Carina Bratt
Aliás, minhas amigas e leitoras, é bom
que se deixe esclarecido, o tango é originário de uma cidadezinha conhecida
como Rio da Prata e se tornou quase uma doença (doença, aqui, no bom sentido)
em pleno século XIX, na voz de seu maior intérprete, Carlos Gardel. Gardel, no
início do século vinte, viajou por toda a Europa fazendo com que esse ritmo se
espalhasse e explodisse, notadamente em toda a eterna Buenos Aires e
Montevidéu. Para o restante do mundo, em pouco tempo, criou uma multidão
infindável de adeptos que aderiram e se curvaram aos seus encantos e prazeres.
Os trejeitos que compõem a dança são
seguidos de compassos e cadências considerados os mais belos e charmosos. Nada
mais gostoso e adorável, vermos um sem número de pares percorrendo os espaços
de um canto a outro, ao som mavioso de uma dessas melodias tão cheias de
atrativos e pura sedução. Todas nós, nos acostumamos a chamar esse fascínio de:
‘tango argentino’. Procede, a bem de esclarecimento, que foi, de fato, lá na
Argentina, que ele se firmou, e, com o passar dos anos, se aperfeiçoou e se
notabilizou. Desde então, houve uma metamorfose inexplicável. ‘La Cimparsita’ é
uma peça, vamos colocar assim, composta por Gerardo Rodriguez, que não
envelhece, não perde a cor nem o viço, não caduca, apesar do tempo de
existência.
Em Buenos Aires, surgiu uma avalanche de compositores e cantores como Carlos Gardel que chegou até mim através de meus pais (que tinham todos os seus álbuns) que me deram o prazer de conhecer esse cantor-músico e suas canções maravilhosas em pleno glamour de sua carreira. Carreira, por sinal, vitoriosa que, infelizmente, veio a ser interrompida em face de um desastre de avião até nossos dias considerado inexplicável. Carlos Gardel nasceu em 11 de dezembro de 1890, em Toulouse, na França e nos deixou em 24 de junho de 1935, aos 44 anos, em Medellín, na Colômbia, depois de uma turnê fabulosa que fazia por aquelas paragens.
Naqueles idos, se vivo fosse hoje,
2021, as suas apresentações públicas poderiam ser comparadas, às exposições de
Elvis Presley e Michael Jackson, em face do público maciço que lotava as arenas
e os palcos onde se apresentava. Saibam, minhas queridas leitoras e amigas que
o tango, ao contrário do que se pensa, pasmem, é originário da Indochina. Como
assim? A dança indochinesa se fez introduzida na Espanha por uma tribo de
ciganos, que teve, no seu tempo, um formidável sucesso. Da Espanha, emigrou
para a Argentina onde, como disse acima, se aperfeiçoou e se desabrochou como
rastilho de vela de dinamite.
Voltando a Carlos Gardel, quem quiser
saber um pouco mais de sua carreira, deixo aqui postado, que existem vários
livros que direcionam para o seu nome, vida e obra. O mais importante deles,
certamente, o lançado, que aconteceu no Festival Internacional do Tango, qual
seja, ‘La verdad sobre La Muerte de Carlos Gardel’ (A verdade sobre a morte de
Carlos Gardel) do advogado e escritor Afonso Uribe Misas, com a participação
importantíssima dos coautores Mauricio Umana e Manuela Umana. Desde o seu
lançamento, em 1938, o governo colombiano censurou a obra. E percebam, queridas
leitoras, 83 anos se passaram e continuarão, passando, indefinidamente
despercebidos.
O livro acima, restou sumariamente
PROIBIDO, na época, em face de trazer à baila as sujeiras e os emporcalhamentos
do governo e não só dele, de um amontoado de figuras asquerosas da política
colombiana. Lá, como cá, e, no resto do mundo, tudo o que está por debaixo dos
tapetes, acaba ficando escondido. O presidente Alfonso Lópes Pumajero, no
inferno desde 1959, na época, teria vomitado ao gerente da Scadta, Hermann
Küehl, as seguintes palavras: ‘Usted
compreende naturalmente, el peligro que se desprende de la imediata publicacion de esa obra e por eso le pido que la impida’. A Scadt, só para
lembrar, era a maior concorrente da Saco, ou (Serviço Aéreo Colombiano), essa
empresa ligada ao presidente Pumajero. Logo... kikikikikikikikiki... Gardel foi
para o ‘saco’, tirado de circulação num Ford Trimotor F-31.
Teria essa desgraça Alfonso Lópes
Pumajero algum parentesco com o nosso deus-urubu, Alexandre de Moraes?!
Voltando ao tango, não faz mal nenhum que continuemos a chamá-lo de
‘argentino’. Foi nos pampas que ele
atingiu o seu máximo lugar ao sol e se irradiou pelo resto do planeta. Somente
a sensibilidade portenha seria capaz de oferecer belas páginas que tanto nos
deliciam. Abaixo, elencamos alguns cantores que, igualmente, se destacaram
nesse segmento: Libertad Lamarque, Roberto Goyeneche, Esteban Riera, Cardenal
Dominguez, Noelia Moncada, Verónika Silva, Roxana Fontan, Alicia Vignola e
Fernando Soler, entre outros. Domingo que vem, estamos de volta. Saúde, Graça e
PAZ!
Título e Texto: Carina Bratt, de
Vila Velha no Espírito Santo. 26-9-2021
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