Carina Bratt
TERÃO, AS FLORES, algum significado especial? De certo, que sim, vez que sabemos que existe o prestígio da hierarquia, ou dito de forma diferente: o poder da atração, da fascinação e do encanto a um só tempo. A Rosa, por exemplo, há de ser sempre, haja o que houver, a Rainha.
Massamá, 2015, foto: JP |
Umas valem mais que as outras, não só
pelo aspecto, como, igualmente, pelo perfume que exalam, e, claro, pela beleza
inconfundível e a especiosidade que arrebatam os nossos olhos. Entretanto, é
bom que se diga, há quem empreste, a cada uma delas, um significado especial.
Ainda sobre a Rosa, saibam que ela faz
resplandecer a nossa felicidade plena, notadamente a felicidade de amar. Em ótica contrária, o Cravo insinua as nossas
hesitações e incertezas, as nossas dúvidas e vacilos, também as nossas
esperanças, enquanto o Amor-Perfeito contém a confissão tácita do nosso amor
quando em sua melhor forma de expressão.
O Muguet, segundo pesquisa que tomei a
liberdade de fazer pessoalmente, no Google, marca o ‘retorno da felicidade’. Em
razão disso, tradicionalmente, no dia primeiro de maio os franceses oferecem um
pequeno buquê às suas amadas, desejando, a elas, todas as felicidades e
alegrias existentes no mundo.
A flor Muguet para quem desconhece, ‘é
uma planta herbácea, de regiões temperadas, que floresce na primavera’. A
Margarida espera uma resposta... e o Jacinto (conhecido como a flor da
Tristeza) responde, à altura, com o balancear das campainhas, o seu indubitável
e tresloucado ‘Não’.
A coisa não para aqui. Há mais ainda. A
Tulipa contém declarações de amor e guarda, no recôndito de seu cálice, o
segredo das paixões repentinas, ao passo que a Papoula é uma flor desconfiada
que solicita provas de constância. Por seu turno, a primavera é uma inspiração
graciosa e quase epicuriana.
Para quem não sabe, epicuriana vem de epicurismo. Epicurismo ou epicurista é aquele que vive a filosofia do prazer para ser feliz, contudo, exige que siga pela estrada de maneira moderada e controlada. ‘A vida é menos penosa, diz a lenda desta filosofia, quando se percorre, a dois, unidos em igual caminhada’. O Resedá, ou (Extremosa), também vivifica os prazeres e o perfume do amor partilhado.
Por conta do que foi dito nas minhas
‘Danações’ de hoje, não se deve pôr nunca papoulas na sala de visitas.
Significam, segundo dizem, as pessoas que apreciam e conhecem flores, um ato
inoportuno. Curioso, não é verdade? O
Cravo, ao contrário, é uma flor amável e acolhedora. O Crisântemo suplicante
atrai a compaixão para os amores considerados infelizes.
A lista destas e outras flores, seria
grandiosíssima. Tudo isso, porém, não tem nenhuma importância. O que há, ou o
que existe de fato, entre as flores, é o prestígio da hierarquia. Saibam, caras
amigas e leitoras, nenhuma outra flor existente nos jardins da vida, por mais
privilegiada que seja, desbancará a Rosa. E, como na dança, a valsa foi, é e há
de ser, sempre, a rainha suprema dos salões.
Título e Texto: Carina Bratt, de
Sertãozinho, Ribeirão Preto, São Paulo. 17-10-2021
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