Em 40 anos já vamos em três
(3) bancarrotas, coisa única nos países europeus. Este facto devía-nos fazer
pensar que algo está muito mal no modelo social-económico-político que
construímos. Não sou dos que pensam que estes 40 anos foram anos perdidos. Bem
pelo contrário. Portugal é um país de sucesso, basta comparar com o
"antes". Deixamos de ser um país pobre, com gente analfabeta e com um
milhão de emigrantes só nos "bidonvilles" na periferia de Paris o
que, fazia desta cidade, a segunda com mais portugueses depois de Lisboa.
Mas há quem não queira ver que
o modelo não só não chega aos 10% mais pobres como soçobra ciclicamente. Que é
a forma mais eficaz de empobrecer. O melhor exemplo, ou um dos bons exemplos
pode ser este. Quando em 1983 o FMI foi chamado, o "buraco" a tratar
representava 5% do PIB de então. Agora, em 2011, o buraco a tratar representava
50% do PIB. Dez vezes mais. Isto mostra que o país não aprendeu nada com as
experiências anteriores. A situação actual é o resultado de uma total irresponsabilidade
de muitos que trataram o país "como se não houvesse amanhã".
Fogem das contas como o diabo
da cruz. Durante três anos não apresentaram proposta nenhuma credível.
Continuam impávidos a defenderem que a solução está no crescimento da economia.
Como se o crescimento da economia, que não cresceu nos últimos 15 anos, vá
agora, por milagre, começar a crescer já amanhã. Porque é para amanhã que o
país precisa que cresça.
O que se passa com a sempre
desautorizada reforma da Segurança Social é outro exemplo do que pensa a
desvairada gente.
Título e Texto: Luis Moreira, Banda
Larga, 19-08-2014
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