Expectativa é que o Copom eleve a Selic esta semana para 7,5%
Andreia Verdélio
Diante do aumento da inflação,
a expectativa do mercado financeiro é que a taxa básica de juros, a Selic,
encerre 2021 em 8,75% ao ano. Na semana passada, a estimativa era de 8,25%, de
acordo com o boletim Focus, pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central
(BC), com a projeção para os principais indicadores econômicos, divulgado hoje
(25). Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
A Selic está estabelecida
atualmente em 6,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC.
Nesta semana, o colegiado se reúne novamente e deve repetir os aumentos
promovidos nos últimos cinco encontros.
A taxa está no nível mais alto
desde julho de 2019, quando estava em 6,5% ao ano. De março a junho, o Copom
tinha elevado a taxa em 0,75 ponto percentual em cada encontro. No início de
agosto, o BC passou a aumentar a Selic em 1 ponto a cada reunião. Agora, o
mercado espera uma elevação maior, de 1,25 ponto, para que a taxa suba a 7,5%
ao ano nessa reunião.
A Selic é o principal
instrumento utilizado pelo BC para alcançar a meta de inflação.
Quando o Copom aumenta a taxa
básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa
reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a
poupança. Desse modo, taxas mais altas podem dificultar a recuperação da
economia. Além disso, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os
juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas
administrativas.
Quando o Copom reduz a Selic,
a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao
consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.
Para o fim de 2022, a
estimativa do mercado é que a taxa básica fique em 9,5% ao ano. E para o fim de
2023 e 2024, a previsão é 7% e 6,5% ao ano, respectivamente.
Inflação
A previsão das instituições financeiras para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, subiu de 8,69% para 8,96%. É a 29ª elevação consecutiva na projeção. Para 2022, a estimativa de inflação é de 4,4%. Para 2023 e 2024 as projeções são de 3,27% e 3,02, respectivamente.
A previsão para este ano está
acima da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida
pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3,75%, com intervalo de tolerância
de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é
de 2,25% e o superior de 5,25%.
Puxada pelo aumento dos preços
de energia elétrica e combustíveis, em setembro, a inflação chegou a 1,16%, o
maior para o mês de setembro desde 1994, quando foi de 1,53%, segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 12 meses, o índice
está em 10,25%, acima dos 9,68% registrados nos 12 meses anteriores. Este ano,
a inflação já acumula uma alta de 6,9%.
PIB
e dólar
A estimativa do mercado
financeiro para o crescimento da economia caiu de 5,01% para 4,97% este ano.
Para o próximo ano, a expectativa para Produto Interno Bruto (PIB, a soma de
todos os bens e serviços produzidos no país) é de crescimento de 1,4%. Em 2023
e 2024, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 2% e 2,25%, respectivamente.
A expectativa para a cotação
do dólar subiu para R$ 5,45 para o final deste ano. Para o fim de 2022, a
previsão é que a moeda americana se mantenha nesse mesmo patamar.
Título e Texto: Andreia
Verdélio; Edição: Fernando Fraga – Agência Brasil, 25-10-2021, 10h53
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-