Carina Bratt
Se você, minha cara amiga,
está perdida no meio do deserto da sua existência, sem um horizonte lindo e
majestoso se descortinando à frente sem um objetivo a ser alcançado... Se você
não sabe, realmente, para onde ir, ou pior, para onde seguir, acredite, de
fato, no seu agora. PARE. Estanque os anseios. Olhe para todos os lados. Pense
friamente.
Não existe uma mágica pronta.
Nenhuma senda em linha reta, que consiga determinar seus intentos. Você está
quase perdida, não totalmente num beco estranho, mas quase às raias de cometer
uma loucura impensada. Medite. Refaça seus planos. Quase é um meio termo entre o desespero e a
insanidade. Se ponha na pele de Henry Beecher.
Henry deixou num de seus
livros, ou mais precisamente no “Olhos e ouvidos”, uma frase simples e
corriqueira, todavia interessante e deve ser lida e lembrada sempre nesses
momentos em que vemos tudo escuro, sem uma luz no fim do túnel. “Não é à saída
do porto e sim à chegada que determina o sucesso de sua viagem”.
Nesse pé de rasteirinhas e sandálias
incertas, de botas e sapatos de saltos altos, se as suas andanças de um lado
para outro, a bel prazer das suas quimeras malucas não tiveram um rumo
específico, um paradeiro distinto, um fim-meta, adequado, ou um alvo-fim
apropriado, REGRESSE. Dê meia volta. Melhor cair na real e ficar quieta,
trancada dentro de casa, de preferência debaixo da cama.
Pelo menos evita acidentes de
percursos duvidosos. Aja como aquele doido varrido que de dentro do seu
cubículo num hospício no meio do sei lá aonde, todas as manhãs se postava a
olhar o sol da janela e então, atirava, a esmo, um aviãozinho feito de folha de
caderno. Mesmo errando o alvo ele ficava coitado não a sentir somente o calor
infernal em seus costados.
Prostrava a carcaça
neurastênica num canto ladeado por uma centena de pontinhos vermelhos como se
tivesse assistindo ao Titanic com Leonardo Di Caprio e Billy Zane não para ver
quem ganharia a disputa e levaria a fogosa e tentadora Kate Winslet para a cama
antes de gigantesco navio afundar, ao contrário quem “paparia” o capitão
Bernard Hill da suntuosa embarcação lhe dando a primeira dentada no periscópio.
Se o seu objetivo ímpar é
escalar a montanha, chegar ao topo, ao cimo, e olhar em derredor, ver o mundo
lá do alto, repensar seus passos, reconsiderar suas ações, rever prós e
contras, ponderar o que fará a seguir para não voltar a tropeçar nos erros e
dissabores de outrora, sopese a moda Kell Smith, quando ela assegura que “cada
um tem a vista da montanha que escalar, por isso todo dia eu me preocupo (ela
realmente se preocupa) em fazer a coisa certa”.
É assim que funciona, cara
amiga. Faça a coisa certa. Trace seus objetivos antes de colocá-los em ação.
Você deve, antes do primeiro passo, ter em mente que nunca abraçará, ou jamais
acastelará um marco ou um advento maior do que aquele a que você mesma se
propôs para si. Sugiro cara amiga pensar e se ver. Se pegar e se sentir GRANDE.
Pensar positivamente, pensar
com vontade de vencer, de não fraquejar, de não se sentir acuada no meio do
nada, com tudo bem ali à sua frente. Estabelecer disciplinas é sempre viável,
como ensinava Doug Larson, observando, sobretudo, que você revive a cada passo
dado, um momento único “e não se priva de desvios interessantes”.
Os desvios, as mudanças de
direções, os descaminhos, as sinuosidades é que fazem as diferenças e colocam
nossas emoções num degrau acima da longa escada que pretendemos subir. Atrele
seus almejos e aspirações, suas ambições e cobiças as asas de um avião. De
preferência a um 737-800. E voe sem amarras, sem medos e receios.
Construa um muro (tipo o de
Berlin) em torno de um quintal imaginário e dentro desse quintal, coloque
cimento, areia, lajotas, telhas... Enfim, o necessário para se edificar uma
casa bonita, espaçosa, à morada dos seus caprichos e empenhos. Entretanto,
atenção minha amiga. Não sonhe, não sonhe jamais, com ela pronta.
Sonhar aqui no sentido de não
realizando. Porém, acreditando que um dia (um dia) veremos o sonho pronto,
concluso, destravado, formalizado. O
sonho perfeito, auspicioso, do tamanho ideal do nosso desejo. Esse é o mais
belo prato feito para saciar, para aplacar, para acalmar, mormente apaziguar
nosso GULOSO APETITE.
Título e Texto: Carina
Bratt, da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro. 20-10-2019
Anteriores:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não aceitamos/não publicamos comentários anônimos.
Se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-