terça-feira, 8 de outubro de 2019

[Aparecido rasga o verbo] Na oscilação decadal do pacífico

Aparecido Raimundo de Souza

O BRASILEIRO É ANTES DE TUDO, um fraco. Um esfalfado sem noção, um pau mandado, uma espécie de cátodo, um imbecil de galochas e carteirinha. O brasileiro é ainda aquele cidadão antiquado, burlescamente retrógrado, vestido de ideias superadas e que aceita tudo que lhe é imputado goela abaixo e não move uma palha sequer para mudar o seu destino ou o amanhã de seus consanguíneos. Aceita tudo numa boa, sem brigar, sem lutar por dias melhores. Sabe que faz parte de uma leva de vinte e três milhões de cabeças com cérebros de amebas ajudando a aumentar as estatísticas de noventa e dois milhões de sapatos com pés incertos trafegando por estradas que não o levarão a canto nenhum.

O brasileiro vai ainda mais longe, na sua sordidez. Não se importa em construir uma vida digna, seja para si, ou para seus filhos e netos. Não faltando o futebol, a cervejinha com os amigos, a vagabunda para balançar os esqueletos num motelzinho muquifo de beira de estrada, o resto que se exploda. O filho dessa terra do salve-se quem puder, nasceu para ser a continuidade permanente daquele fabricante inglês Stephen Perri que nos longínquos de 1845 ficou conhecido entre a sua gente pelo fato de ter inventado e patenteado a fita elástica. Esse camarada, prezados leitores, descobriu, por acaso, que da união estável através de um ajuntamento do algodão agregado a outros fios têxteis juntamente com o que conhecemos hoje como borracha, poderia vir a ser a sua maior descoberta.

E, de fato, não deu outra. Por essa razão, a exatos cento e setenta e quatro anos, o brasileiro, aprendeu com ele a ser versátil. Ou melhor, não aprendeu. Não aprendeu? Como assim, não aprendeu! Fácil o entendimento, senhores. Ele herdou essa maneira pouco ortodoxa de se virar nos trinta, do berço. E dele aproveitou e trouxe na corrente sanguínea, dos pais e os pais, por sua vez, das veias de seus avós, essa forma líquida e magnânima de sobreviver se esticando, se estendendo, se dilatando, se encompridando como o ilustre Perri. Em dias atuais, brasileiro que não age como couro de pica, naquela trajetória do vai e volta, ou não se retesa, mormente não se espicha, não é brasileiro. 

Não deve, entretanto, jamais e em hipóteses nenhuma, ser comparado ao ilustre sertanejo dos idos de antigamente, ou aquele Mané Saco Sujo de compleição caboclada esplendorosamente descrito por Euclides da Cunha na sua obra “Os sertões”. Obviamente no tempo pretérito de Euclides (e lá se vão cento e dezessete anos), o caipira se mostrava mais vigoroso e encorpado, senhor de si e destemido, usque afoito e aguerrido. Prova disso, o próprio Euclides, querendo tirar da sua testa um par de chifres que lhe fora colocado como adorno pela fogosa Anna de Assis, sua mulher, acabou tropeçando numa bala (não perdida, mas achada) saída da arma de um cadete de nome Dilermando. 

Dito com severidade mais característica: as criaturas dos tempos de nossos tataravôs (e em especial do sertanejo duro na queda de Euclides) se pontuavam e se carimbavam com um bonito e majestoso “macho pra burro”, se franqueavam mais homens, e, como tal, seguiam as suas linhas de condutas numa esteira óbvia e responsável se constituindo, por conseguinte, mais donos de si e, claro, menos apatetados e caramutanjados. Devemos levar em conta, em paralelo, outro pormenor inquestionável. Nos cafundós do velho Euclides, os tempos se formavam e se faziam contrários e diferentes. Os homens com agá maiúsculo valiam pelos fios de seus bigodes, se beneficiavam benfazejamente de suas palavras e ações que de alguma ordem não davam voltas e nem se embrenhavam por curvas e reentrâncias.

