Trabalho com carteira assinada subiu 4,2%;
sem carteira aumentou 10,1%
Akemi Nitahara
O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado somou 31 milhões de pessoas no trimestre móvel encerrado em agosto, uma alta de 4,2% na comparação com o trimestre encerrado em maio e de 6,8% em relação ao mesmo trimestre de 2020. Já os empregados sem carteira assinada no setor privado ficaram em 10,8 milhões, uma alta de 10,1% no trimestre e de 23,3% no ano, as maiores variações da série histórica.
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil |
Os dados são da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílio Contínua Mensal, divulgados hoje (27) pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de desocupação
fechou o trimestre móvel encerrado em agosto em 13,2%, queda de 1,4 ponto percentual
na comparação com o trimestre terminado em maio, ficando em 13,7 milhões de
pessoas.
De acordo com a analista da
pesquisa, Adriana Beringuy, o nível de ocupação se recuperou e passou de 50%,
depois de chegar a 46,8% em agosto de 2020. Porém, ela destaca que a base de
comparação de um ano atrás estava muito baixa.
“Os percentuais de variações
nas comparações anuais estão bastante significativos, obviamente que pela
recuperação em si do mercado de trabalho, que temos observado nos últimos
meses, mas também a base de comparação com agosto de 2020, que foi o momento em
que as condições de ocupação eram as mais baixas da série. Foi um ponto
bastante deprimido da série de ocupação, com 81,7 milhões de pessoas. Agora, a
gente tem 90,2 milhões de pessoas ocupadas.”
O número de empregadores foi
de 3,8 milhões em agosto, estável nas duas comparações. Os empregados no setor
público somaram 11,6 milhões de pessoas, incluindo estatutários e militares,
uma queda de 3,1%. As trabalhadoras domésticas somam 5,5 milhões, um aumento de
9,9% em relação ao trimestre encerrado em maio e mais 21,2% na comparação com
agosto de 2020.
Informalidade
O número de trabalhadores por conta própria ficou em 25,4 milhões de pessoas, recorde da séria histórica, com altas de 4,3% no trimestre e de 18,1% na comparação anual. A taxa de informalidade foi de 41,1% da população ocupada no trimestre, o que equivale a 37,1 milhões de trabalhadores informais no país. No trimestre encerrado em maio, a taxa ficou em 40% e no mesmo trimestre de 2020 estava em 38%.
Adriana ressalta que, apesar
da expansão das pessoas ocupadas, o rendimento real habitual caiu 4,3% na
comparação trimestral e 10,2% na anual, ficando em R$ 2.489 em agosto, as
maiores quedas percentuais da série histórica, reflexo do aumento da
informalidade.
“A gente tem um processo de
crescimento significativo dos contingentes, então numericamente tem uma
população ocupada que de fato avança bastante, mas por outro lado tem
indicadores associados ao conjunto da força de trabalho que ainda apresentam um
quantitativo que é desfavorável. A gente está operando com rendimento em queda,
ou seja, embora haja mais pessoas trabalhando, a remuneração desse contingente
maior é, em média, menor”.
A massa de rendimento real
habitual ficou estável em R$ 219,2 bilhões.
Atividades
Por grupamentos de atividades,
houve alta na comparação trimestral na indústria geral (5,3%), na construção
(10%), no comércio (7,8%), transporte, armazenagem e correio (4,9%), alojamento
e alimentação (10,2%) e serviços domésticos (9,7%). Foram observadas quedas de
2,2% na administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde
humana e serviços sociais.
Na comparação anual, as altas
foram observadas na agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e
aquicultura (9,2%), indústria geral (9,4%), construção (24,7%), comércio,
reparação de veículos automotores e motocicletas (11,1%), transporte,
armazenagem e correio (12,9%), alojamento e alimentação (23,9%), informação,
comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e
administrativas (8,9%), outros serviços (7,8%) e serviços domésticos (21,3%).
Os demais grupamentos ficaram estáveis.
A população em idade de
trabalhar se mantém estável em 177,2 milhões de pessoas e a população na força
de trabalho soma 103,8 milhões, aumento de 2,3% em relação ao trimestre móvel
encerrado em maio.
Título e Texto: Akemi Nitahara; Edição: Lílian Beraldo – Agência Brasil, 27-10-2021, 12h20
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