Nome completo: Rosângela Tolosa Baltuilhe
Nome de
Guerra: Rosângela Tolosa
Onde e
quando nasceu?
Nascida em
18 de fevereiro de 1958, em Santo Anastácio, no interior de SP.
Onde
estudou?
Fui
alfabetizada numa escolinha rural porque morávamos numa fazenda, depois fui
para o internato Santa Marcelina: um colégio de freiras em Botucatu.
Em 1976 fui
intercambista do Rotary, morando e estudando um ano em Ohio. Voltei e já fui
pra São Paulo trabalhar e fazer cursinho.
Fiz um ano
de Letras, na Ibero Americana, dois anos e meio de Tecnologia em Edificação
Civil na Fatec, e em novembro de 1979 entrei na Varig, trabalhando no Saguão de
Congonhas até 1982 quando passei para o voo.
Já voando,
consegui cursar a faculdade de Direito na UNIB, concluindo o curso em 2001.
Onde passou
a infância e juventude?
Passei
minha infância em Santo Anastácio, morando na fazenda, com mais quatro irmãos.
Fase muito
feliz da minha vida. Esperávamos ansiosos as férias escolares para receber a
primalhada que nos visitava sempre, e para ir para Santos, de Kombi, com toda a
família, babá, colchões e muita alegria!
A juventude foi dividida entre Santo Anastácio [foto] e São Paulo.
Morar em
cidade pequena nos faz dar mais valor às pessoas e fiz amigos eternos em Santo
Anastácio.
Nos
reuníamos no Clube dos Bancários todas as tardes das férias e lá estavam todos
que já estudavam fora e voltavam para ver a família.
Qual (ou
quais) acontecimento marcou a sua infância e juventude?
Fato que
marcou mesmo a minha vida foi ter feito o intercâmbio do Rotary e morado um ano
nos EUA. Descobri que queria alçar voo e que Santo Anastácio era pequeno demais
pra mim.
Comecei a trabalhar com 18 anos, logo que voltei dos EUA. Vim com o inglês fluente e comecei como assistente da secretária de um diretor da Dow Química, num escritório pequeno na Peixoto Gomide, em São Paulo e de lá fui pra Varig.
Chegou a
advogar?
Advoguei
sim. Aliás descobri no Direito outra paixão.
Em 2001
soube que minha mãe tinha um câncer terminal, saí da Varig e voltei para Santo
Anastácio passar com ela o tempo que nos restava.
Com seu
falecimento, iniciei minha carreira de advogada atendendo a Assistência Judicial
Gratuita, com nomeação pela OAB local, (ainda não existe Defensoria Pública em
Santo Anastácio).
Depois, em 2007, somada à minha separação e outros problemas pessoais, aceitei o convite de uma tia e me mudei para Vilhena, no estado de Rondônia.
Em Vilhena,
acredito ter encontrado minha vocação na área ambiental. Trabalhei muito nisso
e foi uma experiência indescritível.
Em 2011 eu
tive um câncer de estômago (do qual já estou totalmente curada) e optei por me
tratar em Presidente Prudente, deixando Vilhena, o escritório e minha vida de
advogada em 2012.
Então, a
Varig foi o segundo emprego...
Lembra do
seu primeiro voo?
Claro que
me lembro!! São Paulo para Fortaleza de 727, no dia seguinte ao fatídico
acidente da Vasp na Serra da Pacatuba. Minha mãe ligou no dia pedindo para eu
repensar sobre minha escolha...
Nunca tinha
decolado naquela posição rsrsrs, mesmo porque tinha voado poucas vezes. As
coisas não eram tão fáceis naquele tempo, né?
Minha eterna gratidão para Roseli Roma que foi minha instrutora, meu porto seguro e minha amiga por toda sua vida. Me ensinou muito mais do que voar, socorrer ou servir... Me ensinou coisas para a vida toda: um outro olhar sobre as pessoas e tudo que víamos ao nosso redor. Que Deus a tenha, minha querida e minha imensa e infinita gratidão por tanto ensinamento.
Roseli Moreira e Rosângela Tolosa |
O pernoite
foi um sonho e o coração quase saiu da boca desde a antevéspera.
Descobri
naquele dia que minha escolha profissional estava feita: voar, voar e voar!
Isso foi em
1982, certo?
Sim, em junho de 1982 e fui promovida quando fui pra Internacional em 1986.
Qual foi a sensação?
Meu
primeiro voo na inter foi um Buenos Aires saindo do Rio. Fiquei muito tensa...
sair de São Paulo e ir para o Galeão no mesmo dia do voo, sem conhecer ninguém
da tripulação foi uma experiência desgastante, mas acabou dando tudo certo, e
daí pra frente tudo foi fluindo naturalmente.
Você ficou
na RG até o fechamento?
Não! Saí no
final de 2001.
Se
aposentou?
Estou
aposentada desde 2016, depois de uma longa disputa judicial porque o INSS não
concordou em computar meu tempo de voo como (aposentadoria) especial.
Como ocupava o tempo nos pernoites?
Meus pernoites dependiam muito da tripulação. Na
época não gostava de passear sozinha, mas sempre procurei sair e conhecer o
máximo possível de tudo.
Quais os que mais gostava?
Adoro a Espanha! País da minha origem, de pessoas
bonitas, comida maravilhosa e de uma diversidade cultural como poucos. Acredito
que Barcelona seja meu lugar do coração, e para onde consegui voltar, a
passeio, em 2017.
