Telmo Azevedo Fernandes
Foi já promulgada e publicada no Diário da República uma nova Lei que determina que o Estado fica obrigado a proteger os cidadãos da desinformação. O que é ou não desinformação será determinado por entidades e estruturas do próprio Estado ou apoiadas pelo Estado. Mas, mesmo que os portugueses passem a ter acesso somente a factos que o Estado certifique como verdadeiros, o Estado fica ainda com a obrigação de garantir que a história e relatos desses factos se faz unicamente de determinada forma, impedindo que se construam narrativas que ameacem a democracia ou coloquem em causa as políticas públicas.
Ou seja, fica claro que os 230
deputados acabam por esta via com a liberdade de expressão no nosso país, para
aprovarem por atos ou omissões o que aparentemente é o direito dos Portugueses
à Censura. Dantes eram ditadores tenebrosos que limitavam a liberdade de
expressão. Hoje a censura reinstaura-se com a aprovação de quase 100% dos
beneméritos deputados, e a anuência dos poucos que se abstiveram. Em qualquer
dos casos a manobra foi sempre poeticamente justificada em nome do bem comum e
de um futuro mais risonho.
Como se sabe, qualquer lei ordinária que limite a liberdade de expressão é inconstitucional. Todavia, como se viu nos constantes e abrutalhados atropelos à Constituição alegadamente justificados pela circulação de um novo vírus respiratório, a lei fundamental não é entendida como existindo para proteger os cidadãos dos abusos do Estado, mas para proteger o Estado da insolência dos cidadãos.
E por isso os nossos 230 anjos
da guarda não hesitaram em munir quem está e quem vier a estar no poder de
todos os instrumentos e ferramentas que possam vir a ser necessárias para guiar
os Portugueses em direção às opiniões convenientes e apascentar todos aqueles
que divirjam da narrativa da oligarquia dominante.
Os idiotas úteis e os
políticos invertebrados consideram que tudo isto é um tremendo exagero meu e
que não estamos sequer perto de uma tirania. São os mesmos que o ano passado, a
pretexto da covid-19, venderam a ideia de que as limitações à liberdade das
pessoas eram necessárias por apenas 15 dias para achatar a curva.
Os 230 deputados que aprovaram
esta aberração da carta portuguesa dos direitos humanos na era digital estão
calados que nem ratos e aguardam cobardemente que a polémica passe para não
serem de forma nenhuma confrontados com o desastroso e péssimo serviço que
prestaram à defesa da Liberdade.
Em vídeo a minha crónica de quarta-feira passada, aqui:
Título, Texto e Vídeo: Telmo
Azevedo Fernandes, Blasfémias,
21-5-2021
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