Caminhavam em linha reta. Nos dias de hoje, em pleno século vinte e um, reparem, não conseguimos distinguir um homem de verdade de um maquiado de ficticidades. Prova disso, em trilho idêntico, temos certos dissabores em pesquisarmos e reconhecermos uma fêmea perfeita de uma boneca tipo essas infláveis com bocas, bundas, bocetas, cochas e panturrilhas fabricadas a partir de materiais recicláveis e moldadas em laboratórios de médicos picaretas como o famoso doutor Denis Furtado (ou Penis Furtado) e seus procedimentos estéticos (ou desestéticos) disfarçados de bioplastias.

Grosso modo, o que pretendemos deixar cristalinalizado é que estamos expostos a burocracias e riscos. Como assim burocracias e riscos?  Machucamos a nossa vergonha quando nos deparamos com certos embaraços para concluirmos se um sujeito com o qual cruzamos ai pelas ruas e praças, farmácias e supermercados, ônibus e metrôs é, de fato, um varão ou uma varoa literalmente fabricada ou “abaitolada”. Por todas essas agulhadas nos fúndios dos olhos (fundios mesmo, não confundam com fundos), categoricamente afirmamos, sem medo de margens de erros, o brasileiro, ou o Zé Povinho de um modo generalizado é sem sombra de dúvida um sucessor autêntico de Stephen Perri.

Percebam que a ralé sabe perfeitamente se flexibilizar. O brasileiro nessa área se move como um dramaturgeado ator de novela diante de um palco imenso (o palco, aqui, é a vida cotidiana).  O camarada desempenha seu papel com afinco e perseverança, fazendo malabarismos os mais complicados e intrincados, seja nas praças, nas sinaleiras, nos furdunços do trânsito caótico, nos abespinhados da multidão que vai e vem numa intermitência indescritível... Enfim, senhoras e senhores, entre tapas e beijos à moda Leandro&Leonardo, ele, o brasileiro, sempre arranja uma saída, um jeitinho, um escape fenomenal para mostrar a sua versatilidade no ato de ser o famoso trouxa-elástico ou “bucha-espichadeira”. 

Como tal, expõe as suas mil formas de se aproximar cada vez mais do invento de Stephen Perri. Demos toda essa volta para concluirmos que o brasileiro aceita tudo de grado amistoso. Não se importa em ser frente de canhão de políticos corruptos, de se transformar em porto seguro para falsos representantes que nos sugam e lambem até a merda que cagamos. O brasileiro se vende por uma cesta básica, se dá de corpo e alma aos pilantras que mantemos em Brazzzilia. Troca continuamente o seu voto, a sua dignidade, a sua honra, e a sua moral pelas promessas de um filho da puta que lhe adoçou a boca com um caderninho de um real e noventa e nove centavos para o seu rebento levar para a escola, ou uma calcinha nova (de muda) para a esposa arrancar na hora de contrair os baixos fudetórios.

O problema do brasileiro é seguir em frente sendo elástico (dando não murros, voltas e voltas contínuas, em pontas de facas), levando no rabo, como um membro acomodado a camisinhas baratas, recebendo chutes e pontapés nos costados em nome do COMODISMO PESSOAL. Ele não tem sangue nas ventas para se insuflar descendo a lenha nesses parlamentares que nos apedrejam, que nos magoam que nos pisam e massacram a nossa moral. Ele não tem colhões em duplicata, igualmente, para cuspir nas fuças desses miSInistros que zombam do país, motejam das leis e fazem da Justiça que dizem preservar, uma meretriz de quinta categoria. O brasileiro é, pois, sem tirar nem destirar... Um simplório elástico de prender dinheiro, desses que recebemos nos caixas das agências bancárias. 

