"

Portanto, considerando os fatos e dados de notório conhecimento público, não há que se negar, em sã consciência, que o confinamento dos companheiros em Brasília, constituíu os maiores resultados de efeitos extremamente benéficos, atuando decisivamente nos parlamentares e na mídia em geral, produzindo efeitos imediatos e eficazes nos assuntos de nosso interesse e por isso não só  merecem como devem, imediatamente, ser posto novamente em prática, independente de outras ações que porventura venham a ser tomadas.

Essa é a leitura fria dos acontecimentos e cabe acrescentar que o retorno a essas atividades, em virtude das circunstâncias já criadas e experiências adquiridas, multiplicarão seus resultados, indiscutivelmente.
Para tanto, a colaboração  do SNA na obtenção da passagem cortesia e seu apoio torna-se indispensável e/ou através de doações de companheiros, como anteriormente iniciado com relativo  êxito, serão muito bem-vindos.

Outra atuação de retorno valioso, foi a invasão dos escritórios do AERUS, cujas "visitas" com mais frequências pelos companheiros, torna-se importante e recomendável, prometendo trazer bons resultados.

Novas ideias e sugestões devem ser sempre bem-vindas. Recomendável se torna ter a mente aberta e boa vontade.

Como aparentemente todos os meios de comunicação anteriormente citados continuam disponíveis ou em uso, tornou-se dispensável mencioná-los neste momento. 

Não obstante, independente dessas importantes ações, todas as localidades formariam grupos atuando em paralelo em suas áreas e aguardando outras ações mais eficazes que devam ser adotadas.

Reiteramos que se torna imprescindível um número significativo de pessoas atuantes e as apreciações, opiniões e críticas dos companheiros às sugestões apresentadas.
Estando de acordo, agradeço encaminhar a todos os seus contatos.
Atenciosamente,

Um comentário:

  1. Meu comentário...
    Adoro poesias e paradoxos.
    Essas coisas de última chamada, ou último vagão do último trem me lembram duas músicas.
    Cadeira vazia de Lupicínio Rodrigues, é o exemplo do marido traído que guarda uma cadeira vazia e um pedaço de pão para a mulher que lhe abandonou, se por acaso os infortúnios da vida fizerem-na voltar.

    A música "LANTERNINHA"

    Quando o último vagão do último trem saiu de lá

    o lanterninha lhe mirou a luz e ele consegui no vagão pular

    saiu do inferno pela ultima vez hoje ele vive bem longe de vocês vive aqui dentro de mim.

    QUEM SABE O DITADO QUEM RI POR ÚLTIMO...

    Cito agora uma passagem bíblica dizendo que a oração nos coloca mais perto de deus.
    Eu prefiro ficar longe de deus, espero que ele esqueça meu nome em suas listas recentes de chamada.
    Tenho uma eternidade para passar junto a ele, mas prefiro ser o último a ser chamado.
    Espero ter definido o quão útil pode ser último e quão inútil ao mesmo tempo.
    Eu por questões financeiras e de saúde não posso participar, fico na estação esperando o último trem de preferência vazio, quando eu tomá-lo espero que seja só.
    boa noite...

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