Passou por algum perrengue na sua carreira?
Perrengue de emergência não passei nenhum.
Claro que existiram atrasos, trocas de aeronaves,
algumas panes com pernoites não programados, regulamentação estourada ...
Acredito que foram coisas bem normais da
profissão.
Vida de voo em total segurança!!
Como reagiu ao
fechamento da empresa?
O fechamento da
empresa foi um pesadelo e apesar de não estar mais nela ainda tenho muitos
amigos da aviação e acompanhei o sofrimento deles.
Participo ainda de
grupos que lutam pelos direitos sonegados de forma tão ardilosa.
Mas ainda vejo
traços da Varig em algumas empresas atuais e acredito que o seu maior legado é
realmente de pessoas; seus funcionários, seus admiradores e os amantes da
aviação.
Saudades do voo?
Não tenho saudade dos voos, mas ainda sonho que estou atrasada, que falta uma peça no meu uniforme, que meu cabelo está solto...
Tenho saudade de
alguns lugares e sinto imensa falta dos amigos que lá fiz. A gente tem uma
conexão diferente e maravilhosa que, acredito, ficará para sempre.
Abraçou outra
atividade depois da aposentadoria?
Abracei outra
profissão sim; fui exercer outra paixão que é o Direito, mas já estou
aposentada, morando na praia e esperando que mais amigos venham me visitar.
Em que cidade reside
atualmente?
Atualmente,
devidamente aposentada estou em Ilhéus, na Bahia.
Vim inicialmente
para ajudar uma sobrinha a montar sua clínica de dermatologia e trabalhei com
ela no meu primeiro ano de Bahia; com início em fevereiro de 2015, mas a terra
de Gabriela me fisgou e continuo por aqui.
Até quando?? Ainda
não sei!
Mas até isso acontecer vou ficando por aqui à beira-mar nesse lugar maravilhoso!!
É este?
Meu lugar de paz e brisa do mar.
Essa é a minha rua,
com o mar lá embaixo.
Minha casa aparece
à esquerda; na verdade só dá pra ver uma parte da varanda.
Meu canto onde os
amigos são sempre muito bem-vindos!!
Seu título de
eleitor é baiano ou paulista?
Sou toda paulista!!
Não só no título de
eleitor, como na pressa, na pontualidade, no nível de exigência e no imenso
orgulho do Estado pujante em que nasci.
E como vai o Estado
de São Paulo?
Acredito que
politicamente nunca esteve tão malgovernado como agora.
Mas não quero
politizar aqui porque as pessoas estão absolutamente fora de si em seus
extremismos, e está impossível emitir uma opinião sem levar pedradas.
O que posso fazer é
acompanhar o possível e torcer para que alguma coisa funcione, quer seja em SP,
quer seja em Santo Anastácio e no Brasil, e aguardar as próximas eleições pra
ver quais opções teremos.
E digo como
possível porque não dá pra acreditar na mídia de jeito nenhum!
Well, compreendo... mas
não receia uma pedrada, ou uma tijolada, quando afirma a sua descrença (que
partilho) na mídia? 😉
No que se refere ao
receio de pedradas por não acreditar na mídia, eu na verdade não tenho medo de
nada!!
Como sempre fui
polêmica estou tentando na velhice viver com menos conflitos, em especial com
as pessoas que eu quero bem e estou evitando ao máximo os comentários sobre
política porque vejo as pessoas perdendo todo o senso, o respeito e educação.
Simples assim!
Conhecia o “Cão”?
Já tinha lido uma
entrevista nesses moldes do cão e nunca perdi você da minha mira, mas nunca
tinha participado.
Foi doloroso
participar? 😊
Kkkkk...
Totalmente indolor
participar rsrsrsrs.
Me fez pensar em
todas as épocas da minha vida, reviver lugares, pessoas...
Agradeço sua
costumeira gentileza.
Uma
pergunta que não foi feita?
Acredito
que passei as informações importantes.
Se você
tiver alguma pergunta a mais responderei com prazer.
Sobre o
vírus que veio da China, o que nos diria?
Esse vírus é um pesadelo!!!!
Não sabemos nada sobre ele e
suas possibilidades de mutação.
E mais uma vez vem o terror da
mídia, entrando nas nossas casas e nos matando de medo.
Eu perdi meu irmão do meio, de
Covid, em 25 de março desse ano; assim, minha família nunca vai sair da pandemia...
vamos viver o resto de nossas vidas nela.
Mas temos que continuar
vivendo e nos cuidando, mas não suporto coisas impostas, obrigatoriedade de
nada além do meu bom senso.
Quem não morrer de Covid vai
acabar morrendo de medo ou tristeza se não levantarmos a cabeça e seguirmos em
frente.
Pra quem acredita que sairemos
melhores disso lamento discordar; estamos cada vez mais sozinhos e mais
amargos.
É preciso muito empenho e
consciência para mantermos nossa sanidade mental e os amigos que são
imprescindíveis precisam se fazer presentes da melhor forma possível.
É isso que você está
fazendo!!!
Gratidão por seu tempo e sua
atenção tão carinhosa!!
A
derradeira mensagem:
Continuo em Ilhéus, com as portas da minha casa sempre abertas aos amigos que puderem e quiserem vir conhecer a Costa do Cacau e suas maravilhas.
Obrigado,
Rosângela! 😉
Sdds Rosângela,bem segura e leve e agora mais q nunca,melhor ainda,posicionando se c sabedoria.Bjo amiga,cuide se.
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