E o faz não para seu uso e comodidade. Unicamente para fazer bonito para os vigaristas, os salafrários e os picaretas que mantemos aos suores de nossos rostos, no Grande Avião Pousado. Ah, se tivéssemos um brasileiro forte, um só carne de pescoço, que honrasse as pregas... e desonrasse as regras. Que mandasse um recado tonitruante de homem com agá maiúsculo para a corja de bois e vacas, jumentos e porcos do Planalto. Um recado direito e reto, sem curvas. Uma mensagem rotulada, carimbada e selada, com um bonito e majestoso “macho pra burro”, nele incluindo os vermes do senado, os micróbios da câmara, os parasitas do STJ e outros insetos que mamam nossos paus nas outras casas de mães joanas existentes... Certamente o Cu do Brazzzil, acreditem leitores amados, o Cu do Brazzzil teria um peido extremamente mais longo acompanhado de um sorriso angelicalmente diferente em seus lábios.
Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro. 8-10-2019

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5 comentários:

  1. Meu ..... , Só se for Vc ou os seus. “Respeite o Povo Brasileiro rapaz” ! Por isto que não leio as suas sandices. Hoje não me contive e Tive ler e lhe dizer . O Brasileiro tem muito a evoluir, culturalmente, politicamente e muitas coisas mais, mas cidadãos de bem merecem respeito. Vá se danar !!!

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  2. Digo mais: Este linguajar porco e nojento , não sei como pessoas o leem! Escória! Não entendo um blog como este dar cartaz a um corresponde como este, ou melhor até entendo, não é Brasileiro . Sempre pela democracia, mas este sujeito é um lixo. Sempre foi , tal qual como escreve !!!! Repúdio!!! O Brasileiro tem seus Orgulhos, não sei se és Brasileiro, se for que Vergonha!!!! Vá se danar!

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  3. Não há um só escrito de Aparecido sem sexo, assim como não há um só escrito de sua secretária Karina no desejo do sexo.
    Na pseudo liberdade que vivemos tudo é sexo.
    Os imbecis leitores até confundem amor com sexo, tem até pseudo filósofos, escritores e catedráticos que fazem essa confusão.
    Amor é um sentimento cerebral de comportamento.
    Sexo uma necessidade fisiológica de comportamento.
    Uns fazem sexo normal, outros usam a boca que beijam no prazer egoísta, outros fazem no esgoto e se sentem o máximo do capitão do mato açoitando suas vítimas. Talvez a boca e o ânus tenham clítoris ou glandes.
    Alguns desses escritos dariam ótima punhetas ou siriricas em alguns presídios.
    Amor se constrói, sexo é feito.
    Jamais confundi isso na vida.
    Se elas ou eles adoram escutar o famoso "eu te amo" durante o ato sexual, numa desatinada felicidade, eu prefiro a companhia de viver com quem amo, do que o sexo viril e arrogante com qualquer uma.
    Quando quero ser arrogante pago uma puta.
    fui...

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    1. Boa tarde meu jóvem e simpático amigo roccha. Discordo quando diz que meus textos são todos voltados para o sexo. Eu Carina, com "C" e não com "K", perdão corrigi-lo, escrevo sobre os mais variados assuntos. Poderia citar um monte deles já publicados aqui no "Cão que Fuma" que não falam de sexo. De qualquer forma, agradeço a sua participação nos meus humildes escritos. Isso muito me lisonjeia. Acredite, meu amigo, todo aquele curioso ou aquela curiosa que escreve (eu não sou escritora) se sente feliz e plenamente realizada quando alguém comenta o seu trabalho. Comigo não é diferente. Obrigado por ter se lembrado dessa escrevinhadora. Carina Bratt da Lagoa Rodrigo de Freitas, aqui no Rio de Janeiro.

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  4. AMOR é aquele sentimento que só existe um pênis ou uma vagina no seu mundo.
    SEXO é qualquer buraco que o psicopata encontre, dádiva demoníaca de estupradores e pedófilos para colocar seu pênis.
    Meu exemplo mais simples de amor é de um conhecido cuja esposa ficou tetraplégica após um parto de gêmeos. Cuidou de sua esposa com amor e carinho até o último dia de veda dela.
    Se fazia sexo sexo com outras, pouco importa, se dizia "eu te amo" para elas pouco importa.
    Nunca se casou de novo, essas atitudes valoram o homem.
    Quantos imbecis deixariam essa mulher por outra mostrando arrogância e egoismo de suas índoles.
    O cronista Aparecido e sua secretária estão corretos, veiculam o que nossa juventude aprende nas escolas e faculdades, o que a mídia mostra e nossos artistas fazem no seu dia a dia.
    FUI SINCERO...

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