Vitor Cunha
Durante o primeiro ano do
governo de Passos Coelho, uma crítica frequente feita pelos recém-falidores era
a preponderância de Vítor Gaspar na actividade governativa, encarada na altura
como uma sobrevaloração economicista, o primado das finanças sobre a vida das
pessoas. “As pessoas não são números” e, posteriormente, “o mundo não é o
Excel”. Havia, inclusivamente, quem advogasse que o ministério das finanças
existe para passar cheques aos outros ministérios, os ministérios das pessoas e
da primazia da vontade humana sobre os números.
Para mim é reconfortante
verificar que Varoufakis, em pouco mais que uma semana, tornou-se o centro das
atenções em detrimento de Tsipras, o primeiro-ministro talhado para uma
existência Rui Tavares desde pequenino. Mais reconfortante será verificar a
inevitabilidade da aceitação pelos luso-falidores do Excel como ferramenta bem
mais importante para a realidade que qualquer desvario sacado do dicionário de
citações de Gramsci. Ninguém deposita mais esperança em Varoufakis, o ministro
das finanças, que a esquerda dos unicórnios.
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