Alberto Gonçalves
Pela Europa fora, são diversos os
partidos totalitários que participam no arranjinho. Cá dentro (Portugal), conta
com diversas filiais, todas subsidiárias da extrema-esquerda e principalmente
do BE
Um restaurante no Porto foi
vandalizado porque o seu proprietário ignorou um “apelo” e participou num
festival gastronómico em Telavive.
Foto: Leonel de Castro/Global
Imagens
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Podíamos pegar no lado cómico
da coisa, como no facto de um dos subscritores do “apelo” ser uma organização
contra a “lesbigaytransfobia” (?) que, na prática, abomina uma das nações mais
tolerantes na matéria e defende sociedades onde a dita fobia é obrigatória por
lei – a possibilidade de a Pantera Rosa integrar um único homossexual autêntico
ou sem perturbações mentais é idêntica à de Luther King ter liderado o KKK.
Mas a coisa não tem graça.
Atacar as montras de judeus ou de “cúmplices” de judeus não é uma proeza caída
do céu. Caiu diretamente de 10 de Novembro de 1938, quando milhares de lojas na
Alemanha e na Áustria foram destruídas ou alvo de insultos pintados nas
fachadas [fotos]. Incomparável na dimensão, o que aconteceu na rua Mouzinho da
Silveira da Silveira é uma citação consciente da Noite de Cristal e um acto de homenagem ao nazismo.
É verdade que, com
regularidade, os media alertam para o
regresso do ódio que nos ameaçou há três quartos de século. Por azar, falham na
identificação dos portadores. A histeria destes dias prende-se com a eleição de
Trump e com o sucesso nas sondagens da sra. Le Pen, dois fenómenos que, segundo
consta, sugerem um eventual perigo. Os media
esquecem-se de notar que o perigo já anda à solta. E que, no caso português,
até influencia decisivamente o governo.
A quadrilha que manchou de
vermelho o restaurante de José Avillez intitula-se BDS (Boicote,
Desinvestimento, Sanções), braço de propaganda do terrorismo palestiniano e
instrumento de divulgação de ideais anti-semitas. Pela Europa fora, são
diversos os partidos totalitários que participam no arranjinho. Cá dentro,
conta com diversas filiais, todas subsidárias da extrema-esquerda e
principalmente do BE. No dia-a-dia, o BE destaca-se pelas “causas” esdrúxulas,
pelo ressentimento social e pela descrença no champô. Porém, conforme prova a
legitimação do incidente praticada no site esquerda.net,
nada anima tanto aquelas almas quanto o anti-semitismo, que para consumo dos
simples disfarçam sob o curioso conceito de “anti-sionismo”.
O “anti-sionismo” permite
tudo. Permite que, em lugar de se defender diretamente a extinção de Israel, se
defendam os movimentos dedicados à extinção de Israel. Permite que, em lugar de
se promover o assassínio de judeus, se tomem por vítimas os respectivos
carrascos. Permite que os seus emissários adquiram um verniz de “respeitabilidade”
que, com um à-vontade de que os skinheads
de Odivelas não desfrutam, os leva a ocupar colunas jornalísticas, debates
televisivos e cadeiras junto ao poder.
Há um ano, o dr. Costa
anunciou orgulhoso o fim do “muro” que separava o “sistema” da
extrema-esquerda. Toldado pelo oportunismo e pela alarvidade, não percebeu que
o “muro” era uma barreira face à selvajaria.
Se José Avillez é “cúmplice”
de Israel, o Governo – faça bom proveito – é cúmplice de rematados populistas,
racistas e, desculpem lá, fascistas. Enquanto gastam as palavras, eles mantêm
vivos os actos.
Título e Texto: Alberto Gonçalves, Sábado, nº 656, 24 a 30 de novembro de 2016
Digitação: JP
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