Alexandre Garcia
O coronavírus, que nem
brasileiro é, já tem partido e ideologia aqui no Brasil. Como partido, por ser
estrangeiro, é inconstitucional e não pode, por exemplo, ter atividade política
com intenções de reeleger ou derrubar presidente nem pode, pela lei eleitoral,
ter candidatos a prefeito, governador ou presidente da república. Esse
estrangeiro oportunista, no entanto, está fazendo política e conseguindo matar
brasileiros, empresas, empregos e renda.
Será que não percebemos que a
politização e a ideologização do vírus é que nos torna reféns desse perigo para
a nossa saúde física, mental e financeira? E que o bate-boca ideológico só
agrava a situação? Enquanto nos mandam cobrir nosso nariz e boca com
máscara, na verdade quem se mascara para não ser reconhecido na sua
personalidade política e ideológica é o corona.
Superando a perplexidade do
pânico que imobiliza o pensamento e a ingenuidade passiva de massa-de-manobra,
é tempo de perceber que não se pode permitir que esse estrangeiro seja usado na
disputa do poder. Politizar o vírus é potencializar seu poder de destruição. A
manipulação a que temos sido submetidos por razões políticas é o velho truque
de tirar vantagem no caos. E quem tem o caos como meta pouco está ligando para
a sobrevivência dos brasileiros.
Veja uma questão óbvia.
Descobriu-se que um velho conhecido remédio contra a malária é capaz de
combater com êxito a Covid-19, desde que aplicado logo nos primeiros sintomas,
sem sequer esperar o resultado do exame. A contraindicação é mínima, que o diga
a ex-senadora Marina Silva, 62 anos, que já passou por cinco malárias.
Em São Paulo, em alguns
hospitais, a aplicação da hidroxicloroquina com azitromicina tem salvado vidas
e recuperado rapidamente os doentes. Mas há resistências políticas, pois
poderia significar uma vitória sobre o vírus e um antídoto contra o caos. O
mundo inteiro está combinando esse remédio contra a malária com antibiótico ou
antiviral; mas aqui não pode, opõem-se os que têm o caos como alvo.
Já se sabe que o vírus perde
força no calor e num corpo jovem e saudável. O nosso país tropical tem 80% de
brasileiros abaixo dos 50 anos. São quase 170 milhões de pessoas.
Tirando dessa faixa doentes e primeira infância, ainda temos uma população
de mais de 140 milhões que está sendo paralisada.
Protegendo os de saúde
debilitada, poderíamos segurar as duas pontas da crise: a doença e o despencar
da renda. Em ambas, estão vidas. Mas se associaram ao corona, os subvírus da
política, do ódio, da vingança, do egoísmo, da vaidade. Se nos isolarmos disso,
cedendo espaço à razão, ao método, à união, amanhã estaremos mais fortes.
Título e Texto: Alexandre
Garcia, Gazeta do Povo, 7-4-2020
FALTA LIBERAR O REMÉDIO ...
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