Luciano Ayan
Em 1932, foi lançado o filme Scarface,
de Howard Hawks, e estrelado por James Cagney. Veio muito antes da nova versão
de 1983, estrelada por Al Pacino. O filme original ganhou um subtítulo no
Brasil: “A vergonha de uma nação”.
Cabe bem para o sujeitinho que
atende por Anthony Garotinho, ex-governador do Rio de Janeiro e agora preso por
comprar votos. Ao contrário da maioria dos bandidos de colarinho que foram em
cana, Garotinho fez aquilo que estava previsto no script para alguém que adora
fazer dramalhão quando as coisas se complicam (como bem avisou Cidinha Campos):
“passou mal”.
Mas não foi só isso: na noite
desta quinta (17) ele foi transferido para o Complexo Penitenciário de Gericinó
(Bangu), onde deverá ficar na unidade de Bangu 8, para presos com nível
superior. Fará companhia a Sergio Cabral.
Ao sair do Garotinho do
Hospital Municipal Souza Aguiar – onde se encontrava internado desde ontem (16)
– rolou o maior fuzuê. A família queria impedir sua transferência. Disseram que
a unidade de saúde do presídio não tem condições para tratar o ex-governador,
que estaria com problemas cardíacos. Certo, certo… Mas e o resto dos bandidos?
De qualquer forma, a PF foi
acionada pela Justiça de Campos dos Goytacazes para fazer a transferência de
Garotinho, o que só ocorreu às 22h45. Saindo amparado pelos bombeiros do Samu,
se recusou a entrar na ambulância, levantando-se por duas vezes da maca onde
estava, precisando ser contido pelos profissionais de saúde. A baixaria foi
total.
Eis a decadência sem nenhuma
elegância. Quem Garotinho acha que vai impressionar com showzinhos deste tipo?
Já não bastasse a vergonha de ser um ex-governador preso, ele ainda teve que
fazer papelão. Pensando bem, sua vergonha foi amenizada pois no dia seguinte à
sua prisão outro ex-governador do mesmo estado foi preso (Sergio Cabral).
Foi aí que o papelão de
Garotinho deu o tom para superar a vergonha inerente à sua prisão e a de
Cabral. Já não bastava estarmos diante de um bandido condenado. O bandido tinha
que fazer showzinho para impressionar os incautos e ainda envolver a família no
circo. Coisa horrorosa.
Garotinho conseguiu a proeza
de se tornar o que há de mais vergonhoso na política do Rio de Janeiro.
Pensando bem, é isso: ele é a vergonha do Rio.
Vale assistir ao histórico de
Garotinho, feito por Cidinha Campos, onde ela conta até a mania de se fingir de
doente quando as coisas complicam para ele:
Título, Imagem e Texto: Luciano Ayan, Ceticismo Político, 18-11-2016
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