Rui A.
O politicamente correcto anda
muito preocupado com a vitória do Trump e com as consequências para a liberdade
e a paz mundial que essa vitória poderá acarretar. Queixam-se da prometida
construção do muro na fronteira do México, mas ignoram que Bill Clinton já lá
meteu um, cuja construção começou em 1994 e que já vai em quase 1.000 km.
Temem pela paz mundial, mas já
se esqueceram do embaixador americano assassinado em Benghazi e nem querem
ouvir falar nas relações conflituais da Administração Obama com a Rússia. Por
isso, para um europeu ocidental, eu estaria bem mais preocupado com a possível
eleição de Marine Le Pen, daqui por uns meses, em França, do que com a vitória
já consumada de Donald Trump, que me parece até poder ser positiva no cenário
mundial (Putin já o felicitou e disse que quer retomar relações normais com os
EUA…).
É que há uma elevada
probabilidade de Le Pen fazer, uma vez no Eliseu, o que prometeu em campanha,
ao contrário do que me parece que Trump fará com muito do que andou a dizer
para arregimentar votos. De facto, a vitória de Le Pen terá a quase inevitável
consequência da saída da França da União Europeia. A consequência disto, aliada
à saída do Reino Unido, que sempre era o fiel da balança do eixo franco-alemão,
será a do fim da União Europeia e do Euro, o encerramento das fronteiras, o fim
do eixo franco-alemão e a aliança geopolítica da França com a Rússia, deixando
a Alemanha perigosamente sozinha. Um cenário já visto num passado não muito
longínquo e que não trouxe nada de bom.
Para Portugal, será o regresso
de uma economia integralmente doméstica, mas já sem as facilidades da Ryanair e
do turismo, que é o vai aguentando isto. Neste contexto, ver um sujeito com
elevadas responsabilidades políticas, como Manuel Valls, considerar altamente provável que Marine ganhe as eleições de 2017 por causa de Trump,
é de uma estupidez cavalar. Em vez de procurar as razões da possível derrota no
seu país, no país que governam há décadas, atira para cima dos EUA. É uma
atitude miserável e cobarde. Ou melhor, uma atitude de um cobarde miserável.
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