sábado, 19 de novembro de 2016

Garotinho e o showzinho na maca: a vergonha do Rio de Janeiro

Luciano Ayan


Em 1932, foi lançado o filme Scarface, de Howard Hawks, e estrelado por James Cagney. Veio muito antes da nova versão de 1983, estrelada por Al Pacino. O filme original ganhou um subtítulo no Brasil: “A vergonha de uma nação”.

Cabe bem para o sujeitinho que atende por Anthony Garotinho, ex-governador do Rio de Janeiro e agora preso por comprar votos. Ao contrário da maioria dos bandidos de colarinho que foram em cana, Garotinho fez aquilo que estava previsto no script para alguém que adora fazer dramalhão quando as coisas se complicam (como bem avisou Cidinha Campos): “passou mal”.

Mas não foi só isso: na noite desta quinta (17) ele foi transferido para o Complexo Penitenciário de Gericinó (Bangu), onde deverá ficar na unidade de Bangu 8, para presos com nível superior. Fará companhia a Sergio Cabral.

Ao sair do Garotinho do Hospital Municipal Souza Aguiar – onde se encontrava internado desde ontem (16) – rolou o maior fuzuê. A família queria impedir sua transferência. Disseram que a unidade de saúde do presídio não tem condições para tratar o ex-governador, que estaria com problemas cardíacos. Certo, certo… Mas e o resto dos bandidos?

De qualquer forma, a PF foi acionada pela Justiça de Campos dos Goytacazes para fazer a transferência de Garotinho, o que só ocorreu às 22h45. Saindo amparado pelos bombeiros do Samu, se recusou a entrar na ambulância, levantando-se por duas vezes da maca onde estava, precisando ser contido pelos profissionais de saúde. A baixaria foi total.

Eis a decadência sem nenhuma elegância. Quem Garotinho acha que vai impressionar com showzinhos deste tipo? Já não bastasse a vergonha de ser um ex-governador preso, ele ainda teve que fazer papelão. Pensando bem, sua vergonha foi amenizada pois no dia seguinte à sua prisão outro ex-governador do mesmo estado foi preso (Sergio Cabral).

Foi aí que o papelão de Garotinho deu o tom para superar a vergonha inerente à sua prisão e a de Cabral. Já não bastava estarmos diante de um bandido condenado. O bandido tinha que fazer showzinho para impressionar os incautos e ainda envolver a família no circo. Coisa horrorosa.

Garotinho conseguiu a proeza de se tornar o que há de mais vergonhoso na política do Rio de Janeiro. Pensando bem, é isso: ele é a vergonha do Rio.


Vale assistir ao histórico de Garotinho, feito por Cidinha Campos, onde ela conta até a mania de se fingir de doente quando as coisas complicam para ele:


Título, Imagem e Texto: Luciano Ayan, Ceticismo Político, 18-11-2016

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