Sou de direita, liberal e via o NOVO como
uma brisa bem-vinda. Mas a campanha de Fred Luz a prefeito do Rio, mostra que
eles não aceitam o diálogo ou outras visões do mundo
Quintino Gomes Freire
Estou envolvido diretamente ou indiretamente com política há mais de duas décadas, e já vi de tudo. Liberal, me filiei ao PFL partido que estou até hoje, apesar que em 2020 não votarei em candidatos do partido, e me empolguei sinceramente com o surgimento do Novo. Partido que prezava o empreendedorismo, o liberalismo clássico e, especialmente, o direito individual do cidadão. E fiquei sinceramente feliz com o crescimento do Novo em 2018, que no Rio elegeu bons parlamentares.
Mas nessa eleição o partido tem me feito sentir mais ojeriza do que o PSol, que tem uma linha política totalmente diversa da que acredito. Mas o excesso de agressividade do candidato a prefeito do partido no Rio, Fred Luz [foto], parece carecer de propostas e ataca todos os outros candidatos. Diz ser diferente na política, mas faz uma campanha de velhaco. É raivosa, pessimista e não parece que trará um Rio melhor.
Tentar transformar o fundo eleitoral em algo errado, acaba sendo anti democrático e tentando transformar o país em uma plutocracia, um governo dos ricos. O custo por cidadão é baixo do fundo, e é o necessário para termos candidaturas mais populares. Apesar, claro, que precisa haver formas de combater os exageros e os desvios.
Mas o que me faz sentir um desprezo pelo partido nesta eleição, é uma campanha quase religiosa. Somos melhores, somos os escolhidos, apenas a verdade está conosco. Vista-se de laranja, converta-se, aceite nossa palavra e o resto todo está errado.
Como alguém que defende este tipo de postura conseguiria governar? Como alguém assim conseguiria algo no parlamento? Como vão conversar com quem pensa diferente?
E ainda achar que vereador ou deputado se tornar secretário ou ministro é um crime? Se colocam acima de líderes como Churchill, Thatcher e outros exemplos da direita. O que houve com a política ser a arte de compor, e buscar consenso? Se sai um parlamentar, entra seu suplente, é a democracia. Achar que o único trabalho do parlamentar é fiscalizar, mostra não entender o mínimo necessário para governar.
Política é diálogo, é aceitar que há outras visões de mundo e que a sua, ou a minha, muito provavelmente está errada. Quem se acha certo demais, normalmente está se enganando.
Mantenho-me na direita, mas não vestirei camisa laranja, até porque saiu de moda nos anos 90.
Entrevista com Fred Luz para o DIÁRIO DO RIO:
Título e Texto: Quintino Gomes Freire, Diário do Rio, 24-10-2020
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