Vasco Lobo Xavier
O Governo, via Bloco e PS,
através de Mariana Mortágua e João Galamba (já não sei quem percence a que
partido político, eles confundem-se e confundem-me), vem dizer que são poucos
os que em Portugal têm património imobiliário acima de 500.000 euros (cerca de
45.000 contribuintes) ou de 1.000.000 de euros (cerca de 8.000 contribuintes).
Não sei se é verdade ou mentira mas quem estuda e saiba do assunto que o diga.
E que pretendem arrecadar
cerca de 200.000.000 (duzentos milhões de euros) com o novo imposto para
aplicar em despesa corrente já pensada (e provavelmente gasta) – o que,
qualquer que seja o prisma pelo qual se veja a coisa, mais não passa do que
comprar votos de que tanto precisam para PS e Bloco se abalançarem a umas
eleições em que tentem ganhar e expulsar o PCP da geringonça.
Ora bem. Se a matemática não
me falha, para sacarem mais 200 milhões de euros a oito mil contribuintes, cada
um deles vai ter de pagar anualmente 25.000 euros para a brincadeira. 25.000
euros anuais, mais de 2.000 euros mensais pelas suas casas, para lá do que
estiverem a pagar à banca. Eu, se estivesse nessa situação, mandaria a casa e o
país às malvas e fugiria para outro local mais aprazível, uma praia com um
barraco simpático perto de um bom bar com cozinha ainda melhor. Qualquer
palhota ali na Galiza e investiria ainda num helicóptero para vir trabalhar,
que abasteceria de gasolina também em Espanha.
O que a geringonça está a
dizer às pessoas (inclusivamente aos estrangeiros que nos trouxeram dinheiro) é
que não devem poupar, não devem amealhar, não devem investir no imobiliário,
pois a geringonça vai-lhes buscar tudo isso para comprar votos. E, se tiverem
investido, que vendam rápido antes que os preços desçam e as rendas subam. O
Galamba, essa enormidade que as televisões adoram, disse ainda que o problema
não afectaria muito os portugueses pois incluiria os estrangeiros que compraram
casas em Portugal (aqueles que convidámos a investir o seu dinheiro cá,
aldrabando-os miseravelmente, e que não vão voltar a cair no mesmo erro). É
preciso não ter juízo algum e não fazer a mais pequena ideia do que é
credibilidade para gente séria.
E estão lá, nas televisões,
aqueles bacocos todos a falar para aqueles bacocos todos que os entrevistam,
todos muito divertidos na bacoquice, sem que algum dos bacocos se aperceba do
mal que se está a fazer ao país, à sua credibilidade e à economia, tudo para
justificar a permanência no Governo de quem perdeu as eleições mas é muito
querido por muita da comunidade lisboeta.
Eles não percebem sequer que o
argumento (acaso seja verdadeiro, o que desconheço) de serem poucos os
prejudicados é igual ao que apregoavam os soviéticos em 1917! Eles tiraram pela
força das baionetas, estes pelo decreto da estupidez. Em ambos os casos há
imbecis a apoiar.
Bloco e PS falavam de
“estratégia mediática” para anunciar a coisa. Nem era preciso: a comunicação
social mediática portuguesa é muito amiga.
Título e Texto: Vasco Lobo Xavier, Corta-fitas,
22-9-2016
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